quarta-feira, 27 de junho de 2012

Depois que eu me fechei para o amor.


Na foto: amiga e leitora, Fabiola Senna. 




           Depois que eu me fechei para o amor: Eu passei a tropeçar feio nos cacos do meu orgulho, eu vi desabar sobre minha cabeça o teto da minha intolerância, eu fiquei soterrada sobre os escombros de minhas imperfeições. E mesmo assim, eu não aprendi. Depois que eu me fechei para o amor: Eu ultrapassei vários sinais vermelhos nas vias públicas do meu ar de superioridade, eu fui a responsável por acidentes graves que resultaram em vítimas fatais. E mesmo assim, eu não aprendi.  
           Depois que eu me fechei para o amor: Eu vi ser devastado o verde campo das minhas esperanças, eu senti se formar dentro de mim, um deserto que jamais teria fim. Eu atravessei um longo e frio inverno das minhas lamentações. E mesmo assim, eu não aprendi. Depois que eu me fechei para o amor: Eu cortei relações com o melhor amigo que a vida me deu; o espelho. Eu me tornei eremita do meu próprio ser.
         Depois que eu me fechei para o amor: Eu deixei de viver.  

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