terça-feira, 31 de maio de 2011

Fizeram o Mundo Girar

Quem apagou as luzes?
Quem carregou as cruzes?
Quem fez o tempo parar?
Quem fez o mundo girar?

Abriram os portões.
Arrebataram multidões.
Apagaram os clarões.
Fizeram o mundo girar.

A rua parou na esquina.
A noite tragou a neblina.
Vozes no fundo do quintal.
A nova ordem mundial.

Asteróides nas noites de frio.
Antenas de TV captando o vazio.
Cidades totalmente desertas.
Iniciaram a nova ordem mundial.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Agora o mundo é um espelho

Agora o mundo é um espelho,
O sol vermelho se foi,
Agora o mundo é uma estrada
Sem lugar para parada.

Agora o mundo é futuro,
Nada de muro nos pensamentos,
Nada de tempo no avião,
Agora o mundo é construção.

Agora o mundo é um espelho,
O sol vermelho se foi.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Esqueci do perdão

"Está poesia é em homenagem a uma história contada por minha amiga Poliana Moreira"


Uma brisa de ausência correu pelo meu rosto
Levou meu sorriso, deixou em meu peito o desgosto,
E minha face garoou caminhos de pedras,
E eu nunca mais refleti o meu rosto.

Um buquê de lindas rosas despedaçadas,
Sapatinhos de cristal esquecidos na calçada,
Uma brisa de ausência corre pelo meu rosto,
E eu não consigo refletir meu rosto.

Meu coração, outrora pássaro menino,
Depois da brisa de ausência que correu pelo meu rosto,
Deserto isolado do mundo sem destino,
Esqueci do perdão em algum lugar do mês de agosto. 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Rumo Fantasma


Irei pelo ar, por caminhos de pedras,
Ferrovias mortais,
Em um trem fantasma.

Irei pelo ar, por caminhos de ferro,
De feras feridas,
Vulcão ativo por vários motivos
Por onde a palavra se perdeu.

Irei pelo ar, por caminhos de nuvens,
Aviões de medo, olhar em segredo,
Que alguém me deu.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Pensamento é Fonte

Pensamento falado é mudo,
Pensamento pensado é tudo,
Tudo, antes passa por pensamento,
O algo pensado, depois vira invento.

Água pensando chuva,
Chuva pensando chão,
Gelo pensando nuvens,
Quando pensa no verão.

Pensamento positivo é fé,
Fé presente na procissão,
Das tantas promessas pensadas,
Fé, a pé ou de caminhão.

Pensamento existente no horizonte,
Pensamento presente na canção,
Pensamento pensamentado é fonte
Concretizando a expiração.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Raro

Por não ser simples,
O complexo se esconde,
Por não ser monte,
Resolvi ser horizonte.

Água parada,
Chuva rejeitada,
Gelo vestindo nuvens,
Lágrimas... Córrego dos olhos.

Por não ser dia,
Noite vestiu luto,
Por não ser absurdo,
Resolvi ser raro.

sábado, 21 de maio de 2011

À vista


Minha vista está cansada,
Meu visto foi negado,
Já não visto quase nada,
Amor à primeira vista desprezado,
Pagar à vista é uma piada

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Nuca mais Alcobaça


 Este poema é para nossa amiga Andressa, em homenagem a saudade que ela tanto carrega por sua terra natal ALCOBAÇA/BA.  (Andressa no centro da foto)

Os meus passos já não deixam para trás
A areia branca das praias de minha infância,
 O meu caminhar já não pede um repouso na rede
Da pequena varanda que namorava o mar

Meus olhos Já não admiram
 O balé envolvente dos verdes coqueiros
Da orla dos meus sonhos,
Meus olhos hoje são tristonhos

Meu pôr-do-sol nunca mais acariciou o horizonte
Meus lábios nunca mais beijaram água da fonte,
Nunca mais corri pela madrugada,
Nunca mais chamego da pessoa amada

Minha pele nunca mais sol de verão,
Minha espera nunca mais embarcação,
Minhas retinas nunca mais antigo casarão,
Nunca mais caseiro arroz com feijão.

