sábado, 30 de julho de 2011

Versos simples

A frase corre desesperada,
O coração imagina versos simples,
O momento é agora, gritar para o mundo ouvir,
A espera de um "eu te amo" evita a presença do fim.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Pai da diferença

                                                       
                  Dias desses escrevi sobre o divino amor materno, falei sobre a interdependência que existe entre uma mãe e um filho. No texto intitulado: “Somos filhos dos nossos filhos” a minha visão sobre esse amor foi exposta baseada em experiências de algumas mães que eu conheço. Hoje, sexta-feira, 29 de julho de 2011, eu quero falar da difícil, desconcertante, mas maravilhosa e bela arte de ser pai de duas filhas.
                    Como todos sabem sou pai de uma adolescente de quinze anos e de uma criança de seis aninhos. Naná é a adolescente de quinze anos, um amor de pessoa, é a minha parceira querida, um ser que é a própria personificação da palavra “Calma”. Desde criança sempre foi uma figura que transmite paz e tranqüilidade, características que eu espero em Deus, não façam dela um alvo fácil para as ciladas da vida.
                    Orientar Naná, sempre foi tarefa muito fácil de realizar, eu disse foi! Porque minha pequena Naná cresceu e está se tornando uma linda adolescente que começa a descobrir o mundo. Como posso impedir que a modernidade faça parte da formação do seu caráter? Como posso impedir que outras opiniões sejam levadas em consideração? Hoje, minha eterna pequena Naná, já sai comigo para festas e reuniões de amigos, divide comigo seus problemas e alegrias. Algo fascinante e assustador.
                   Por mais que eu seja moderno, quando o assunto é minhas filhas, a coisa muda de figura, talvez, se fosse um garotão de quinze anos, eu estivesse menos preocupado, talvez! O fato é que, ouvir que ela beijou alguém, ficou com alguém sem compromisso, é barra! Eu vejo no olhar dos garotos, o mesmo olhar que eu tinha, quando eu tinha a idade deles, e olhava para as filhas de outros pais também preocupados. Como eu estou agora! Fase complicada, graças a Deus, nós dois temos uma relação muito aberta e respeitosa, fator importante para lidar com uma adolescente que acha que o mundo a pertence.
                  Como eu havia dito, a Naná é a personificação da palavra Calma, não é baiana, mas não negou o papai aqui. Lidar com a Naná sempre foi fácil, agora, amigos e amigas, lidar com a minha caçula Mel, é a onda! A guria não dá mole pra ninguém, tem um gênio forte e decidido, tem opinião própria que beira a intransigência. Mel além de forte é muito curiosa. As perguntas que a Naná nunca me fez, Melzinha não para de me fazer. Perguntas embaraçosas, do tipo: Pai, menino tem pinto? Pinto não vem da galinha? Pai, se eu nasci da barriga da minha mãe, o Senhor Ajudou em quê? Pai, por que eu não posso tomar banho com o senhor?
                    Após tantas avalanches de por quê? Por quê? Por quê? Eu, que sempre me achei um cara descolado, um cara nascido e crescido até os meus vinte anos de idade, na festeira Salvador, morro de insegurança sempre que ela me olha com o seu olharzinho de interrogação! Certa vez, quando ela tinha três anos de idade, ela achou um preservativo masculino no meu guarda-roupa e foi me questionar o que era aquilo? Eu, meio impaciente que estava, respondi logo o que me veio à cabeça: Isso é uma camisinha Mel, vá colocar onde você achou!      
                    Terrível engano fora a minha resposta! Dias depois quando chegava do trabalho encontrei a Mel tentando vestir uma bonequinha Barbie com a camisinha, quis reclamar, mas não deu nem tempo, ela já veio em minha direção, como sempre fazia quando eu chegava em casa, só que ao invés de um gostoso e inocente abraço, ela disse: “o senhor não sabe de nada pai, isso aqui não é camisinha não, não tem manga, não dá nem pra vestir minha Barbie” quebrei a cara!
                   Recentemente, fui questioná-la por que ela não estava fazendo o dever de casa? E para convencê-la a fazer o dever, disse: “desse jeito as suas amiguinhas ficarão mais inteligentes do que você. Sabem o que ela me respondeu? Ela disse: “Pai, eu sou eu, minhas amigas são minhas amigas, são outras pessoas, o Senhor é o meu avô? Não é não! E ele é seu pai. Então pai? Cada um é cada um! Calei e aprendi que não devo ensiná-la comparando-a com outra garotinha! A Melzinha sempre foi a mais agitada, foi ela quem me mostrou que ser pai de diferenças é complicado.
                   Durante um bom tempo questionei ao meu bom Deus, a razão pela qual ele não me abençoou com um filho homem? A resposta, o dia a dia me deu. Tenho duas filhas que supriram a vontade de um filho homem e ainda por cima, me ensinaram a respeitar mais e mais o sexo feminino. Minhas filhas trouxeram para a minha vida, a sensibilidade e a delicadeza que eu precisava para escrever e amar. É verdade, que até hoje quando a situação aperta e complica, chamo minha mulher e solicito que ela intervenha na questão, ainda estou aprendendo a lidar com as diferenças!   

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Para se conquistar uma mulher

                                                
           Acabei de chegar aqui em casa após uma consulta oftalmológica e corri direto para o computador escrever esse texto, pois meu velho baú das minhas inquietações, não me deu sossego o dia inteiro.  Ele ficou matutando numa pergunta que uma moça fez para a outra lá em uma lanchonete perto da clinica onde eu estava realizando alguns exames. A pergunta escutada por ele foi: “o que faz a mulher gostar de um cara é a beleza ou a conversa?” parei de comer meu pedaço de bolo de formigueiro e avaliei a situação de maneira discreta, é claro.
             Uma defendia a idéia de que beleza não é tudo, a outra já era totalmente a favor do atrativo visual. Deixei o local conversando com minhas inquietações e resolvi trazer para vocês instigante tema. Durante toda a minha vida, eu fui e sou cercado por uma atmosfera feminina: Mãe, tias, irmãs, mulher, filhas, amigas de faculdade, pois fiz o curso de Letras/Português na UCB, e no meu trabalho, uma Central de Atendimento, espaço 90% feminino. Sendo assim, acredito conhecer um pouquinho o mundo das mulheres.
              Beleza é muito importante, é um atrativo para os olhos, mas só beleza não conta, a beleza abre portas, mas não é garantia de permanência no interior de ninguém. A mulher quer, acima de tudo, se sentir segura, amada e desejada, saber ouvir as mulheres é essencial para conquistá-las e entendê-las a fundo. Numa balada, numa festa qualquer, a beleza chama a atenção, é atributo e chamariz para os olhos e conseqüentemente para uma aproximação. Mas acontece que a mulher de verdade, mulher na essência, após passar o encanto visual, necessitará de muito mais, necessitará se sentir importante e desejará ser o centro do mundo, o mundo do outro.
               A mulher necessita confiar, ter no seu paquera, química, no olhar, no toque, numa boa conversa. Para uma mulher, o sexo começa numa ótima conversa. A mulher quando se senti segura e percebe que ela tem a atenção necessária do seu parceiro, ela ganha asas e alça vôos inimagináveis. Quanto à parte da beleza, faz bem! É hipocrisia não dizer que o belo é maravilhoso, mas precisa-se dosá-lo para não ficarmos refém da futilidade. Por viver rodeado de mulheres e aprender todo dia novas facetas delas, é que resolvi falar desse tema iniciado em uma lanchonete por duas mulheres de pensamentos tão antagônicos.
              Uma vez um tio meu me disse: “de mulher da via a sua Mãe, mulher seja ela o que for e quem for, merece seu respeito” essas palavras norteiam minha vida até hoje, é preciso mais do que apenas beleza para se conquistar o universo feminino. Algumas até fogem a regra, mas na sua grande maioria, a confiança e o sentimento de segurança é que constroem os alicerces para uma entrega sem receio e às vezes sem pudor.
              Mulheres! Descubram o valor que vocês têm. Vocês já deram sorte por nascerem do sexo feminino.  Somos donos do mundo, mas vocês são donas de nós. A história está ai! E não me deixa mentir. Homens! Aprendam a escutar o que elas têm a dizer, e boa parte do caminho para entendê-las já estará percorrido.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quem ama confia

