quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Esse meu novo coração.

Na foto: Leitora, Lilia Amorim.


     Apesar da varanda do tempo, da virada do momento, da esquina das coisas que eu sentia, hoje? Eu sou só alegria! Apesar das solas gastas pela distância, das dúzias de vãs importâncias, hoje? Eu sou a mulher que eu queria! Apesar da maquiagem tom de lágrima que rabiscava a minha face, das ruas vazias que eu caminhava, hoje? Nada, nada, nada mais de solidão!
        Apesar das noites altas, do quase “não nascer” daquele novo dia, daquelas tardes que partiam sem que eu percebesse que estava viva, hoje? Eu sou só alegria! Apesar daquelas roupas descompromissadas com a minha aparência, da falta das pessoas e do exercício de convivência, hoje? Eu faço a diferença! Agora, a unha por fazer, já não está mais por fazer e a cor do meu esmalte é vermelho amor, amor, de amor próprio!

   Apesar do ir e vir dos carros, daquelas flores que descoloriam os jarros, da espera por um telefonema, hoje? Eu descobri que viver vale a pena! Eu me despi da espera e me vesti de quimera e a beleza voltou a me namorar. Eu redescobrir o meu corpo e deixei de ser o esboço da mulher que eu sonhava em ser. Pintei o meu cabelo com a cor da madrugada e novamente me sentirei amada pela vida ou por algum homem que mereça esse meu novo coração.

Um comentário:

Lilia Tavares disse...

Arrancou lágrimas. Mas as mais belas lágrimas de alegria. Hoje é isso mesmo, eu sou a mulher retratada nesse texto, e estou muito feliz por isso.