quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eu não soube falar de amor.

Na foto: leitor, Rodrigo Alves.


      Durante dias eu me preparei para aquele encontro, durante dias eu me preparei para falar de amor e do amor que eu sentia por ela. Não rolou! Eu não soube falar de amor, não soube explicar aquela sensação que tomava conta do meu ser. Até selecionei algumas palavras das mais impactantes e mais variadas possíveis. Eu consultei a norma culta e pedi desculpas para o coloquialismo porque para falar de amor, não poderia ser assim de qualquer jeito. Não pintou nada, nada, nada.
     Eu me preparei para falar de amor, me preparei para me comportar diante dela e daquele momento especial. Não colou! Enquanto minhas mãos, inquietas, traduziam minha inabilidade com as palavras, o meu olhar contemplava ponto mais perfeito daquela paisagem, o seu sorriso. Ali, percebi que era preciso tomar pé da situação, leiga constatação! A imagem dela causou um verdadeiro rebuliço no meu coração e tudo que eu ensaiei perdeu-se nos vãos da minha incapacidade de falar do amor que eu sentia por ela.

      Eu me preparei para falar de amor com ela, durante noites decorei canções românticas e versos de lindos poemas. Que pena! Diante dela, dia branco no meu vitral, diante dela a completa perplexidade do próprio sentimento de amor pela pessoa amada. Eu havia esquecido tudo, havia engasgado tudo, não soube e mesmo se soubesse, não conseguiria dizer nada diante de tamanha beleza. Então deixei o amor guiar aquele trem desgovernado e com um lindo beijo ela entendeu que tudo o que eu queria dizer era: “eu amo você.”       

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