            
              Hoje, quarta-feira, 27 de julho de 2011, eu quero escrever sobre o ciúme, esse agente que ao mesmo tempo é colaborador e desagregador dos relacionamentos amorosos.  Conversando com o meu velho baú das minhas inquietações, fui buscar lá no fundo, tão dúbio sentimento, personagem marcante e presente em muitas histórias de amor.  E para falar do ciúme é preciso abrir a guarda e entender quais são as bases que sustentam um relacionamento. Naturalmente, nós pensamos logo em “amor e confiança” duas palavras tão fortes e importantes que poderiam ser uma só.
                Todo mundo já ouviu a famosa frase: “Quem ama confia” se confiar é condição Sine qua non para amar, por que o ciúme acha abrigo dentro do amor? Ou pelo menos pensa que acha? Durante toda minha vida eu vi o amor nascer e morrer no peito de apaixonados casais, no meu próprio peito mesmo, já nasceu e morreu algumas vezes. Acontece que no coração em que o ciúme achou guarida, o desfecho foi mais doloroso.
                Não dá para entender por que duas pessoas se encontram? Seja qual for o lugar, a ocasião, o motivo, o fato é que algo os aproximou. No inicio do relacionamento, tudo é lindo e novo, os amigos dela são maravilhosos, os amigos dele são divertidíssimos. Mas com o passar do tempo, o lance fica sério, o rolo, o “ficar” vira namoro, a vontade de estar perto aumenta a cada dia e você já não se vê mais sem a pessoa amada ao lado. Todos esses passos são sintomas de um vírus chamado amor.
                Porém aquela turma de amigos dele, já não é mais tão maravilhosa assim, a turma de amigos dela, já não é lá tão divertidíssima assim também. O ciúme escolhe normalmente o melhor amigo da pessoa amada para travar uma guerra quase que mortal.  Quando o ciúme chega e se apossa da situação, não há espaço para mais ninguém e mais nada. Quando você encontrou aquela pessoa que hoje é sua parceira, vocês freqüentavam certo bar, casa de show ou algo parecido, depois do ciúme instalado, até naquele mágico lugar você proíbe ou fica proibida de freqüentar.
                Uma pessoa cimenta, não quer um parceiro ou parceira, ela quer uma propriedade. E o pior, é que existem muitas pessoas que se transformam em propriedade alheia. A pessoa ciumenta não conhece o significado da palavra confiança. Confiança, aquela palavra lá do inicio do texto, palavra que é condição “Sine qua non” para se amar. Ter ciúme comedidamente, até que apimenta a relação, mais ciúme em demasia, azeda geral. A pessoa que se relaciona com o ciumento, tem um GPS ligado vinte quatro horas por dia. Não tem um minuto de paz.
                Quando duas pessoas se unem e formam um casal, a proposta é de felicidade, parceria e companheirismo, dividindo momentos felizes e agradáveis, suportando os difíceis e amargos, mas tudo com amor e confiança. Não adianta ter alguém que lhe liga a cada cinco minutos para saber onde você esta? O que está fazendo, está com quem? Chega que horas? Já dormiu? Essa ultima é pior! Ligar para saber se já dormiu? E quando você responde que ainda não, recebe bronca! Estar namorando, não significa que você tem que abrir mão dos seus amigos e rotina.
                Estar namorando, significa que a turma de amigos ganhou mais um membro e que uma nova peça está inclusa na sua rotina. Confiar é a arte de se viver bem! Olhar a pessoa amada e conhecê-la no menor gesto dela, isso é confiar. Lá na minha querida Salvador, os mais velhos diziam: “quando um passarinho ganha confiança, você pode deixar a gaiola aberta que ele voa, mais sempre volta para o seu cantinho seguro” acredito muito nisso! Tanto no campo das amizades quanto no terreno do amor, quero ser parceiro e não proprietário da pessoa que amo.
               Infelizmente, tenho visto muitas histórias de casais que vivem em pé de guerra por causa do ciúme. Talvez um dia eles percebam que quando agente escolhe uma pessoa, agente se vê bem tratado e amado por ela. Sejam parceiros e amantes, não sejam proprietários e inimigos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Você é feliz?

          
               O texto de hoje, terça-feira, 26 de julho de 2011, foi proposto em meio a uma conversa informal, envolvendo: eu, Gilson, Andressa e a louca da Thaisa. Todos nós estávamos conversando descontraidamente sobre vários assuntos, muita cultura inútil, afinal de contas, onde Thaisa está, com certeza, tem besteira! E se o Gilson estiver perto dela, salvem-se quem puder! Mas mesmo assim, foi um bate papo muito prazeroso: Gilson com suas teorias nascidas à frente do espelho, Thaisa deixando todo mundo boquiaberto com suas histórias nascidas no recanto imaginário de sua mente frenética,  Andressa interpretava frases colhidas em pára-choques de caminhão e se sentia a verdadeira Clarice Lispector.
               Eu, nobre observador, admirava aquela salada de coisas que não serviam para nada, mas que tornavam nossas horas mais agradáveis. Andressa saindo um pouco das frases de pára-choques de caminhão levantou um assunto interessante, sobre a pessoa fazer o que gosta e já me questionou: “por que você não escreve sobre a felicidade?” fitei Andressa por alguns segundos e logo lancei outra pergunta: “Você é feliz?” Andressa perdeu um pouco o rebolado e ficou pensando na questão. Saquei que a pergunta feria feito navalha, o clima ficou muito tenso. Percebi que naquela feira livre de sorrisos, muitas coisas ficavam guardadas a sete chaves, mas todos resolveram entrar na dança e mergulhar de cabeça no assunto.
              Comecei a conduzir a conversa e realizava questionamentos a torto e a direito, resposta interessantes e enigmáticas sobre ser feliz. Outra amiga nossa que não participava da conversa, chegou perto de nós e eu não perdi tempo, já lancei a pergunta:- “Elaine você é feliz?” A resposta dela causou-me estranheza, pois ela disse-me apenas: “Tô pretendendo ser” será que felicidade é pretensão? Nós nos planejamos para ser feliz? Felicidade é algo calculado?  Anotei essa resposta e permaneci pensativo, mas conduzindo o zum, zum, zum disfarçado de bate papo.
               Dessa vez chegou para cumprimentar o nosso grupo a querida Rosangela, figura agitada, muito inteligente e bom papo, mas como eu não podia perder tempo, não dei nem chance para um abraço: “Rosangela você é feliz?” Rosangela não pensou duas vezes e disse:” Sou e agradeço pelo céu azul, pelas noites bem dormidas, noites sozinhas, mas bem dormidas” essa resposta chamou-me a atenção pelo agradecimento por poder contemplar o céu azul, que nos é dado de graça e não nos damos conta, o agradecimento pelas noites bem dormidas, porque se faz necessário dormir bem, mas havia nas entrelinhas da frase, uma gota de tristeza por ela estar sozinha. Será que precisamos de alguém para ser feliz verdadeiramente?
              Fiquei a me perguntar se somos metade sem sermos amados, ou sem amar alguém? A conversa pegou fogo e Gilson começou a explanar sobre o seu ponto de vista com relação à felicidade, como eu não queria respostas prontas, cutuquei com tanta força que ele abriu a guarda e falou-me algo muito bonito e interessante: “Está vivo é motivo de felicidade, como nós não sabemos o que tem do outro lado, vamos aproveitar o trajeto” todos ficaram tocados profundamente com a citação do nosso amigo.  Eu não consegui parar de imaginar e pintei um quadro com tão profundas palavras.
             Para o ser humano, o fato de estar vivo é o suficiente? E aquele papo de realização profissional, sentimental, pessoal e coisa e tal?  Por que alguns correm tanto? Por que outros por não poderem correr, são tão infelizes? E esse outro lado que o Gilson falou, como é que é? Estar vivo apenas, é motivo para ser feliz? Nossa amiga Thaisa usou uma frase feita, mas que se faz presente em muitas pessoas: “Felicidade é um estado de espírito” ser feliz é um estado de espírito? Devemos cultivar a felicidade dentro de nós? Como fazemos isso? Apenas querendo ser feliz e pronto? E o nosso espírito, não recebe influência do mundo externo?
             Até um dia desses, eu achava que só seria feliz quando eu passasse em um concurso público, mas a paternidade veio e me confundiu ainda mais, porque eu transferi para minhas filhas a razão da minha felicidade, tolo que sou. Minhas filhas terão e já tem os seus próprios  carmas, eu tenho que achar o que me faz feliz. e se sou feliz?. Bem da verdade que quando o meu Flamengo ganha eu me sinto muito mais feliz, isso é certeza! Mas para quem tem um Glaucoma como companheiro, enxergar o mundo é minha maior fonte de felicidade. Com isso eu quero dizer que, sou e busco ser feliz, mas que felicidade é algo uno.
           Ela é diferente dependendo do coração que ela se abriga. Tenho um amigo chamado Marcelo Meireles, supervisor lá na empresa que eu trabalho, no momento, felicidade para ele tem um nome, Pedro, seu primeiro filho, o Marcelo depois do nascimento do Pedro, é outra pessoa, mais leve, mais benevolente. Certamente, se nós perguntássemos para ele se ele é feliz? ele irá dizer sem sobras de duvidas: “Sou, a paternidade fez isso!"  Dentre tantos depoimentos e razões para explicar e justificar a felicidade, eu quero citar aqui uma em especial, que guardei para o final, porque é uma pérola lançada pela nossa amiga Thaisa, ela, após muito conversar e descrever felicidade, disse derradeiramente: “Algumas pessoas ficam felizes apenas com a orelhinha do Mickey, outras querem a Walt Disney inteira” Cultura inútil, mas de uma profundidade assombrosa! Coisas de Tatá! Não sei se você que ler esse texto agora, é feliz, ou se sente neste momento feliz?! Reflita e me responda: - Você é feliz?

