quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sou gesto carente

                                                                       

                            Um papel carente de sentido, um vestido solitário na vitrine, uma luva esquecida pela mão, violão de uma corda só. Jogador pendurando as chuteiras, criança recusando brincadeiras. Meu pé esquerdo a me guiar. Onde eu vou parar? Óculos de sol em dia de inverno, um terno vestindo um alguém qualquer. A vida não tem sentido, simplesmente ela é! É assim a rotina do lado esquerdo do meu peito!
                            Um aeroporto só de vôos de partida, um saguão só com choro de despedidas!  Sou um papel carente de versos e anotações, sou um vestido carente de datas especiais e de grandes comemorações, sou o lado esquerdo do meu peito, num mar de ilusões. Sou um museu onde exponho o futuro incerto. Sou gesto carente, sou quente, sem nunca ter sido aquecida! Coisas da vida! Da minha vida!

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