Meus navios de solidão,
Já não atracam mais no velho porto,
Nunca mais o velho farol a iluminar
O triste e tímido sorriso no meu rosto,

Nunca mais jangada ao mar,
Pescador a pescar,
Nunca mais namorados na praça,
Nunca mais, nunca mais, Alcobaça.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Conversando com alguns cigarros

                                                          
Conversando com alguns cigarros
Compreendi a solidão
De tristes palavras soltas ao vento
Palavras que se misturavam ao firmamento

A fumaça sem rumo navegava,
Sem esperança esperava,
Tamanha contradição,
Esperar e não ter esperança

Quanto às tristes palavras
Soltas ao vento
Misturavam-se a fumaça do cigarro
E aos meus pensamentos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O velho banco da praça

Mais uma construção,
Agora ela nasce bem aqui,
Onde antes um lindo jardim,
Sempre me cumprimentava.

Vejo guindastes elevando o futuro,
Tratores recolhendo lembranças
Pequenos carrinhos de mão
Carregando grandes segredos.

Vejo muros abraçando tardes de sábado
Caminhões chegando repletos de vanguarda
Caminhões partindo recheados de museu
E o velho banco da praça me dando adeus.

Mais uma construção
E com ela vem chegando modernidade
Dando roupa nova à velha cidade,
Deixando meu coração repleto de saudade.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Primeiros dias da gente

                                             
Risos e olhares alegres,
Pipocas e promessas de amor eterno,
Um inverno com sabor de chocolate quente,
Foram assim os primeiros dias da gente,

As arvores enfeitavam as avenidas,
Carros indecisos, eterna duvida de direção
O carteiro apressado trazia as boas novas,
O rádio de algum ambulante tocava aquela canção.

Agendas, amigos, aniversários,
Perfeito itinerário pra nossa paixão,
Lá fora promessa de amor eterno,
Inverno com temperatura do verão.

Um copo de refrigerante,
Uma ressaca inventada pela ansiedade
Um abismo trazido por um email,
WWW ponto com muita saudade.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tatuadas no meu coração


Cacos de vidros, bicicletas, bolos de chocolate,
Bolas que nunca conheceram o gol,
Mas são intimas das janelas da casa do meu vizinho,
band-aid, o melhor amigo dos meus joelhos.

Tardes de chuva na casa da árvore,
O velho kichute confidente de muitas carreiras,
O mágico carrinho de rolimã,
O meu melhor amigo e sua melhor irmã

Sorvete de morango e baunilha,
Arroz camuflado de milho e ervilha,
A professora mais bonita da escola
Que sempre “superpopulou” meus sonhos.

O irmão que a vida me deu
Quando o chamei de amigo
Meu inseparável boneco do super homem
Que me protegia todas as noites do perigo.

O primeiro olhar, o primeiro oi,
Inesquecível suspirar
Para se ver depois,

O primeiro abraço, o primeiro beijo,
Meu Deus o que é que eu faço?
Não conhecia o desejo!

A primeira paixão, o primeiro amor,
Guardados no coração
E o tempo não apagou.

Tantas coisas vividas na inocência,
Tantos sonhos realizados ou não,
Inesquecíveis infância e adolescência
Tatuadas no meu coração.



sábado, 14 de maio de 2011

Bruna Caram - Palavras do Coração

Os filhos





Os filhos são filhos dos filhos
Que somos nós,
Voz ativa da vida que desata os nós,
Os filhos são a nossa voz.

Os filhos são filhos dos nossos sonhos,
Das nossas tardes de Pôr-do-sol,
Manifestação clara de eternidade,
Os filhos são nossa continuidade.

Os filhos são filhos dos nossos amores,
Partícula amplificada de fidelidade,
Segredos confessados ao travesseiro,
Os filhos são filhos dos nossos herdeiros.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Flores do bairro


Flores no vaso,
Rosa, margarida e violeta,
Não se esqueça
Falo de flores!

Flores no carro,
Rosa, Margarida e Violeta,
Não se esqueça
Os nomes são de flores!

Flores do bairro,
Triste Rosa, viúva Margarida, amarga Violeta,
Não se esqueça
Eu poderia ter falado de flores!  

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A coisa certa

A coisa certa indica a seta
Como alvo o coração,
A porta aberta é a escolha certa,
Um disparo pulsação.

