quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O tempo está me ensinando.



Na foto: leitora, Munik Faustino. 
                                            

        O tempo está me ensinando a escutar meu coração, ele está me ensinando a entender o nascer do sol e o cair da tarde. O tempo está me ensinando a conversar com minha solidão e entender que, com ela, eu também estou bem acompanhada. O tempo está me ensinando a decifrar a noite enluarada.
        Ele está me ensinando a entender que um único sorriso pode nos dizer mil coisas e que normalmente, entendemos as menos importantes. O tempo está me ensinando que mais perigosa que as curvas das estradas dos meus finais de semana, são as curvas do meu corpo de mulher. Ele está me ensinando que o silêncio fala muito mais ao meu coração, que mil frases feitas e jogadas ao vento.
        O tempo está me ensinando que no amor existe pele, mas que na pele não existe amor. Ele está me ensinando que antes de amar o meu semelhante, eu preciso entender que tipo de sentimento eu tenho por mim. Ele está me ensinando a entender um pouco mais sobre mim. 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Noite passada eu sonhei com você, meu amigo. (para Roberto Martins, meu eterno amigo)

Na foto: leitor e eterno amigo, Roberto Martins.

                     

   Noite passada eu sonhei com você, meu amigo! Sonhei e lembrei o quanto você foi importante na minha vida e numa época complicada e de certa forma, mágica da minha vida. Sonhei com você e acordei lembrando que por sua culpa eu não entrei em parada errada, não caí em bala encomendada. Lembrei que você,meu amigo, ficou P da vida com a rapaziada! Você sempre disse que eu era o careta da turma. Eu me lembrei do nosso baba na praia e dos tantos lances de efeitos e defeitos que a gente fazia.  
   Noite passada eu sonhei com você, meu amigo! Sonhei e lembrei que por sua culpa, eu não me envolvi com aquela garota que geral comentava: não valer nada. Por outro lado, também por sua culpa eu não dei mole com uma das pessoas mais especiais que eu conheci. Culpa sua, meu amigo! Culpa sua eu ter assistido ao meu primeiro BA-VI no Estádio da Fonte Nova.
             Noite passada eu sonhei com você, meu amigo! Sonhei e acordei com esse ar nostálgico que me acompanha até agora, sonhei e pela primeira vez em dezoito anos de Brasília, eu ouvi minha saudade dizer que queria me levar embora. Ouvi minha saudade dizer: “Vamos voltar para Salvador!”
           Sonhei com você, meu amigo! E por sonhar com você, eu me lembrei de todos os meus amigos especiais ai da Bahia. Amigos que na sua figura, estão sendo representados nesta declaração em forma de texto. Sonhei com você, meu amigo! E no sonho eu lhe dava um abraço que levou nossa amizade para a eternidade. Sonhei e descobri que esse texto fora feito por causa de um sonho que apenas imitou a realidade.     

Quarta, 30 de janeiro de 2013.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O achado mais certo do seu caminho.(texto pedido pela leitora, Mariana Reis para sua amiga aniversariante do dia, Raquel Soares)

Na foto: leitora aniversariante do dia, Raquel Soares.

                                                 

          Ela se despiu cedo da adolescência, ela tatuou no seu peito o real sentido do termo amadurecimento e, muito precocemente, sentiu o peso do mundo sobre os seus ombros. Ela deu um tempo nas noites de estrelas e guardou nos vãos dos seus sonhos as brincadeiras de menina feliz.  Ela chorou e inundou o país e, tudo o que ela mais queria era ser feliz.
          Ela viu o acaso deixar pousar nos seus braços, um anjo na forma de uma linda menina dos cachinhos de ouros. Ali, recebia das mãos de Deus, o seu maior tesouro. A vida fez daquele acaso, o achado mais certo do seu caminho. Ela se despiu da solidão e se vestiu de amor. Amor materno que hoje anda de mãos dadas com ela. Amor de filha que caminha o seu caminho.
         Ela conheceu sua cara metade e metade do todo do mundo, ela recebeu na beleza de um amor leal e verdadeiro. Ela ganhou um ombro amigo e verdadeiro e hoje carrega no peito a certeza de que Deus a quer feliz. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O domingo acordou de luto. (em memória às vítimas do incêndio na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria/RS)


                                   
     
