sexta-feira, 31 de maio de 2013

Quero um amor que eu ame amar.

Na foto: leitora da semana, Nathy Gomes.



      Não quero apenas amar, quero amor para amar durante minha vida toda. Amor que me deixe boba e sem noção, quero frio na barriga e suar as mãos, quero que me faça imitar avião. Quero um amor que eu ame amar. Não quero um amor de desculpas escritas a lápis e que se apagam com o tempo. Quero um amor de frases tatuadas nos muros da cidade e que se eternizam no firmamento. Quero um amor que eu ame amar.
     Não quero apenas amar, quero um amor que esteja presente no perfume das flores e no nascer das minhas futuras manhãs. Não quero um amor que finja ser politicamente correto. Quero um amor com sabor de maçã, sabor de pecado, mas pecado abençoado por Deus e que me cause arrepio por natureza. Quero amor pés descalços que me leve bem alto e que me faça alcançar as nuvens. Quero um amor que eu ame amar.

    Não quero um amor de horas marcadas, quero um amor que vare as madrugadas e que tenha compromisso apenas com a nossa eternidade. Quero um amor que transite entre os hemisférios da vontade e da saudade. Amor que saiba a pitada certa para temperar o sentido de ir e vir. Quero um amor que eu ame amar e me faça muito feliz. 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O tempo não fala mais comigo!

                                     
Na foto: leitor, Junior Brazuca.

O ponteiro do meu relógio recita:
Amigo! Amigo! Amigo!
O tempo não é mais seu amigo!
Ausência estacionada aqui dentro,
Nada de novo,
Nos meus novos pensamentos.
E o meu relógio recita:
Amigo! Amigo! Amigo!
O tempo não fala mais contigo!
Estou à beira mar,
À beira do luar,
À beira da loucura,
À margem de mim.
E o meu relógio recita:
Amigo! Amigo! Amigo!
Quando perdemos um alguém especial,
O tempo perde o tempo
E parece não ter fim!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sobre o que é preciso escrever.

Na foto: leitor e primo, Luis Augusto.


Escrevo histórias,
Verdadeiras, não reais
Histórias que serão
E outras que nunca mais...
Sobre o sorriso
Sobre o que é preciso escrever
Sobre mim mesmo
Sobre você
Sobre amores
Sobre reis
Que talvez
Você nunca mais...
Escrevo sobre lágrimas
Que viraram mar
Que viraram chuva
 Sobre o nascimento do vinho
E o morrer da uva
Sobre partidas
E sobre os abraços das chegadas
Escrevo sobre a vida
Que vive consumindo

Essa longa estrada.

terça-feira, 28 de maio de 2013

A vida sabia o que dizia. (para Thaísa Sousa, a irmã que o campo espiritual me deu.)

Na foto: leitora aniversariante do dia, Thaísa Sousa.


         A vida ensinou-me a ser nuvem, revelou-me a emocionante peleja do vinho para deixar de ser uva. Ventilou-me frases Ventias de uma canção de certo compositor Baiano. Ensinou-me a  cultivar livros de versos livres e histórias leves, a buscar nos vastos dicionários pequenos significados para o verbo viver. E na sacada do vento o tempo fazia-me amadurecer.
    A vida lapidou o meu sorriso e revelou-me que o paraíso existe dentro de cada um de nós. Ela revelou-me que de nada adiantaria gritar para os quatro cantos do mundo, se eu mesma não acreditasse na minha própria voz. Eu pus os meus pés no chão e alcancei as estrelas, fiz valer a minha condição de mulher e coloquei o mundo em minhas mãos.

       A vida avisou-me que minha trajetória não seria nada fácil, mas também deu-me a esperança de que seria repleta de amores e amigos. Deu-me a certeza de que não faltaria pão e abrigo para os meus dias. A vida no dia do meu nascimento sabia o que dizia! 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Senhor, Eu não sei brincar de amar.

Na foto: leitora, Poliana Moreira.


 Senhor!  Eu resolvi brincar de amar e agora não consigo sair desse playground. Senhor! Não era para ser assim, era para ser apenas um lance “nada a ver” e agora parece que eu vou morrer! Acho que nuca soube e ainda não sei fazer jus a esse papo de Livre Arbítrio. Livre? Então porque que me sinto presa a essa doce e perigosa brincadeira de amar? Achei que conhecia meu coração; não, não, não!
Senhor! Confundi paz com tédio, falta momentânea de carinho com solidão. E agora, olha como ficou o meu coração! Ando cabisbaixa, conversando apenas com as minhas canções preferidas. Meu travesseiro bem que me disse: “Com esse tal de amor, não se brinca!”. Os beijos que no inicio eram de sabores sortidos, agora só têm um sabor; saudade! E isso está acabando comigo!