As pessoas entretidas no silêncio,
Um incêndio mudo na favela da surdez,
Um burguês queimando nas colunas sociais.

Ferro eu via nas ferrovias das palavras,
Cada casa guardava uma história
E a coisa certa indicava a seta,
Como alvo o coração.

Rondo vias e rodovias para lugar nenhum,
Parto e porto, chegada e despedida,
Viver é o verbo vida,
Viva, vida, viva, vida.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Para se perder a vida


Basta uma curva,
Basta uma chuva,
Basta uma esquina
E tudo vira neblina.

Basta uma onda no mar,
Basta uma onda na praia,
Basta uma onda errada na cabeça,
Para que tudo desapareça.

Basta uma bola na trave,
Basta uma bola na noite,
Basta uma bola mal dividida,
Para se perder a vida.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Balé das almas

Dentro da Janela, dia vazio.
Perto da aquarela, frio.
Formas abstratas a vagar
Lindo balé das almas.

A luz opaca na calçada,
As recordações, a insistência no presente,
O luto duvidoso do futuro,
Triste balé das almas.

Uma via derradeira,
Duas vias na prateleira,
Um retrato como relato,
Inacreditável balé das almas.

Beijos imitando vôos de foguetes,
Segredos desvendados nos bilhetes,
Um dia irei lhe encontrar
No belo balé das almas.

sábado, 7 de maio de 2011

Meu Maior Tesouro


Um abraço,
E o mundo tornou-se seguro,
Um afago,
E os meus sonhos tornaram-se realidade.

Um gesto,
E a paz reinou no universo,
Um sorriso,
E as trevas deram lugar à luz

Um carinho,
E amar tornou-se possível,
Uma canção,
E as minhas noites tornaram-se mágicas.

Enquanto eu dormia,
Ela bordava meus sonhos,
Enquanto eu caminhava,
Ela tirava as pedras do meu caminho.

Enquanto eu chorava,
Ela suportava a parte mais pesada.
De todo o meu pranto.

E neste momento,
Enquanto muitos agradecem,
A Deus por terem conquistado
Carrões, mansões, fortuna e fama.

Eu da minha humilde casa no campo,
Agradeço por ter sempre ao meu lado
Em todos os momentos da minha vida,
Você mãe, meu maior tesouro.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Leigo astronauta


                                                                   
A novidade surgiu de um lindo sorriso,
Movimentando inércias de um não saber,
Deixando cair o véu do subentendido,
Agora, noção exata do que é o paraíso

A novidade surgiu com a sutileza do verbo admirar
Movimentando atalhos de um abraço
Como um indeciso asteróide no espaço,
Agora, noção exata do que é o sonhar

A novidade surgiu de uma idéia existente na cabeça
Movimentando motivos para que o dia não amanheça
Desejo beija-flor para que a primavera aconteça
Agora, noção exata da idéia existente na cabeça

A novidade surgiu de uma noite de luar
Movimentando palavras confusas
Experiente astronauta que sou,
Marinheiro de primeira viagem diante do seu olhar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O jornal

O jornal
O jornal alimenta,
O jornal aumenta,
Tem sabor de menta, arroz e feijão.

O jornal na banca de revista,
O jornal na hora da preguiça
É caso de polícia,
Rádio e televisão.

O jornal é açougue,
O jornal é cultura
O jornal é ditadura, é tapa visão.

O jornal é camisa,
O jornal pára-brisa
O jornal é moradia,
É caixão de indigente morto na calçada.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Silêncio

                  
O silêncio é viajante de uma estrada
Chamada separação,
Por onde ele passa só se escuta solidão,
Ele não avisa quando chega,
Mas quando parte se despede fazendo festa.  

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Acordei e não queria acordar


                                                   
Dentro de mim,
Como se um palhaço sentado na calçada
Começasse a chorar,
Acordei e não queria acordar

A manchete no jornal,
O aroma de pão quentinho,
O galo no quintal,
Acordei e não queria acordar

Não sei da noite de ontem,
Só lembro que o palhaço chorava
E o que fugia de mim era madrugada,
Acordei e não queria acordar

Acordei com o choro do palhaço,
Acordei e algo me faltava,
Acordei evitando madrugada,
Acordei e não queria acordar.