   Meu Deus! Eu não tenho palavras e, não sei se alguma delas terá a capacidade de traduzir, a tristeza e angustia dos muitos corações que nesse momento choram a dor de dessa perda irreparável. Meu Deus! Eu tentei escrever alguma coisa que fizesse sentido, mas se essa própria tragédia não faz sentido? O que escrever?
  Senhor! O domingo acordou de luto, um luto cinza, é verdade! Logo o domingo, que nos acostumou a acordar sob a luz de belos sorrisos largos. Ontem ele nos acordou com lágrimas, lágrimas vestidas de chuva. Como passar para o papel a certeza da ausência eterna? Como traduzir que o sentido dessa tamanha tragédia, não tem sentido? 
 Meu Deus! Como explicar uma chuva de sorrisos apagados? Como explicar tamanha fatalidade? Meu Deus! Como explicar a lágrima de dor de tantos familiares? Que palavra, frase ou verso seria o caminho certo para traduzir tamanha dor? Por favor, meu Deus! Nesse momento, minha perplexidade se confunde com meu pranto, minhas rimas se confundem com esse sentimento de vazio que assola o meu peito. Então, Senhor! Com todo o respeito, Alivia o coração dos que aqui estão a sofrer!
      Meu Deus! Nesse momento, culpa ou culpado, certo ou errado! Nada trará os sonhos desses jovens de volta! Mas eu lhe peço Senhor! Abre aporta do céu e os aceite com toda a sua bondade e misericórdia!  E se puder Senhor, acalenta o coração dos que hoje choram as suas faltas.

domingo, 27 de janeiro de 2013

De entender o que é o amor.

Na foto: leitora aniversariante do dia, Layne Bezerra.


 Amei,Senti,
Sorri, chorei.
De leve, não breve
Sem planos, sem regras.
Amei,  levei a sério
Levei comigo
Pro meu hemisfério,
Aquele amor amigo.
Agora sigo em paz
Agora tenho paz
Agora sou capaz
De entender o que é o amor!  

sábado, 26 de janeiro de 2013

Eu me perdi no Vale dos Sem Explicações.


Na foto: leitora, Silmara Carvalho.


              Eu me perdi no vale dos sem explicações e, me vi repleta da falta do que dizer. Acho que foi assim, que eu perdi você. Eu perdi o discurso e o curso natural que me levava até você. Eu me vi repleta da falta do que dizer. Eu não achei minhas verdades e a vontade de me explicar tropeçou em tudo aquilo que eu não disse. Ali, o meu entender entrou em crise.
             Eu, que sempre repudiei essas frases feitas e emolduradas em parachoques de caminhão, entrei na contramão da falta de argumento. Justo naquele momento?  E assim, eu me perdi no vale dos sem explicações. Eu me perdi na indecisão das palavras diante do papel em branco. Você era o meu papel em branco.
            Eu me perdi e, nem mesmo o meu olhar conseguia explicar o que o meu coração tinha para dizer. E foi ali, assim, que eu perdi você. Eu não encontrei palavras, eu não encontrei argumentos, eu não consegui organizar nem meus pensamentos, eu nunca mais encontrei você. Ali, na falta do que dizer, eu perdi a oportunidade de falar o quanto eu amava você!  

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Quem sabe, quando essa onda passar.

Na foto: leitor, Junior Brazuca.
                                             

          Quem sabe, quando essa onda passar, eu volte a lhe procurar? Quem sabe eu volte por aqui? Agora? Eu vou tirar um tempo para mim. Vou sair por ai e mastigar estrelas como eu já fiz em outros poemas! Eu lhe dei o mundo, mas você queria o universo, eu lhe dei amor, você entendeu apenas sexo. Eu lhe falei a língua dos anjos, mas você me disse apenas coisas sem nexo.     
         Agora? Agora eu preciso garimpar respostas para entender sua imensa ingratidão. Agora eu preciso recuperar o meu coração. Eu vou colocar a mochila nas costas e seguirei para aonde o vento me levar. Vou para qualquer vilarejo dentro de mim, a onda agora é deixar essa onda passar. Eu lhe fiz rainha do meu reino proibido, mas você brincou comigo e sempre me tratou como um plebeu.
         Quem sabe, quando essa onda passar, eu volte a lhe procurar? Agora? Agora eu preciso povoar minhas retinas com novas paisagens, preciso entender que eu quis acreditar em mentiras com gosto de verdades, para tentar ser feliz. Foi demais! Esse lance com você tinha tudo, menos amor e paz.
         Agora? Agora eu vou pra bem longe de nós dois, e só depois, bem depois, eu aparecerei novamente por aqui. Se essa onda que é gostar de você passar. Se não, se não eu fico por ai ou por lá.       