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O segredo precisa de um amigo

                                          
               O texto de hoje é uma sugestão de uma grande amiga chamada Simone Mateus. Simone conversava comigo sobre a felicidade que ela estava sentindo por ter comprado seu novo carro. A conversa desenrolava-se tranquilamente, quando ela me perguntou se eu não queria comprar um também? Falou-me que carro hoje em dia, já não era artigo de luxo e sim, algo necessário para quem tem família.  Expus a Simone meus planos e que primeiro eu teria que voltar para a auto-escolar e enfrentar novamente o chato processo para a aquisição da Carteira Nacional de Habilitação. Foi ai, que a conversa tomou outro rumo.
                Falei para Simone que eu já havia enfrentado todo o processo para a aquisição da Habilitação, porém por questões pessoais vividas naquela época, eu não pude finalizar o exame prático. Simone quis saber mais sobre o motivo que me levou a não finalizar o exame prático, da minha justificativa, nasceu o tema: “O segredo precisa de um amigo” comecei a relatar os fatos ocorridos à época das minhas aulas na auto-escola, foi um processo realizado em segredo absoluto, não contei nem mesmo para a minha esposa. Esse foi o meu grande erro.
                Desde o inicio do curso de direção, eu sempre inventava alguma situação referente ao trabalho para poder ficar tranqüilo e não levantar questionamento de minha família, foi assim durante todo o processo até o dia do exame prático. Eu naquela época já havia comprado um carro, um Monza verde metálico, l.8, o bicho andava muito, no dia do exame resolvi ir com ele para não perder tempo. De lá ainda iria para o Setor P. Norte, queria chegar de carro e dizer a grande novidade para minha nega. Eu só tinha me esquecido que minha mulher estava grávida, prestes a dar a luz a pequena Mel, só naquela semana, minha mulher havia dado uns quatro alarmes falsos e com certeza, o derradeiro e verdadeiro viria a qualquer momento.
                 No sábado, 09 de outubro de 2004, lá me vou para a prova prática, aguardei por quase duas horas, até que chegou a minha vez, entrei no carro e me preparei como mandava o protocolo, os examinadores me deixaram bastante a vontade, iniciaram uma conversa para descontrair e lá fui eu. Tudo corria perfeitamente bem, eu seguia a risca tudo que me era solicitado, quando já estava retornando para o estacionamento do DETRAN, o inesperado aconteceu. Minha mulher me ligou desesperada dizendo que a bolsa havia estourado e que ela entrara em trabalho de parto.
                 O detalhe de tudo é que eu atendi o celular no meio do exame prático de direção, quando dei por mim, a vaca já tinha ido para o brejo! Só lembro que fiz: duas ultrapassagens não autorizadas sem eu ter dado seta, seguir adiante na placa "Pare", não dei preferência a quem vinha a minha esquerda, sem falar que eu dirigir apenas com uma mão, porque a outra estava ocupada segurando o celular. Conclusão: não tirei a carteira e fiquei queimado na auto-escola e a Melzinha só foi nascer na terça-feira, 12 de outubro às 06h30min da manhã.
                 Depois do ocorrido, minha mulher disse que se eu tivesse participado aquele segredo, ela buscaria a ajuda de outra pessoa da família e só ligaria para me avisar quando estivesse tudo encaminhado. Não me desculpo até hoje por não ter compartilhado com ela algo tão importante. Minha amiga Simone após ter escutado toda essa resenha também me disse que eu deveria ter falado pelo menos para a minha nega, neste caso o meu segredo precisou de amigo e não teve.
                  Foi assim que esse tema surgiu, com essa frase da Simone Mateus: “O segredo precisa de um amigo” após a conversa fiquei a matutar por alguns minutos e lembrei algumas situações em que certamente, se o segredo tivesse um amigo, a pessoa envolvida não passaria apuros. Certa ocasião um conhecido quis fazer uma surpresa para sua nova namorada no dia do aniversário dela, ele montou um verdadeiro aparato para que a surpresa desse certo.
                  Ele havia planejado levá-la para um grande fim de semana romântico em um chalé em Caldas Novas, acontece que esse referido amigo, planejou tudo sozinho, não falou com nenhum de nós do ciclo de amigos da Universidade. Normalmente, o chalé que a galera se hospedava era de um conhecido nosso.  Sempre alguém viajava para lá, como era de costume. No final de semana esperado ele pediu para que a namorada dele, que era nossa amiga, não planejasse nada de sexta a domingo, que aquele final de semana seria o presente dela.
                   Quando eles chegaram a Caldas Novas e foram se hospedar no chalé, veio à grande decepção, outro casal, pai e mãe da aniversariante estava hospedado lá. Ela havia escutado ele dizer que gostaria de um programa familiar, mas como estava no inicio do namoro, não tinha coragem para convidar os pais delas para um programa para comemorar o aniversário dela. A idéia inicial era essa, mas ele mudou os planos e resolveu viajar só com ela, tarde demais! Ela já havia conversado com o dono do chalé que por sinal, acabou revelando o nome de quem solicitou o imóvel. Foi a senha para que ela inventasse a surpresa e também convidasse os seus pais para o frustrado fim de semana romântico.
                    Na segunda-feira seguinte ao evento, ele apareceu na Universidade, muito P da vida, se preparou todo, montou todo um esquema e não deu em nada. Eu e mais alguns amigos sabíamos dos planos dela, mas não imaginávamos que ele planejava algo semelhante para o referido aniversário. Conclusão: o segredo dele também precisou de um amigo e não teve. Porém há casos que  dividir um segredo pode salvar uma história. Quem nunca foi salvo por um amigo apenas pelo simples e profundo fato de saber de algo e quando percebeu a que a situação sairia do controle da parte envolvida, entrou em ação e salvou a situação? Quem nunca salvou alguém de uma roubada, só por compartilhar algo de muito sério e importante?
                 Minha amiga Andressa disse: “quando contamos um segredo nosso a alguém, ele deixa de ser segredo e passa a ser informação compartilhada” ela tem lá sua razão, mas acredito que o que faz um segredo é a sua natureza, a sua essência, um fato, uma história compartilhada por um único ser, muitas vezes pede socorro, pede um amigo. Vivemos em total interdependência social e humana, somo seres integrantes de uma teia invisível, mas que norteia nossa vida. Quem de nós tem realmente algo que só nós mesmos sabemos?
                O que é nosso e vem de nós, não é segredo e parte de nós!  Precisamos pensar que com base nessa interdependência social e humana, se faz necessário dividir algumas coisas que lá no futuro poderão necessitar de ajuda. O fato de uma ou mais pessoas saberem de determinado assunto, não diminui sua importância. A responsabilidade com que se encara e respeita o segredo é o que norteará a sua existência. Eu sou da opinião de que o segredo realmente precisa de um amigo. E você, o que pensa? 

