segunda-feira, 19 de março de 2012

Sou alma cigana.

Na foto: Leitora e Comadre, Dja Moraes



        Eu agora sou lugar distante de mim. Sou alguém visto pela ótica de um bacana, sou crença, sou dúvida, sou alma cigana. Eu agora sou lugar distante de mim. Sou revista velha em prateleira recém montada, sou dispersa, sou guarda, sou alma cigana. Eu agora sou lugar distante de mim. Sou telescópio a vasculhar imensidão do desconhecido, sou lembrança de quem já se foi, sou recém nascido.
        Eu sou a escolha entre o poema e as armas químicas, citada na canção dos Engenheiros do Hawaii. Eu sou guarda-roupa velho abrigando os últimos lançamentos da moda, sou tudo que facilmente se inflama, sou alma cigana. Eu agora sou lugar distante de mim. Sou outdoors espalhados pela cidade, sou tiroteio alheio a banalidade, sou caminho que ninguém caminha. Eu sou guarda, dispersa, sou sozinha.
      Eu agora sou lugar distante de mim. Sou alma itinerante, sou perto, sou distante, sou tudo aquilo que facilmente se inflama, sou agora lugar distante de mim. Sou alma cigana.     

3 comentários:

Anônimo disse...

ANDRÉ...
Uaaauuuu! Adorei o texto..
Que vc tenha uma semana incrível!!!
Beijos saudosos!
Rita de Cássia

Unknown disse...

Valeu, Rita,
Que bom lhe ter por aqui,
André

Anônimo disse...

Perfeito texto André!!!
Muitas vezes na vida, estamos distantes de nós mesmos...

Caminhamos sem perceber onde vamos!

Abraço,

Sabrina Feliciano