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A poesia é o meu divã.

Na foto: Leitora, Solange Santos. BA

                                                  


Concreta como meus sonhos
Limpando a rotina dos meus passos
Um largo sopro no vão solidão
A qualquer preço, a qualquer hora.
Ela dita a possibilidade de melhora
Resgatando recordações
Reacendendo emoções
Ela recicla a vida e o tempo.
Abstrata na sua mais palpável essência
Rua inquieta de um desejo meu
Ela colore e movimenta
O ser que eu quero ser.
Palco de muitas histórias
Vida de muitas fases e faces
Luar de muitos sertões
Ela ameniza a dor das frustrações.
Espelho dos desejos alheios
Rasgo no vácuo de histórias vãs
Grito de silêncio entre o pecado e a maçã
A poesia é o meu divã. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Aqui na ponta dos meus dedos.

Na foto: as mãos da leitora, Mariana Reis. Alcobaça/BA. Janeiro/2013.

                                                  

          Aqui na ponta dos meus dedos, o dia veio despertar como se quisesse me acompanhar no café da manhã. Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se os anéis e com eles também os meus medos. Aqui na ponta dos meus dedos, o mundo fez morada e quase nada mais me importou. O mundo ficou pequeno e coube nas pontas dos dedos da minha mão.  Aqui na ponta  dos meus dedos, o tato reviu seu conceito de sensibilidade e a verdade do apego, coube aqui, na minha mão.
        Aqui na ponta dos meus dedos,  o sol das manhãs do mês de janeiro, das praias da minha infância. Na ponta dos meus dedos a lembrança das tardes que ainda ardem no bronze do meu desejo. Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se os anéis, mas ficaram os segredos daquele meu primeiro amor que a vida não apagou.
        Aqui na ponta dos meus dedos, coube a areia tão intima dos meus pés. Na ponta dos meus dedos, o céu veio pousar parecendo querer descansar depois de um lindo dia azul.  Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se os anéis, mas ficaram as marcas do caminho que me trouxeram até aqui. Nas pontas dos meus dedos,  marcas da vida que eu vivi.  

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Só os meus pés como confidentes.

Na foto: os pés da leitora, Andressa Cristina em Alcobaça/BA. 

                                         

           Das minhas andanças, só os meus pés como confidentes, dos prantos que eu derramei, apenas minhas lágrimas me olharam de frente. Vocês não sabem o que eu passei! Dos meus temores, apenas os fantasmas que eu enfrentei, das minhas desilusões, apenas duras palavras, do meu fraquejar, ninguém para me levantar.
           Das noites de frio, nenhum coberto para me aquecer, da falta de pão, vento e vão para me apetecer. Vocês não sabem o que eu passei! Das portas na cara, apenas a esperança de uma janela aberta, da falta de ajuda, a certeza de encontrar a pessoa certa, das minhas andanças, só os meus pés como confidentes. Do meu viver, a certeza que eu não nasci para sofrer!   

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Eu tentei não acreditar em Deus.

Na foto: leitora, Mariana Reis. Alcobaça/BA.



          Eu tentei não acreditar em Deus, mas sem ele: como explicar a imensidão do mar? Como explicar o encanto do Luar? Como justificar o salgado do sal e o doce do doce? Eu tentei não acreditar em Deus, mas sem ele: como explicar as quatro estações e sua perfeita definição de tempo? Como explicar a beleza no sorriso de uma criança? Como explicar que depois da tempestade vem a bonança e, com ela esperança de um recomeço?
          Eu tentei não acreditar em Deus, mas sem ele: como explicar a paz sentida quando presenciamos o sono de um bebê? Como explicar a magia da infância? Como explicar a vontade de viver, mesmo tendo tantas desilusões? Como explicar as flores e os frutos? Como explicar a paciência vencendo o insulto? Como acreditar no espelho? Como explicar que o tempo sara e cicatriza as feridas e, se materializa no crescimento do cabelo?   
         Eu tentei não acreditar em Deus, mas sem ele: como explicar o amor de mãe? Como explicar que os rios sempre correm para o mar e, que o mar volta também em forma de chuva para nos refrescar? Como explicar, a musica e a poesia? Como explicar a letra e a melodia? Como explicar a inspiração do compositor? Eu tentei não acreditar em Deus, mas sem ele: como explicar o amor? Como explicar o que eu escrevo? Como explicar o meu viver?     

domingo, 20 de janeiro de 2013

Eu vivo

Na foto: leitora aniversariante, Cris Galvão.