sábado, 23 de julho de 2011

Orgulho, um abismo entre nós


               Em quase todos os meus textos, o tema amor se faz presente e por mais que eu escreva sobre referido tema, ainda há muita coisa para se dizer. Ontem, 22 de julho de 2011, não pude postar nada no meu blog, pois por razões profissionais precisei alongar minha jornada lá na empresa. Mas acho que foi mais uma daquelas armadilhas do destino, ou do meu velho baú de minhas inquietações. O fato é que trabalhando também no período matutino, eu tive a prazerosa oportunidade de rever pessoas que há muito tempo o corre corre do cotidiano, não me dava a oportunidade de reencontrar.   
                E dentre tantos reencontros e conversas agradáveis, algo como sempre, me chamou a atenção. Uma amiga que estava muito triste, disse a seguinte frase: “Eu acho que estou solteira de vez, estou morrendo de vontade de ligar para ele, mas não vou ligar, tenho o meu orgulho” Parei, olhei para a emissora de tão forte frase e apenas a fitei por alguns segundos, não entendendo a razão de tamanha, amargura e indecisão.
               Voltei para minha mesa e de lá, com um olhar perdido no meu baú de inquietações, ouvi a seguinte pergunta: “O orgulho é mais forte que o amor?” Pessoal essa questão ficou no meu inconsciente a tarde toda. Martelou tanto, que resolvi, hoje, sábado, 23 de julho de 2011, conversar com vocês. Eu como vocês sabem, sou um eterno romântico, não consigo me imaginar fazendo o estilo “Tô nem ai” talvez por essa razão, a frase da minha amiga me chamou tanto a atenção. Pensei bastante nas razões que possivelmente uma pessoal teria para agir daquela forma.
             Por que deixar o orgulho falar mais alto que o amor? Por que anular a vontade de se dar? De fazer aquilo que lá no fundo temos vontade? Apenas pelo simples fato de não dar o braço a torcer? Como sempre, muitas histórias eu vi e ouvi sobre relacionamentos que foram aniquilados pelo orgulho. Sobre esse mesmo assunto, eu cheguei a conversar com essa minha amiga, que, diga-se de passagem, é uma linda menina mulher de 20 anos.
             Na breve conversa que tivemos, falei que cada um de nós deveria ouvir o nosso coração, respeitar nossos sentimentos e nossas vontades. Para ela não adiantaria aquele discurso cheio de força, se por dentro, ela era totalmente contraditória as suas palavras. Ela me olhou com um olhar meio do tipo “Gato de botas do desenho Shurek”, ali sentir que a minha amiga iria ter uma sexta-feira daquelas.
             Eu sempre acreditei que a dor é para doer mesmo. Precisamos senti-la, entende-la, compreende-la! A dor de amor é necessária, faz parte do amor, é uma fase do amor, quando passamos por ela e sabemos por que estamos passando, nos tornamos uma pessoa melhor, pronta para um novo relacionamento, ou para uma reconciliação. Tentar fugir da dor é quebra uma das fases mais importante de tão nobre sentimento. Normalmente nós fugimos da dor, quando, evitamos tudo que nos faça lembrar nossa situação.
             A fuga recebe combustível do orgulho. O orgulho ao contrário do que muitos pensam, é um sentimento covarde, medroso e nos dá a enganosa sensação de fortaleza. Tola ilusão! Passamos horas nos remoendo em frente ao telefone, jurando para nós mesmo que não vamos ligar para a pessoa amada, e que ela irá sentir na pele o nosso desprezo, quando na verdade, quem está à espera de um telefonema, somos nós. A questão não é a falta que a pessoa sentirá, mas sim, se nós devemos ligar ou não?
            Minha amiga sofre por que não querer escutar os seus sentimentos, uma briga tola, um sentimento tolo. E um abismo formou-se entre duas pessoas que se amam.  Ser forte, é ser infeliz, o orgulho nos dá essa sensação, mas no final das contas acabamos com um saldo devedor de solidão. O amor é mais do que isso, sou adepto a valorização dos meus sentimentos. Existe dor? Deixa doer! Existe choro?  Vamos chorar! Existe desejo? Vamos extrapolar! Existe amor? Vamos amar! Possui créditos para móvel ou fixo? Vamos ligar! (riso)
            O orgulho destrói amores, paixões e amizades verdadeiras. O nobre gesto de desculpas foi totalmente banido do nosso coração e passamos a cultivar a indiferença e amargura. Atualmente, no meu ciclo de amigos, ocorre uma situação complicada de se entender, mas fácil de perceber. Possuo dois amigos que antes formavam um balo casal, e hoje estão separados, mas por força de amigos em comum, sempre estão conosco todos os finais de semanas para jogarmos conversa fora, seja na minha casa ou na casa de alguém do nosso grupo, encontros regrados a musica e conversa fiada.
           O lance desse casal, nada mais é que, um está sempre onde o outro está. Não se falam direito, ele, sempre a leva em casa após as festas, não namoram ninguém, mas o orgulho criou um abismo entre ambos. A nossa torcida é que um dia esse abismo desapareça e que eles entendam que se amam muito e estão loucos para viver um para o outro. Fico me perguntando se essa também não é uma maneira de amar? Se sentir distante mesmo estando perto!
          Não tenho as respostas para tantos questionamentos, mas acredito que ouvindo o nosso coração agente será mais feliz, não adianta fugir do problema, nós somos o problemas! abrigamos o problemas dentro de nós! precisamos viver as muitas faces do amor. Quer ligar?  Ligue! O que importa o que vão pensar de você? A sua dor é sua, quem senti e chora é você. Agora, se após você ter escutado o seu coração e mesmo assim, a coisa não andou? Você fez a sua parte, você escutou seu coração.
        Você não terá mais nada apertando seu peito, não haverá mais um mar de dúvidas, o orgulho, não criou nada e você certamente encontrará outro capitulo para sua história sentimental. Eu vou até o fim do poço, faço a minha parte, se não for para ser, a vida dirá, só não quero pagar de fantoche para orgulho bobo. Ouça o seu coração, ele lhe dará todas as respostas para você ser feliz.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Somos Filhos dos nossos filhos

