quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A vida é a maior maternidade que existe

Sophia e Mel Karoline 
                                 
           Durante esses quase seis meses de blog, eu tenho escrito muitas coisas, vários assuntos, porém o assunto que mais vem à tona, ainda é o tema, ”Amor”! Talvez porque as pessoas se identifiquem nele, talvez porque precisem dele para esclarecer muitas coisas da sua própria relação, talvez porque de médico e romântico, todo mundo tem um pouco. O fato é que o amor é fonte inesgotável de inspiração. Acontece que hoje, resolvi escrever, baseando-me em uma conversa que eu tive o prazer e a tristeza de ter com uma amiga muito próxima.
           Conversei com uma amiga dos tempos da faculdade, uma figura maravilhosa, um amor de pessoa, um ser humano sempre pronto para ajudar o próximo e sempre presente na minha vida. Referida amiga e eu conversávamos descontraidamente, um bate papo sem compromisso, apenas pelo prazer de conversar. Em determinado ponto da conversa, quis saber como estava o filhinho dela? O tom da conversa mudou, o colorido deu lugar a um tom cinza de tristeza e lágrima. O silêncio reinou por alguns segundos.
           Após o rolar de algumas lágrimas, ela contou-me que por causa dele, ela havia acabado um relacionamento de quase três anos. Procurei maiores explicações sobre o caso e fui tomado por um sentimento de espanto e tristeza. Minha amiga me contou que informou para o marido dela (que não é o pai da criança) que ela iria levar o garotinho para morar com eles, agora que ela havia tomado posse na Secretaria de Saúde do DF, ela poderia arcar com todos os custos da criança. Para seu espanto, ouviu um sonoro “Não” traduzindo o que o marido dela falou: Não vou assumir filho de outro!”
            Minha amiga juntou suas coisas e foi embora para casa da sua mãe, a casa onde mora o filho. Conversamos mais sobre o assunto e ficamos de nos encontrar em outra oportunidade e nos despedimos. Senti meu peito apertar e quando olhei para o lado, vi meu velho baú das minhas inquietações convocando-me para uma conversa muito seria. Como pode o preconceito vencer o amor? Como pode o machismo vencer o amor? Cadê a tão falada modernidade? Cadê as mentes abertas dos jovens?
           Minha amiga é mãe solteira, mas não menos mãe e pessoa do que ninguém nesse mundo! Será que assumir uma criança que não tenha o mesmo sangue da gente é demérito, vergonha? Será que pai ou mãe, não são os que cuidam e dão amor? Será que são apenas aqueles que possuem o mesmo sangue? Quando se ama alguém, se ama por completo, com defeitos, qualidades e se for o caso, com filhos também! Entendo que a modernidade só existe da porta da rua para fora! Assumir um compromisso com quem já tenha vivido uma história é na maioria das vezes uma batalha complicada!
          Esse preconceito não existe só na cabeça masculina não, ele existe também em uma fatia muito grande do universo feminino. Minha amiga com certeza vai se levantar.  E a vida vai lhe dar motivos para sorrir novamente! É preciso que entendamos que paternidade e maternidade são dádivas de Deus, amor paterno e materno, independem do tipo sanguíneo ou de DNA.  Amor é convivência, amor é entrega, amor é respeito, é carinho! A vida é a maior maternidade que existe, é nela que nasce todos os dias, a arte do convívio entre dois seres que se amam!

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