                                                 


Das praias da minha infância,
Das tardes da minha espera
Das noites de criança
Os meus sonhos de quimera.
Das coisas que Deus me deu
Das coisas que eu pedi para Deus
Dos objetivos a alcançar
Valha-me Deus.
Dos amores que eu tive
Das paixões que eu nunca tive
Dos beijos que nunca me roubaram
Eu  amei.
Das lágrimas que rolaram
Dos sorrisos que brincaram
Dos  olhares  que lançaram
Eu me encantei.
Da vida que eu tive
Da vida que eu tenho
Da vida que eu queria ter
Eu vivo.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Trago no meu olhar.

Na foto: leitora aniversariante, Guidá Souza.

                                                           

 Trago no meu olhar, paisagens do ser que eu sou, trago no meu olhar a vontade de viver tudo que há de bom nessa vida! Trago no meu olhar, a vontade de amar, a vontade de ser amada, trago no meu olhar cada passo que eu dei nessa minha curta longa caminhada.
 Trago no meu olhar, a porção mulher que ainda entende e sente saudades dos tempos de menina. Trago no meu olhar, a lua e o sol, trago no meu olhar o brilho do meu sorriso. Trago a alegria por estar viva. Eu trago a minha pele nua e crua de qualquer maldade, trago a minha essência feminina, essência mulher, essência do amor e da verdade. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Eu acredito no meu deixar de ser.

Na foto: leitora, Fabíola Senna.



        Eu acredito no meu deixar de ser. Eu acredito que sendo do jeito que eu sou, eu sou mais eu. Eu faço festa para quem eu gosto e trato bem até quem entrou na minha vida de penetra, tudo bem, não é a conduta mais correta! Entrar na vida de alguém sem ser convidado? Eu trago no peito, dores e amores, trago pedras e flores, trado dias de sol e dias nublados. Eu trago dias úteis e feriados, trago comigo a certeza de que sou mais eu.
        Eu acredito no meu deixar de ser. Eu não sou romântica ao pé da letra, mas letras bem organizadas podem e já me ganharam. O tempo não fez tatuagens em mim, mas faço questão de trazer na memória, tudo o que eu vivi. Não sou frequentadora assídua das missas aos domingos, mas como um farol, a minha fé me guiou até aqui.
       Eu acredito no meu deixar de ser. Eu não aceito que homem nenhum me ligue fora de hora a cobrar. Mas eu cobro atenção de quem tem ligação intima comigo. Se quiser me ganhar, não me prometa um amanhã ensolarado, apenas cole do meu lado neste hoje chuvoso e me convide para um bom vinho.
      Eu acredito no meu deixar de ser. Não sou de deixar me levar por quem grita aos quatro cantos do mundo que me ama. Sou mais aquele que me leva para um canto aconchegante do mundo e me mostra do que o amor e capaz.  Eu recebo em minha casa quem eu gosto, mas trato bem até quem fica lá fora na calçada, esperando o meu tropeço. Tudo bem! Fazer o quê? Eu sou feliz desse jeito. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Hoje eu senti saudades de mim.(baseado no relato da leitora,Munik Faustino)

Na foto: leitora, Munik Faustino.

                                          

             Tenho saudade de mim, tenho saudade de uma época em que não existia o fim. Tenho saudade de quando a saudade era gostosa de sentir. Tenho saudade da doce ilusão de que as coisas nunca mudariam, saudade de mim. Tenho saudade das nuvens feitas de algodão, das bolhas de sabão ganhando os céus dos meus sonhos.
             Tenho saudade de mim, tenho saudades das doces transformações que o espelho, muito, impacientemente me mostrava. Tenho saudades de algumas coisas que o tempo, não por maldade e, mais por necessidade, afastou de mim. Saudade da lua que visitava minha janela e me contava lindas histórias de amores perfeitos. Saudade das saudades que bobamente, doíam o meu peito.
             Tenho saudade de mim, saudade da menina que conversava com o diário, saudade de antigas amigas e, do nosso vestuário que nos dava uma identidade toda especial. Tenho saudade de mim, saudade das longas conversas que eu tinha comigo mesma. Saudade dos conselhos mais verdadeiros e certos que eu já recebi na vida. Sei que as coisas mudam, sei que eu mudei, sei que os dias mudaram. E, é por isso que eu, hoje, senti saudades de mim.     