            
              Há algum tempo venho matutando cá com meus botões, sobre um assunto que volta e meia me faz uma visita, como se quisesse dizer: “Estou aqui, aparecerei no seu blog quando, conversaremos um pouco quando?” relutei por alguns textos, tentei não perceber sua presença, mas hoje, quinta-feira, 21 de julho de 2011, eu decidi convidá-lo para um bate papo. E me deixando levar pela emoção, começo uma gostosa conversa com o amor materno.
                Como é de conhecimento de muitos que freqüentam esse blog, a nossa amiga de trabalho, Renata Bernardes está grávida, ela espera ansiosamente a pequena Eduarda. E justamente por causa da Renata que essa conversa começou. Dias desses, não faz muito tempo, presenciei uma cena muito bonita e pouco comum, Renata estava sentada, pensamento longe, acariciava sua barriga como se estivesse tendo uma materna conversa com aquele ser que ainda nem havia nascido, mas já era muito amado, a sensação era como se o mundo naquele momento estivesse parado.
               Fiquei ali também, parado, anestesiado, admirando o lindo quadro que a ansiedade de uma futura mamãe pintava. Através do olhar perdido da nossa amiga, eu pude perceber a graciosa transformação que a maternidade faz com as mulheres. Acredito ser esta, a época mais doce da nossa amiga, sua bebê Eduarda, ainda nem nasceu, mas já começou a motivar mudanças na vida de muita gente. Renata por vezes dá sinais claros de ansiedade, espero que Deus acalme seu bom coração e que ela tenha um bom parto.
               Mas esse amor materno que foi citado é o primeiro estágio da doce difícil tarefa de ser mãe. Só nos últimos quatro meses, eu tenho acompanhado algumas histórias envolvendo referido sentimento que particularmente, chorei muito com algumas delas. Dias desses, nossa amiga Elizangela de Jesus, funcionaria lá da empresa passou por um bom bocado com sua pequena Isabelle, a pequena Isabelle pegou uma conjuntivite viral que por pouco não a deixou sem a visão.
               Mesmo se eu quisesse, não conseguiria descrever o sofrimento da nossa amiga Elizangela, em uma oportunidade, ela chegou a me confidenciar e a esbravejar que daria a própria visão para ter a filha dela fora daquele sofrimento, elizangela que é uma figura alto astral, como ela mesmo diz “mau caráter do bem”, estava um verdadeiro fantasma humano, noites sem dormir, horas sem comer, como se instintivamente, ela estivesse antecipando o pagamento de uma graça alcançada, e alcançou, sua pequena ficou curada.
                Preciso registrar que houve um momento em que elizangela estava no hospital com sua filha e nós estávamos falando ao telefone quando a pequena Isabelle tomou o telefone da mão da mãe e falou comigo. Naquele momento faltaram-me as palavras, conseguir perguntar se ela estava bem? A resposta foi algo de Deus: “Oi tio, não vai piorar mai do que isso não tio, vou ficar boa pra gente brincar, tá?” foi só largar o telefone que eu corri para o banheiro e danei a chorar!  
                Esse fato envolvendo a pequena Isabelle, particularmente comoveu-me de forma inquietante, justamente por que envolve a visão, como todos sabem, eu tenho Glaucoma e qualquer coisa que se refira à perda de visão, sem duvidas alguma me assusta. Não faria muito sentido, falar de amor de mãe, sem falar da peleja vivida pela explosiva Janaina Carvalho, uma onça quando se trata de defender as filhas.
                Janaina foi posta à prova, através da sua caçula Ingrid, a caçula de Janaina, começou com uma gripe insignificante, que se transformou num princípio de pneumonia e que se transformou em uma Pneumonia com derrame pulmonar. Um mês, um mês foi a peleja da nossa miga, ela que normalmente é muito forte e decidida, parecia mais frágil e indecisa que a própria Ingrid. A pequena passou por cirurgia e outros tratamentos que judiaram muito dela.
                Janaina mesmo sem forças, não perdeu a esperança e ficou dia e noite ao lado de sua caçula, orando e desejando trocar de lugar só para que Deus acabasse logo com o sofrimento de sua filha. O fato comoveu a todos, mas graças a Deus e ao amor materno, Ingrid superou tudo e hoje está mais falante do que nunca.
               Eu poderia citar muitos outros acontecimentos, envolvendo mãe e filho, mas para ilustrar o que esse ser chamado mãe passa, essas histórias acima citadas, já nos servem como parâmetro. E pensando nessa interdependência, mãe e filho, eu me pergunto: “Quem é filho de quem?” hoje, não podemos tomar nenhuma decisão sem que não pensemos antes nos nossos filhos.
              Nós cuidamos deles ou eles cuidam de nós? Conheço mães que não aceitaram determinados empregos porque não conciliavam com a rotina dos filhos, acabaram casamentos porque não queriam ver os filhos sofrerem. Deram a vida para que os filhos pudessem viver. Uma constante anulação para o surgimento de uma nova história. Eu vejo todos os dias minha esposa acerta a rotina dela, pela rotina das nossas filhas, Naftáli e Mel.
             Eu mesmo, que me sinto “Pãe”, pai e mãe. Desde o nascimento da minha princesa Naná, nunca mais soube o que é ter uma noite de sono, sem que eu acorde para ir até o quarto delas verificar se elas não estão descobertas! E mesmo com toda minha preocupação de “Pãe” nunca poderei ter a exata dimensão do amor de minha mulher por minhas filhas.
             Conheço muitas mães que se desdobram para cuidar da própria vida e ainda tem que conduzir a vida de suas crias, registro aqui, minha velha amiga Alessandra, trabalhou como supervisora na Tellus, Lilia Amorim, recentemente teve a segunda filha, Cristiane Araujo, mãe da Maria Luiza, Rita de Cássia, mãe da Luiza, Luiza que por sinal, acabou de sair de uma cirurgia de hérnia e graças a Deus passa bem. E a Ruth, mãe do pequeno Samuel.
            Deixo registrado também o nome de duas mães que também enfrentam suas pelejas, conforme a vontade do nosso pai maior. Uma é a minha irmã Andréia, mãe da pequena Scheila de seis anos, portadora de diabetes. Scheila conhece mais a doença que minha irmã, que por sinal, vive jurando que é ela quem cuida da filha, tolinha, só minha irmã ainda não percebeu que a é a pequena Scheila que cuida delas duas.
            Outra mãe guerreira é minha cunhada Kellyanny, a mais ou menos quatro meses deu à luz a sua filha caçula Bárbara e desde o nascimento da pequena, trava uma batalha para aumentar a imunidade da criança e assim poder apresentá-la para o mundo, Bárbara nasceu com um número muito reduzido de plaquetas e através do amor e das orações de sua mãe Kelly, está conseguindo vencer essa guerra.
            Kellyanny já era filha de sua filha Maria Fernanda, agora também virou filha de sua filha caçula. Sendo assim, eu me pergunto de onde vem tanta força para enfrentar essa doce e árdua tarefa de ser mãe? Realmente é coisa de Deus, pois não conheço força maior no universo que a força do amor materno, grandioso amor que nos transforma em “Filhos dos nossos filhos.”

terça-feira, 19 de julho de 2011

“Pensando estar numa boa”

                             
    Quando comecei a escrever esse texto, não tinha a menor idéia qual tema abordar, fui apenas me deixando levar pelo meu velho baú das minhas inquietações. Nesta segunda para terceira linha quase totalmente escrita, fui tomado por uma pergunta: “você estar numa boa?” essa pergunta abalou meus alicerces. Parei um pouco e pensei por qual razão esse questionamento agora? Fui forçado a revirar meu baú e lá no fundo fui achando respostas para inquietante questionamento.
                Lembrei-me de quando morava em Salvador e vivia na “vida mansa” pelo menos era assim que meu pai ironicamente batizou minha rotina de adolescente, “vida mansa”. As lembranças vieram apenas para me darem inspiração para esse texto, porque naquela época, eu conhecia um cara chamado Jorge Time, ele adora nomes em inglês, Time era malandro boa praça, pelo menos para quem ele conhecia. Time vivia sentado na esquina o dia todo, observando o movimento e sempre que lhe perguntavam como as coisas andavam? Ele sempre respondia, Pensando estar numa boa.
                 Acontece que a vida passou e o destino cobrou todas as contas que Time devia e numa dessas cobranças, Time foi pego de surpresa na mesma esquina que lhe viu nascer e crescer. Jorge Time se foi, mas a sua famosa frase sempre ecoou por muitas esquinas do bairro da Boca do Rio, lá em Salvador: “Pensando estar numa boa” agora, eu estou aqui em Brasília e essa frase veio à tona, me fazendo refletir realmente, se eu não estou parado sentado em alguma esquina?
                  Andando todos os dias pelas ruas da cidade de Samambaia Norte, percebo que a cidade cada dia que passa,cresce mais, voa alto, Samambaia voa e eu aqui parado, no meio dessas pessoas, feito Jorge Time, pensando estar numa boa! Prédios crescendo no meio dessas pessoas, foguetes descendo na lua, e eu aqui, me sentindo parado, desligado, pensando estar numa boa. Você que ler esse texto agora, já não se perguntou, o que é que você fez, ou estar fazendo da vida? Você já não se sentiu um Jorge Time, pensando estar numa boa?
                 Nós só não ficamos sentados nas esquinas, mas normalmente ficamos parados, deixando tudo a cargo do amanhã. Certa vez me perguntaram como era ter trinta e cinco anos? Não soube responder no momento da pergunta, mas depois percebi que ter trinta e cinco anos e ter pressa! É já não ter mais o direito de errar. É correr contra o tempo, mas também é conhecer alguns atalhos, é aproveitar a fundo o que a vida passa a lhe oferecer.
                Jorge Time curtiu muito, foi muito feliz, viveu intensamente, viveu daquela forma para ensinar aos outros aspirantes a malandro que a vida não perdoava tropeços. Na verdade ele já sabia que não iria acabar bem, pois ele sempre nos respondia: “Pensando estar numa boa” nunca Time nos respondeu, estou numa boa! Ele usou como nome, aquilo que ele mais amava, “tempo” tempo para curtir, tempo para não fazer nada, tempo para ter tempo.
                 Time, significado real da palavra tempo, Jorge, significado abstrato de algo que me impulsiona a correr a trás da minha vida, do meu tempo. Precisamos nos movimentar, a vida corre e passa voando, e nós não vamos querer ficar parados, desligados pensando estarmos numa boa, não é?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma festa de amigos

