sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Olhar perdido

Na foto, minha filha Naná Simões
                                                          


            Eu sou de pouca conversa. Poucos me conhecem bem. Tenho um olhar vivido. Enganam-se aqueles que acham que meu olhar é perdido. Ele voa longe, já voou longe, agora, ele procura sossego. Eu sou de pouca conversa. Ando aparentemente sem destino, sei da vida apenas o que vivi. E minha vontade de viver me diz que eu não sei de nada. Por isso que eu continuo caminhando nessa estrada. Tenho um sorriso guardado na lembrança de uma face feliz. Meu sorriso já não pertence mais a mim.
             Eu sou de pouca conversa.  Tenho idas e vindas gravadas na linha do meu destino, visível na palma da minha mão. Idas e vindas da solidão! Eu já amei intensamente e, também já fiz sofrer amargamente quem um dia, muito me amou.  Eu sou cercada por desertos, tenho um vazio repleto de imensidão. Enganam-se aqueles que acham que eu tenho um olhar perdido, o que eu tenho é um olhar vivido. Vivido de solidão.

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