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Mais uma vez eu estou aqui, velho mar. (para minha amiga, Andressa Cristina)

Na foto: leitora, aniversariante do dia, Andressa Cristina.

                                       

       Mais uma vez aqui, velho mar. Mais uma vez você a me escutar. Por isso, mais uma vez eu estou aqui, velho mar. Lá, na Selva de Pedras que eu estou, me acompanha a saudade do horizonte. Moram em meu peito, apenas saudades aos montes. Saudades, daquele tempo em que a gente, toda tarde sentava à beira do pôr-do-sol para papear. Por isso, mais uma vez eu estou aqui, velho mar.
        Lá, na Selva de Pedras que eu estou, o pôr-do-sol também me apresentou um bom amigo chamado, Lago Paranoá. E a gente passou a conversar, conversas de mar com um lago, dá para acreditar? Amigo, sinto falta do seu sorriso Horizonte, sorriso que tanto me deu esperança de dias melhores. Sinto falta do seu olhar de lua, lá na Selva de Pedras que eu estou, raras, são às vezes, que a lua vem brilhar na minha janela. Por isso, mais uma vez eu estou aqui, velho mar.
       Lá, na Selva de Pedras que eu estou, me acompanha um punhado do meu querer voltar, um punhado de jangada ao mar, um punhado da vida que eu tinha aqui. Por isso, mais uma vez, eu estou aqui, velho mar.   

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Do meu coração.

Na foto: leitora aniversariante, Alessandra Freitas.

                                               

            Do meu coração, digo apenas que conheço o que sou. Digo apenas que entendo suas mais intimas verdades. Do meu coração, não sei um por cento da sua terça metade. E, o que eu mais me recordo é aquela infinita vontade de ser mar. Do meu coração, uma canção em Si menor, uma visão do que há de bom. Bom de viver.  
            Do meu coração, digo apenas dos arranha-céus e bolhas de sabão, intensa indecisão de um, eterno: o que fazer? Digo apenas dos fantasmas e monstros que assolaram os corredores dos meus sonhos de menina. Digo apenas que procurei um manual para seus tantos defeitos. Do meu coração, digo apenas o que me diz respeito.
            Do meu coração, digo apenas dos amores que ele não amou. Digo apenas dos amores que o amaram muito. Do meu coração digo apenas de um amor que ele nunca confessou. Digo apenas desse amor que o transformou. Do meu coração, digo apenas das casinhas de telhados simples, lá da vila chamada, infância. Digo apenas que à medida que eu o conheço mais, menos eu o conheço.
           Do meu coração, digo apenas do enorme apreço que eu tenho, por esse ser que, na ilusão de querer conhecê-lo bem, mal o conheço.         

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eu acreditei quando não tinha certeza de nada.

Na foto: leitora, Patricia Soares.

       

       Eu acreditei quando não tinha certeza de nada. Calada, a minha fé falou mais alto! Ela rompeu o asfalto, ignorou placas de advertência e, me deu a consciência de que eu poderia vencer. Perder? Nunca foi se quer, por ela pensado. Ela só me pediu para tomar cuidado, porque o pecado sempre morou e sempre morará do lado de cada um.
       Eu prossegui, quando supostamente não havia mais caminho. E como um farol, como uma bússola, a minha fé me guiou: às vezes, a escuridão nos ajuda a entender o verdadeiro significado da luz. A escuridão abriu meus olhos e fez com que fosse possível, eu distinguir mentiras em pele de verdades.
      Eu caminhei, quando a minha vontade era só de ajoelhar e chorar. E como brisa do mar que toca o seu rosto em dia bonito. E como vento que sussurra ao pé do ouvido, a minha fé me disse: Vai! Que de joelhos, só diante do pai! Vai! E não olhes para trás!  Vai! Porque vitória é o nome do seu caís!   

domingo, 13 de janeiro de 2013

Pelo que fomos

Na foto: leitores, Renata de Oliveira e Everton Lima.

                                           


Pelo que sou
Pelo que foi
Pelo que fomos
Pelo amor de Deus!
Para e pense
Pare e pare
Pare com isso
Pare pelo amor de Deus
Leve em conta
Leve a sério
Leve  o que fomos
Me leve pelo amor de Deus
Deixa de besteira
Deixa de bobagem
Deixa  disso
Deixa pelo amor de Deus.
Pelo que fomos,
Pare e pense,
Leve em conta,
Deixe ficar o amor,
 Pelo amor de Deus.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Esse é o velho novo lixo do futuro

Na foto: Renato Medeiros.