                          
                  Quando me sentei para escrever o texto de hoje para este blog, percebi que algumas imagens ocupavam minhas lembranças e não me deixavam firmar em um determinado tema. As imagens que povoavam meus pensamentos e minhas lembranças eram as imagens da festa do Rafa, realizada sábado passado, 16 de julho de 2011, à noite. Mais uma vez, meu amigo Rafa dando uma passadinha pelos meus textos. Parei por alguns minutos para entender aquelas imagens tão freqüentes na minha cabeça; percebi que o que rolou no sábado à noite, foi muito mais que uma festa: Foi um encontro de perspectivas, um encontro de ansiedades e de histórias individuais.
                    Eu, mesmo em um ambiente descontraído, estava atento a tudo ao meu redor, sabia que ali também poderia surgir temas para um bom texto e discussão com vocês no meu blog. Bom, a temática da festa era as comemorações juninas, que neste caso aqui, aconteceu no mês de julho.  Bebida, comida, gente para todo tipo de gente, som da melhor qualidade, conduzida pelo DJ Teddy e sua aparelhagem muito louca, dava para ouvir o maquinário chorar de tão louca era a performance do nosso amigo e DJ. Teddy trabalhou uma seleção de musicas que fez todas as tribos dançar em perfeita harmonia.
                 Na medida em que os convidados iam chegando, o clima ia esquentando, a pista estava ficando lotada. Muita gente conhecida apareceu, amigos do dia a dia e amigos que já não são tão freqüentes assim na nossa rotina. Foi uma ótima oportunidade para reencontrar minha grande amiga Vanessa que apareceu com o Leandro Ribeirinho, um cara que é uma figura incrível. Estavam lá também: Andressa, Manu, Juliane Baiana, Leandro Amorim, Giovane (Postinho), Jhonatan, Rita de Cássia. Todos eles, amigos de trabalho. Havia também uma galera que não trabalha na Tellus, mas era conhecida de todos.
               Nesse universo de musica, alegria e muita, mas muita dança, fui construído minhas anotações para traduzir esse texto. Num determinado momento da festa, sentei e fiquei a admirar aquele universo rico em histórias de vidas que só quem as viveu é que realmente pode falar. Um ambiente familiar e amigável transformava a atmosfera propícia para uma bela noite. Então comecei a observar a todos e a buscar no fundo dos olhares de cada um, um pouco de cada pessoa que ali estava. Rafa e a sua namorada Ruth faziam as honras da casa, pefeito casal anfitrião , não deixaram faltar nada a ninguém.
              Rafa conduzia a boa ordem do evento, ensaiando mesmo que timidamente alguns passos de funk e forró. Totalmente o contrário de Ruth, que é uma verdadeira dançarina. Dança funk como ninguém e ainda dá suas cacetadas no forró. Registro aqui minha indignação com alguns passos de funk que ela ensinou para minha pequena Naná e minha Sobrinha Maria! “A galera do trabalho pra lá de Bagdá, dançando até o chão uma canção com um refrão infernal que dizia: “Descendo Tu kika, Subindo tu kika, rebola tu kika no chão você kika” aquilo era coisa do tinhoso e para piorar, rolou “Mr. Catra” e ainda uma canção que falava: “Tá tarada, Tá tarada, Tá tarada” Não sei o que era aquilo, mas eu também entrei na dança e fui até o chão.
            Algo me deixou muito feliz nesta festa, havia um grupo de garotos que desenvolviam uns pacinhos de dança que chamou a atenção de todo mundo ali presente. Os garotos faziam combinações e mandavam bem no funk e no axé, mas o ponto forte desses garotos é a visão que eles tinham da festa. Curtiram a noite toda como se não houvesse o dia seguinte. Vale apena ressaltar que tinha muita garota bonita e mesmo assim, eles estavam só interessados em dançar, algo difícil hoje em dia. Muito boa surpresa esse grupo de garotos, provaram que ainda é possível curti de maneira saudável.
           Minha grande preocupação na festa era olhar minhas pequenas, minha filha Naná e minha sobrinha Maria, apesar de que elas só queriam dançar o tempo todo. Não conseguir relaxar, havia muito gavião que ao contrário dos garotos dançarinos, mas parecia um bando de gaviões prontos para darem o bote.  Olhava para cada um deles e ouvia a piadinha: “Fala sogrão da Tellus” aquilo soava como trovão nos meus ouvidos. Fazer o quê cidadão? Virei fornecedor de produtos masculinos! Mas elas, Naná e Maria curtiram muito, acho que até demais! Não pude deixar de perceber que rolou muito xaveco, muita cantada barata e muito fora também, afinal faz parte! Mas muita gente também se deu bem!
          Preciso destacar a galera na hora da seqüência de musica baiana, o bicho pegou! Andressa, Juliane e Vanessa tomaram conta da pista, por sinal fizeram-me roda a baiana literalmente! Dancei uma dança esquisita, mistura de reboleicho com passe de Umbanda, mas o negocio ficou bom. Andressa desceu literalmente do salto e pisou no milho, mas ao meio da pista de dança, Ruth quebrava até o chão e levava Naná e Maria juntas, fala sério Ruth! Alem de curtir, dançar, observar e vigiar minhas pequenas, ainda tive tempo para me preocupar com a vizinhança, no meu entendimento, o som estava incomodando, e não era para menos, o carro de som que estava lá, era algo de outro mundo.
        Conheci novos amigos e reatei velhos laços, Vanessa foi um desses laços, Tota foi um novo amigo que eu fiz e espero continuar mantendo, nós dois temos muita coisa em comum, filhas da mesma idade e as mesmas preocupações de pai. Um cara muito legal, que merece tudo de bom da vida.  A festa foi tão louca e boa que ainda deu tempo para dar um feedback  a minha amiga Rita e colocar a conversa em dia, com ela rola sempre um bom papo e agente pode perder ou ganhar horas conversando com ela.  
         Quando eu achei que já havia rolado de tudo, meu amigo Rafa convidou todo mundo para o centro da pista de dança e improvisou uma quadrilha, foi uamá das melhores coisas da noite, fora a decepção da mulherada quando o locutor falou que tinha cobra no salão, mas depois desmentiu, teve gente que se decepcionou a fundo (risos). Foi uma noite maravilhosa, amigos, musica boa (apesar dos funks), comida, bebida e muita dança. Realmente todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite. É sempre bom poder curtir e guardar ótimas lembranças. Precisei registrar esse evento, porque todos nós precisamos saber que ainda é possível ser feliz com tão pouco. Se é que podemos dizer que amigos, musica e harmonia é pouco!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O que é o amor?

                                     
                Tenho falado muito de amor nos meus textos, até porque, ele é que impulsiona minha vida e as minhas relações. O amor move o mundo. O amor constrói mundos, mesmo assim, falei do amor sempre “am passam”, mas hoje presenciei uma cena muito interessante que também me motivou a escrever sobre o amor.  Digo também, porque alguns comentários no meu blog já me sinalizavam para escrever referido tema.
                 No ônibus 373.2 itinerário: Rodoviaria-Samambaia Norte, nos bancos a minha frente havia um casal de namorados, ele aparentando dezesseis anos, ela mais novinha, acredito eu, um a dois anos mais nova que ele. Como sempre estava atento e a procura de tema para compartilhar e debater com vocês. Percebendo o envolvimento amoroso dos dois adolescentes, fiquei vasculhando meu velho baú de inquietações para não perder nada.
                Entre leves caricias, (permitidas pela ocasião e o lugar) ouvir algo que me deixou maravilhado e mais pensativo ainda, a garota falou para o seu amado, “Eu sempre soube que te amaria, desde a primeira vez que te vi” palavras fortes para uma garota de quase quinze anos! Lembrei da minha pequena Naná e me perguntei, será que ela já passa por isso, será que ela saberá passar por isso? O tempo me dirá! Voltemos ao assunto principal.
                  Aquela declaração de amor provocou em meu ser uma revolução pensante. Que sentimento é esse que se chama amor? Que força é essa que constrói e destrói castelos, que arrebata agente e nos faz reféns do nosso próprio coração? Lembrei da musica do SPC. “Que se chama amor/tomou conta do meu ser/dia a dia, pouco a pouco/já estou ficando louco/só por causa de você.”
                  Aquele casal de namorados, provavelmente não se conhecia, ela tinha desde o seu nascimento, uma historia que certamente não passaria por ele. Ele também nasceu, cresceu sem ter conhecimento da existência dela, até que um dia o destino, sabe-se lá, se já traçado ou não, os coloca frente a frente e desse encontro nasce esse complexo simples sentimento chamado amor. Agora um diz não saber mais viver sem o outro, o outro diz que tudo que ele tem e o amor dela. Que sentimento é esse? Que força é essa?
                  Eu sempre me perguntei que coisa é essa que me faz querer ser os pensamentos da minha nega, só pra ter certeza do amor que ela sente por mim. Será que amor é egoísmo?  Será que amor é ser metade, sempre esperando o complemento do outro? Tenho no blog um comentário de minha amiga Rita onde ela diz ser muito intensa quando se envolve amorosamente! Será que amor é se jogar da beira de um precipício? Ela ama e intensamente, vive intensamente, isso a faz feliz!
                   PRA VIVER EU SO PRECISO DE VC... PRA SER FELIZ EU SO PRECISO TE MERECER, PRA SER MELHOR TEM QUE ACONTECER DENOVO EM OUTRA VIDA, PRA NAO CHORAR PRECISO TANTO DESSE AMOR"         
                      Esse trecho pertence a uma musica da dupla, Jorge e Matheus, o transcrevi exatamente igual à forma postada no comentário da minha nova amiga, Morenáh, esse trecho fala profundamente do amor e o que ele representa para um casal apaixonado. Agora, nos remete a questão, “Pra ser feliz eu só preciso ter você?” Morenáh namora meu amigo Rafa, certamente, quando eles nasceram o plano astral havia estabelecido todas as coordenadas, para que em determinado momento de suas vidas eles se encontrassem. Bom, acredito nisso!
                      Aquele casal de jovens namorados, a minha amiga Rita de Cássia que ama intensamente e os meus amigos Morenáh e Rafa, com toda a certeza, não sabem explicar o que é o amor e onde ele vai dar? Mas vivem felizes com tão intrigante sentimento.  O amor é cantado, declamado, amado, mas nunca explicado! Uma hora agente chora, em outra agente sorrir, sonhamos e aprendemos que não sabemos nada sobre ele. Eu escrevo, componho canções, penso,penso, penso, e não sei descrever o amor. Isso é mágico!
                      Dizem que o amor é abstrato, mas volta e meia, nos pegamos dizendo que dói amar. Abstrato? Amor é isso que eu e você que ler esse texto agora sentimos, já não está dando uma vontade de ligar ou falar com a pessoa que amamos? Faça isso! Pergunte para ela o que é o amor? Não escrevi o que é amar? Porque no meu ponto de vista, amor não é substantivo, a palavra amor é verbo! Verbo vida, verbo amar, intransitivo, intransigente, liberal e flexível! Amor, verbo de gente como agente. Responda-me, o que é o amor?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Arrependimento, do que fizemos ou do que não fizemos?