Restos de noticias de ontem,
Pedaços de boas vindas,
Um bilhete de aeroporto,
Um rosto exposto numa foto três por quatro.
Um amontoado de disse me disse,
Uma caixinha de musica quebrada
E esquecida pela linda bailarina de porcelana.
Apesar do sol forte,
Em algum momento, começará a chover
E tudo será consumido pela lama.
Uma velha TV que não reconhece mais o mundo,
Uma triste caixinha de fósforo que
Foi esquecida pela modernidade.
Esse é o velho novo lixo do futuro.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Eu acreditei.

Na foto: leitora, Cristiana Trindade.



               Eu acreditei quando ele me disse palavras de um novo amanhã, eu acreditei quando ele me disse que eu era o seu divã, eu acreditei quando ele disse: “eu voltarei!” Eu acreditei! Eu acreditei quando ele me falou que iria me levar para um lugar chamado, Felicidade.
         Eu acreditei quando ele me prometeu lindos passeios pelas auroras de minhas retinas, eu acreditei quando ele me chamou de sua menina. Eu acreditei!
             Eu acreditei quando ele me disse que eu era única, eu acreditei quando ele me chamou de flor, eu acreditei quando ele me disse que foi aninhado em meus braços, que ele se sentiu verdadeiramente seguro. Eu acreditei quando ele disse: Eu juro! Eu acreditei quando ele disse: “eu voltarei!” Eu acreditei!
          Eu acreditei quando ele caminhou comigo de mãos dadas, eu acreditei quando ele me presenteou com uma dúzia de madrugadas. Eu acreditei nas pétalas de rosas enfeitando nossa cama, eu acreditei quando ele me falou que o nosso destino era o altar. Eu acreditei! Eu acreditei quando ele me disse que era necessário partir, acreditei quando ele disse: “voltarei antes mesmo que a primavera volte a dormir”. Eu acreditei! A primavera dormiu, ele não voltou e até hoje, eu o espero aqui.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Eu coloquei os meus pés na água do mar.

Na foto: minha filha postiça, Poliana Moreira. Alcobaça/BA.

                                                  

           Eu coloquei os meus pés na água do mar, eu coloquei uma ideia de paz na cabeça e fui caminhar. Eu viajei para um lugar distante do que eu era e sou, eu viajei para um lugar onde meu pensamento nunca caminhou. Eu me vesti de branco e resolvi esquecer todo o pranto que eu derramei. Meus pés, como duas crianças corriam e abraçavam a linda areia da praia de uma vida que eu não conhecia.
            Dancei envolvida pelo belo balé das ondas e teci meu novo sorriso com a linha do horizonte. Caminhando por essa linda nova orla da minha esperança, entendo que fora preciso,anteriormente, caminhar e tropeçar naquelas dolorosas pedras que eu encontrei. Aqui, vestida de branco, oferecendo paz aos meus pensamentos e, tendo o pôr-do-sol na palma da minha mão, percebo que o meu coração precisava desse momento com ele mesmo.
           Eu coloquei os meus pés na água do mar, eu coloquei uma ideia de paz na cabeça e fui caminhar. Eu me vesti de branco e deixei que a natureza me enxergasse, de uma forma como nem eu mesma nunca me enxerguei. Linda, mulher e feliz. Eu me vesti de branco e estou aqui. Pés na água do mar, brisa do mar a me acariciar e um novo desejo de viver. Eu coloquei os meus pés na água do mar e dancei com as ondas lá na praia. Eu me vesti de branco e descobri que ainda posso ser muito feliz!   

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Escrever é parte de um todo do meu viver.

Na foto: Eu, André Mantena.



           Eu escrevo meus textos, como quem caminha pelas areias das mais belas e companheiras praias de algum apego. Eu escrevo porque eu tenho medo, medo de encarar e pensar nos meus medos. Eu escrevo meus textos, como a natureza escreve tudo o que é belo. Escrevo porque o ouro precisa do tom amarelo. Escrevo porque nem tudo o que eu escrevo eu digo. E nem tudo o que escrevo é o que eu penso. Escrevo também o não dito, porém pensado pelos os outros.
            Eu escrevo meus textos, como quem tem a necessidade de viver outras vidas. Escrevo como se eu tivesse vivido ou vivesse essas outras vidas. Eu escrevo meus textos, como se eu precisasse deles para respirar. Eu escrevo meus textos, como quem precisa diariamente enfrentar o espelho. Escrevo porque meus textos são os meus maiores conselheiros. Eu escrevo porque o ato de escrever é parte de um todo do meu viver.
             Eu escrevo meus textos, como quem perdeu um alguém e nunca mais se recuperou. Eu escrevo meus textos, também feito alguém que, precisou partir e deixou chorando um grande amor. Eu escrevo meus textos, porque eu me confundo com a minha própria dor. Eu escrevo os meus textos, como quem mesmo tendo medo dos seus medos, precisa encarar os fantasmas de seu dia-a-dia. Eu escrevo meus textos, porque eles se confundem com a minha existência.   

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ele continua aqui, dentro de mim.


                                        


Na foto: amiga e leitora, Mariana Reis.
        Ele continua aqui, calado, acanhado. Às vezes me cobra aquela canção que nós ouvíamos e que se tornou nossa trilha sonora. Ele continua aqui, meio esquecido, meio avesso ao meu viver. Às vezes me cobra certas lembranças de um tempo bom, tempo em que havia tempo para passarmos o tempo. Ele continua aqui, mansinho, manhoso. Às vezes ele se mistura ao rotineiro aroma de café fresquinho. Ele continua aqui.
        Ele continua aqui, limpo, lindo. Às vezes me olha com olhar de “novamente nós dois”. E, logo se recolhe e volta a me olhar com um olhar de “deixa para depois”. Ele continua aqui, calmo, paciente. Às vezes me pega no colo e me pergunta por qual razão eu tanto choro? E após me acalmar, ele volta a repousar. Ele continua aqui.
       Ele continua aqui, companheiro, amigo. Ás vezes se faz de inimigo para me forçar a voltar a viver. E logo em seguida, ele volta a adormecer. Ele continua aqui, eterno e para sempre. Ele continua aqui, esse amor que o Acaso levou, mas que ainda vive aqui dentro de mim. Ele continua aqui, vivendo dentro de mim.  

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Vejo o meu caminhar, caminhar por ali.

Na foto: leitora, Zilma Ferreira.

                                        


               Vejo o meu caminhar, caminhar por ali, vejo todo o trajeto que eu fiz até chegar aqui. E avaliando minhas ações e decisões, acho que não faria nada diferente. Acho que tudo que aconteceu, tinha que acontecer. Profanei solidão, cultivei a árvore do não e não dei sombra para ninguém. Eu também deixei de fazer o bem! Presenciei procissões de lágrimas e até sei, que estive presente em algumas muitas orações. Por vezes, eu deixei de ser "mil verões".
            Agora, observando e reavaliando a jornada do meu caminhar, também sei que após cair, eu pude levantar e perceber o quanto é importante entendermos os nossos erros. E percebendo onde eu errei, eu fiz do amor o meu senhor, o meu  rei. Foi assim que eu, realmente, mudei. Cultivei sorrisos, distribui abraços sinceros e dei um novo sentido ao meu melhor e maior amigo, o espelho.
       Agora, vendo o meu caminhar, caminhar por ai. Tenho certeza que sou feliz. Porque mais dolorosa que a sensação de saber que magoamos o nosso  próximo. É a sensação de sabermos que poderíamos ter reparado o nosso erro e não o fizemos. Por isso é que eu reparei e tento reparar os meus.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Alma de um porto chamado, espera.

Na foto: amigo e leitor, Ugo Cesar Loroza.

                             

            Alma de um porto que vive a contemplar o horizonte, montes de um ser que jamais esqueceu o brilho de um olhar. A vida que não viveu aquele grande amor, quer se levantar. Litorais firmados na essência de um verão, uma multidão formada por um ser quase só. Quase, se não fosse essa imensa saudade, saudade daquele amor que minha alma não viveu.
           A força que move minha alma neste porto, faz e refaz alguns rostos que, o tempo tenta apagar. Voa alma que acaricia a espera! Alma, quem dera ela um dia voltar. Saudade que acompanha esta minha triste alma, transforma em calma, a vontade que minha alma tem, de não mais esperar. 

sábado, 5 de janeiro de 2013

A minha cidade me guarda debaixo de suas Asas.

Na foto: amiga e leitora aniversariante do dia, Andréa Vasconcellos.