     Começo a escrever esse texto, sob uma saraivada de inquietações. Neste momento, presencio uma conversa movimentada aqui na sala de lanche da empresa que trabalho. O assunto quente jogado aos quatro cantos da sala era sobre, “se arrepender do que se fez, ou do que não se fez?” o bafafá estava incontrolável, de um lado, a turma do se arrepender do que se fez, e do outro, a turma do se arrepender do que não se fez. Escutei muita coisa que me fizeram refletir e atiçar o meu velho baú de minhas inquietações.  
          Acreditem! O texto começa a nascer agora. Ouvir de tudo e todos os tipos de argumentações para justificar e atestar os dois lados da moeda, assim, decide cá com os meus botões trazer para vocês essa gostosa polêmica.  Nós devemos nos arrepender do que fizemos ou do que não fizemos? Essa pergunta é muito profunda e vai de encontro a tantos dogmas e paradigmas enraizados nas nossas consciências e principalmente nos seios da sociedade. Abrir o coração e falar verdadeiramente do que nos arrependemos, é muitas vezes, abrir uma ferida que há tanto tempo está cicatrizada.
          Ouvindo toda aquela discussão sobre arrependimento, eu me lembrei de uma cena do filme “Ghost, do outro lado da vida” até hoje, sempre que esse tipo de assunto vem à tona, eu recordo dessa cena.  Vocês se lembram do filme “Ghost”?  A personagem Sam Whet vivido por Patrick Swayze, quando estava vivo, nunca falou “eu te amo” para sua esposa Molly Jensen interpretada pela belíssima Demi Moore.
           Quando Sam morre e volta para tentar se comunicar com sua amada, ele pede para a vidente falar para a Molly que ele a ama muito. Até aquele momento, Molly estava acreditando que Sam, realmente estivesse se comunicando com ela, mas ao ouvir referida declaração, ela caiu em si e mandou à vidente ir embora. Sam por sua vez, arrependeu-se amargamente por nunca ter falado "eu te amo" algo tão simples e tão significativo para um ser que ama e é amado.
           Sam lembrou que sempre que Molly dizia “eu te amo”, ele repetia “Idem!” moral da história, Sam se arrependeu por não ter feito algo! Mas quantas pessoas também fizeram escolhas e tomaram atitudes erradas e hoje se arrependem? Quantas escolhas de emprego? Quantas escolhas de curso na faculdade? Todas erradas e carregadas de uma imensa carga de arrependimento.
           Nessa conversa que eu presenciei hoje, alguém disse que era melhor se arrepender por ter feito do que por não ter feito algo! É impossível não se lembrar da musica “Epitáfio” Devia ter amado mais/ter chorado mais/ter visto o sol nascer/devia ter arriscado mais/e até errado mais/ter feito o que eu queria fazer...  Parece que a galera do grupo Titãs está querendo mostrar que se arrepender do que não se fez dói mais do que o arrependimento contrário!
           Ai me vem à cabeça a seguinte pergunta, Será que Cazuza, Renato Russo e minha saudosa Cássia Heller se arrependeram de terem feito tudo? A resposta nunca saberemos, por outro lado, precisamos tomar decisões, como saber se serão corretas ou não? Quando eu penso que já me decidi e qual partido devo tomar, começo a escutar nos meus pensamentos, um famoso refrão que diz, “Se chorei ou se sorrir/o importante é que emoções eu vivi”.
          É o eterno rei Roberto Carlos, nas entre linhas nos dizendo que, se fizemos ou não fizemos algo, devemos levar apenas as emoções, elas na verdade, são tudo que conta nesta vida!
Se arrependa, aprenda e caminhe para frente, viva, arrepender ou não se arrepender, não podemos prever. Eu já me arrependi de beijos não roubados, me arrependi de ter deixado a Bahia, mas volto à canção dos Titãs, “O acaso vai me proteger/ enquanto eu andar distraído.” e ele me protegeu, conheci a minha nega e conheci o mundo nos braços dela. Arrepender-me-ia mil vezes se fosse preciso. E vocês se arrependem do quê?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A bela loira do ônibus W3 Sul

                                         
     O texto que escrevo hoje, quarta-feira, 13 de julho de 2011, é sobre um assunto assustador para meu baú de inquietações. Como todos sabem, eu tenho duas filhas, a Naná de quinze anos e a caçula Mel, de apenas seis anos de idade. E justamente a minha caçulinha é uma das razões desse texto. Dias desses, eu estava assistindo a TV junto com a Melzinha e de repente, fui tomado por uma gostosa emoção, a minha caçulinha já estava lendo as legendas na TV. Um momento mágico para um pai babão como eu.  
            Ela já estava conseguindo juntar as letras, formar as silabas e descobrir as palavras! Dizia-me que agora tudo estava mais fácil, ela entendia melhor as coisas, e chegou a citar a seguinte frase, “Pai, parece que agora eu tô vendo direito” naturalmente vocês devem estar se perguntando o que há de tão assustador nesse acontecimento? Entendam que esse acontecimento me fez voltar no tempo, aproximadamente uns cinco anos atrás, quando outro fato me deixou fortemente emocionado, porém com uma carga muito negativa.
            Certa vez eu esperava o ônibus para W3 Sul, ali no centro da Cinelândia. Enquanto o ônibus não passava, como sempre, aproveitei para observar o meu cotidiano e quem sabe assim, encontrava inspiração para meus poemas e minhas canções. Naquele perder de olhar, avistei uma linda mulher, loira, olhos levemente castanhos, aparentando trinta a trinta e três anos, corpo muito torneado, bem vestida e com um sorriso que era capaz de fazer o tempo parar naquele momento.
            Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali perdido, admirando aquela, que, acredito eu, era a imagem feminina mais bonita que eu já tinha visto. Só despertei quando já estava quase perdendo o ônibus. Para minha surpresa, ela também entrou no W3 Sul, iniciou uma conversa com uma passageira, enquanto eu passava a roleta, dei mais uma olhada para trás, só para vê-la mais uma vez, foi ai que presenciei uma cena muito forte.
            A bela mulher questionou ao cobrador se aquele ônibus passava no SIG (Setor de Indústrias Gráficas)? O cobrador apesar de também ter admirado tamanha beleza, perdeu a compostura e a respondeu grosseiramente, “Você não está vendo a placa bem grande ali na frente do ônibus não, escrito SIG?” A bela mulher se desculpou por ter feito a pergunta dizendo, “desculpe Sr, eu cheguei do interior de Minas Gerais a menos de uma semana e não conheço nada aqui, além disso, também não sei ler”
           Naquele momento, toda a imagem de mulher linda e sensual que povoava meus pensamentos, deu lugar a uma tristeza profunda, um sentimento de revolta e uma compaixão que já não importava mais, se aquela mulher era linda ou menos favorecida pela beleza, agora o que importava era tentar aceitar que em pleno século XXI, ainda existia a peste do analfabetismo. Logo num país que o presidente veio do povo, falando como povo?  Como aceitar que o nosso governo não se importava com isso!
          Voltando ao caso no ônibus, tomei a frente e disse a ela, agora, pobre mulher, que eu a informaria assim que o ônibus passasse pelo SIG, naquele momento eu era, os olhos dela. Aqueles mesmos olhos, levemente castanhos, mas que viam um mundo nublado e sem cor. Quando passamos pelo SIG, ela desceu e me agradeceu com um lindo sorriso, sorriso recheado de gratidão e doçura. Tanto o fato com minha filha como o da bela mulher, tratava-se da mesma essência, mesmo assim, relutei em escrever sobre esse assunto.
          Acontece que ontem, terça-feira, 12 de julho de 2011, assistindo a uma cena da novela Cordel Encantado, fui arrebatado mais uma vez por semelhante situação, a cena em questão envolvia, o delegado Batoré, interpretado pelo brilhante Osmar Prado e sua noiva Antonia, vivida pela atriz Luiza Valdetaro. Batoré a preseteia com um livro contendo os principais sonetos de Shakespeare, a jovem Antonia fica totalmente sem graça e para piorar a situação, seu noivo lhe pede que ela leia alguma coisa para alegrar a irmã dele, Neusa (Heloisa Perrissé) que também se encontrava na sala naquele momento.
         Foi ai que a emoção tomou conta de todos que estavam em cena, para espanto do noivo e de sua cunhada Neusa. Antonia revelou que não sabia ler nem escrever. Como pode a filha do homem mais poderoso da cidade não saber ler nem escrever? E por que ela dizia que amava Shakespeare, sabia todos os seus sonetos e peças e pediu-lhe até um livro de presente? Bom a cena se desenrolou, o capitulo acabou, mas a minha emoção não me deixou dormi, não sem que eu a prometesse escrever sobre esse assunto.
        Como pode meu Deus? Como pode? O mesmo sentimento infeliz,  no olhar da personagem Antonia e na bela loira do ônibus W3 Sul? Um sentimento de diminuição, de exclusão total da vida, falta de vida! Seria egoísmo meu, me sentir aliviado, só pelo fato de minha caçulinha Mel, já saber ler e escrever? Meu amigo Rafa solicitou-me um tema que falasse da educação no Brasil e em Brasília. Acredito que desta forma, você que ler agora e consegue enxergar o mundo, esteja refletindo sobre tudo isso.
       Aquela bela mulher, com certeza trocaria suas curvas torneadas pela alegria de saber contornar as paginas de um simples caderno, pela alegria de saber decifrar as placas de ônibus de alguma sigla dessas aqui do DF.  A triste Antonia trocaria toda riqueza que ela possui em Brogodó, cidade fictícia de Cordel Encantado, pelo prazer de ser apresentada pessoalmente a Shakespeare. Quanto a minha caçulinha Mel, eu peço a Deus que ela possa enxergar mais e mais e que possa, aprendendo, entender o mundo e suas adversidades.

terça-feira, 12 de julho de 2011

“Deixa Acontecer naturalmente”

               
  Olá pessoal, passei por alguns problemas esses dias e por essa razão, não pude alimentar o blog diariamente. Mas vamos tentar seguir em frente.  Hoje,12 de julho de 2011, terça-feira, abrir meu e-mail e visualizei uma mensagem, que até já havia lido anteriormente, porém ao revê-lo, uma avalanche de inquietações invadiu minha pacata cidade chamada “Pensamentos” no e-mail havia um pedido de ajuda de uma grande amiga do trabalho que por razões óbvias, não cabe aqui o seu nome revelar.    
            Estimada amiga solicitava-me um conselho para resolver uma situação que ela estava passando. Ela contou-me que estava interessada em um amigo do irmão dela, até ai tudo bem! O problema era que ela não sabia como se aproximar do citado rapaz, havia uma dúvida, se ele a corresponderia ou não, ou se ela estaria enxergando coisa que não existia! Esses questionamentos feitos por ela chamaram-me a atenção, porque ela é uma mulher experiente, inteligente e muito desenvolta, então, por que a falta de tato para sacar o lance?
           Pensei e fui recordando muitas coisas que eu ouvir ao longo desses meus trinta e sete anos sobre amor, paixão e atração. Por que uma mulher que já viveu outras histórias de amor, está sem chão com uma nova possibilidade de romance? Gente, a cada nova paixão, a estrada se mostra totalmente diferente? A cada novo iniciar do amor, a canção toca diferente? A cada nova atração, o corpo fala e responde diferente? A minha amiga em questão veio apenas para responder que sim.
           Não há no mundo quem possa se julgar experiente o bastante e que não caia nas armadilhas de uma nova paixão! Sabemos que já vivemos outros romances, mas desconhecemos os novos sentimentos que se apossam do nosso coração. Eu poderia aconselhá-la a dar bandeira, falar com o irmão dela, mas seria tudo inútil, ela por não controlar o que cresce no seu peito faria tudo diferente, além do mais, a própria paixão se encarrega de fazer as honras da casa. Não adianta articular, encontros e reencontros, se for para acontecer, vai acontecer.
         Conheço uma história em que uma garota estava louca para ficar com um rapaz, mas não tinha coragem de chegar nele, certa vez soube que haveria um show do exaltasamba no Nilson Nelson e mesmo não gostando de pagode, foi só para encontrá-lo e ai, quem sabe rolava. Ficou a noite toda no camarote VIP, só porque ele tinha dito na noite anterior que comprara ingressos para o camarote, se deu mal, ele curtiu o show na pista a convite de umas amigas, ela ficou arrasada, mas ai vem àquela história da mão do destino.
          Ela resolveu ir embora e quando estava passando em frente a um bar improvisado, rolou o maior quebra- quebra, o irmão dela e alguns amigos se envolveram numa briga e todo mundo foi parar dando explicações em um posto policial. Na hora de registrar a ocorrência, um dos envolvidos era justamente o gato que ela esperou a noite toda. Vendo a que pé a coisa ficaria, colocaram panos quentes e abafaram o caso, ela por sua vez, saiu de lá no maior bate papo com o desejado gato e findou a noite com um longo beijo em frente ao portão da sua casa. Tudo fora de script!
          Até hoje, ela comenta comigo que nunca mais planeja nada, acabou tudo bem naquele dia, mas poderia não ter acabado. A verdade é que quando dois olhos se cruzam e desse encontro de olhares, nasce algo, o inconsciente começa a agir com uma leve grande ajuda do destino,tudo se acerta. A magia da conquista tem que ser vivida sem esboço de plano mirabolante, sem palavras milimetricamente calculadas. Os bambas do grupo Revelação não cansam de dizer, “Deixa acontecer naturalmente”
          Preciso concordar que essa frase é a mais pura verdade, não dar para se antecipar e pular etapas! O cara experiente fica bobo, a garota experiente fica boba! E por isso que dizemos que quando a pessoa ama ou se apaixona faz besteiras, deliciosas besteiras. Eu por exemplo, andei de Taguatinga Sul até Samambaia Sul por volta das 01h30min da manhã só pra ver minha namorada, hoje minha esposa, sem falar que ainda parei num bar cheio de gente “boa e de família” só porque tava tocando uma canção do SPC, (Depois do prazer) que na época agente dizia ser a nossa canção.
          Naquela época, eu tremia feito vara verde quando eu chegava perto de minha nega, até hoje eu não sei, se foi eu que a conquistei ou ela que me conquistou!?  Imaginei tantos encontros e nunca acontecia, fui várias vezes para o Abaiúca, um bar que rolava pagode ao vivo aos domingos, local onde eu a encontrara pela primeira vez e nada, todo domingo era sagrado, mas nada da danada aparecer, justamente no dia em que eu não apareci, ela foi, e se apresentou para minhas irmãs e meus amigos. Olha o destino agindo novamente.
        Então amiga do e-mail, a fórmula é não ter fórmula, a onda é deixar a onda lhe levar, se for para rolar, vai rolar! É muito complicado sabermos onde termina uma investida e onde começa a impressão de estar sendo atirada demais. Você é muito inteligente e uma bela mulher, saberá agir dentro da sua essência feminina.