                              

        A minha Cidade me guarda no colo e me chamada de filha, a minha cidade é minha ilha, meu paraíso, nunca deserto. A minha cidade é o refugio certo para o meu coração. Ela canta e dança todos os ritmos, ela possui várias tribos e fala vários sotaques. A minha cidade não deve nada a Paris, Nova York ou Barcelona. A minha cidade é a dona do pôr-do-sol mais admirado do mundo.  
        A minha cidade me guarda nos braços e me chama de filha, a minha cidade fica a milhas e milhas do lugar chamado, solidão. A minha cidade está em constante ebulição cultural, ela fica linda quando se veste de Natal. A minha cidade é uma jovem senhora que adora rock and roll, viaja no reggae e agora dança forró. A minha cidade fez do som sertanejo, uma balada muito melhor.
      A minha cidade possui lindos parques que se confundem com as mais modernas construções, ela tem um jeito diferente de se deixar fotografar. A minha cidade me guarda debaixo de suas asas e me chama de filha, a minha cidade tem o brasileiro nome de Brasília. A minha cidade é a matriarca de uma singular família chamada, Distrito Federal.    

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Eu sou um cara de fé.

Na foto: amigo e leitor, Edson Machado.



            Eu sou um cara de fé, eu acredito na força da fé. E por ter fé, em tudo eu acredito. Eu acredito na cor branca no dia de sexta-feira, acredito nas propriedades do chá de Erva Cidreira, acredito na folha de Guiné. Eu acredito na força da fé! Eu acredito no galho de Arruda, acredito no grito de “Deus me acuda”, eu acredito que quem tem boca vai à Roma. Eu acredito na força da fé. Eu acredito na paciência, acredito na pureza da inocência, eu acredito na força da resposta das crianças (Gonzaguinha que me permita).
           Eu sou um cara de fé, eu acredito na força da fé. E por ter fé, em tudo eu acredito. Eu acredito na sabedoria do pescador e no respeito ao mar. Acredito na força das ondas e no que dizem as gaivotas no ar. Eu acredito no balanço da maré. Eu acredito no Axé das fitinhas do Senhor do Bonfim. Eu acredito na força da fé. Eu acredito que devemos guardar os sábados, acredito na força do Pai nosso de cada dia, acredito na oração que embala a Romaria. Eu acredito na força da fé.     
          Eu sou um cara de fé, eu acredito na força da fé. Acredito na missa aos domingos, acredito que o Pai vem vindo, eu acredito no canto da sereia. Eu acredito no Espiritismo Segundo o Evangelho, eu acredito na força do Evangelho. Eu acredito na força da fé. Eu acredito na descrença do Ateu, acredito na vida que Deus me deu, eu acredito na união das raças. Eu acredito no povo reunido na praça, eu acredito em quem acredita em Deus. 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Levamos um Love

Na foto: amiga e leitora, Vanessa Oliveira.



     Levamos um Love, levamos a sério e, o nosso lance ficou tatuado na longevidade. Levamos um Love e pode-se dizer que o nosso lance foi eterno porque jamais esqueceremos tudo que rolou entre nós. Levamos um Love legal e leve, algo lindo e livre.
      Um Love que nunca lamentou não ter acontecido há muito mais tempo e, nunca se arrependeu por ter ficado para trás. Porque ele aconteceu no tempo certo e como tinha que ser. E é por isso que eu digo: "levamos um love".

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Eu posso tocar o céu.

Na foto: amiga e leitora, Tásia Silva.

                                                         

 Eu posso tocar o céu, eu toquei o céu, eu me vesti de nuvem e conversei com Deus. Eu toquei o céu, abrir o meu peito e me fiz renuncia de tudo que não me acrescentou em nada. Eu posso tocar o céu, eu falei das minhas imperfeições e agradeci por ser imperfeita. Eu me vesti de nuvens e deixei as mãos divinas me guiarem por entre as alamedas da minha vontade de acerta.
       Eu pude tocar o céu, eu pude entender o mel e aceitar o fel que a vida muitas vezes me ofertou. Eu me vesti de nuvem! E como nuvem eu tive a oportunidade de ser clara e pura, tive a oportunidade de entender a essência da minha real criatura. Eu pude tocar o céu, eu pude ser acolhido no colo de Deus e, ele me compreendeu e me perdoou de todos os meus erros. Ele me fez nuvem e disse que através da minha fé, eu poderia voar.