       Senhor! Eu não sei brincar de amar. Achei que era só beijar na boca e não me apegar! Agora onde ele está eu também quero estar. Quis brincar de amar, mas sempre fui uma boba romântica. Por outro lado, ele sempre soube e continua brincando; pega não se apegando. Senhor! Meu coração é pequeno demais para tanta dor, faz um milagre em meu peito e eu prometo nunca mais brincar de amor. Faz, Senhor!

domingo, 26 de maio de 2013

Nuca se apagará (em memória a mãe da leitora, Vera Lúcia)

Na foto: A leitora, Vera Lúcia e sua Mãe.


Nunca deixará de ser
Nunca passará
A linha sinuosa do tempo e espaço
Cessará essa sensação de vazio.
Nunca esquecerei
Sempre lembrarei
Dos passos corretos
E braços abertos para me abraçar.
Das vezes que eu não amanheci
Das noites em que a felicidade
Não estava feliz
Ela estava lá.
Nuca se apagará
A sua memória,
A sua trajetória

Nunca passará. 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

No existir da linha do tempo.(Aos Simões da minha Pequena Mata de São João, BA.)

Na foto: meu pai e os seus irmãos em Mata de São João,BA.



Relatei minhas pegadas
No existir da linha do tempo
Vento e pensamento
 Segui em frente amando o tempo.
A minha direita vi o nascer de tantas outras histórias,
A minha esquerda vi entes queridos indo embora
E eu segui  em frente questionando o tempo.
A velha estrada que ligava
A capital dos meus sonhos ao interior do meu coração,
 O trem que nunca deixou de passar,
A carta que nunca deixou de chegar,
Meu velho Diamante que até hoje continua a brilhar.
Os paralelepípedos que ainda correm por toda a cidade,
O cheiro de mato verde e fruta madura,
A crença em místicas criaturas,
Lindas histórias nas noites de luar.
O Ginásio, a Rodoviária, a Estação
Amigos que ficaram,
Amigos que partiram,
A terra, o tato, o trem
No mundo inteiro não tem
Lugar como minha cidade natal,
Minha pequena Mata de São João.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Daqui do chão de pé no chão.

Na foto: leitora, Alessandra Freitas.



 Daqui do chão o vão de lá do céu
mais se parece algodão
Daqui do chão de pé no chão
eu toco as nuvens e o avião.
O avião que de lá do céu
 Vem pousar na palma da minha mão
 Daqui do chão minha felicidade
É pé no chão.
Sorriso escorre pelo piso liso
Do meu coração
Que de grão em grão
Se transforma em plantação.
Daqui do chão
De pé no chão
Corpo no chão
Ouço as batidas do meu coração.  

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ler o que não está escrito.


                                         
Na foto: leitor, Rodrigo Alves.

Ler o que não está escrito,
Dito o que não se falou,
A voz do silêncio cortou o ambiente,
Corrente que o mar não abraçou,
A Frente e o verso
De uma mesma moeda,
A fresta por onde alguém olhou.
Ler o que o futuro deixou no passado,
Viver um presente que não me presenteou,
Passo por onde um dia eu passarei
E darei de bandeja a minha vontade de esquecer,
Ficou sem verdade o som do meu não
E o sim do meu coração,
Se foi com o último anoitecer.     

terça-feira, 21 de maio de 2013

Esse new look é o ponto de partida de uma nova mulher.

Na foto: leitora e amiga, Fabíola Senna.



      Eu estou me reinventando, estou buscando dentro do meu museu de novidades uma velha verdade que me faça viver. Estou expondo cada passo que dou para lugar algum, aprendi que vasos em preto e branco não dão vida a flores coloridas. Então, achei por bem mudar a cor do mundo e comecei pintando o meu interior. Realizei uma DR com o meu espelho e esse batom vermelho é o ponto de partida para uma nova mulher.
  O tempo, eu o reformulei na figura dos meus cabelos, luzes e um new look para dizer para o mundo que eu estou viva. Atualizei meu guarda roupa e valorizei algumas curvas que andavam esquecidas. Vasculhei algumas gavetas do meu coração e joguei fora tudo que apenas fazia volume. Amores bem sucedidos, olhares correspondidos e beijos roubados à beira mar, esses eu fiz questão de preservar.
   Eu estou me reinventando, estou reorganizando os espaços desse condomínio de ideias que é a minha mente. Reafirmei o brilho do meu olhar e estou deixando a minha autoestima me guiar por veredas que jamais imaginei conhecer. Mergulhei pelas quimeras do meu ser e renovei o meu espelho. Por isso, esse new look é o ponto de partida de uma nova mulher. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Perdoar é achar uma saída nas vielas do orgulho

Na foto: o pequeno, Gabriel (Biel) filho dos leitores, Thaísa e Vitor.



        Perdoar e cultivar o perdão no nosso coração é tarefa árdua, tarefa paulatinamente trabalhada na compreensão e no amor ao próximo. Perdoar é renunciar ao espelho e entender os conselhos de esferas superiores. É reconhecer que somos um amontoado de entulho, entulho de um ser em eterna construção. Perdoar é achar uma saída nas vielas do orgulho, é não aceitar que viela é um beco sem saída.
        Perdoar é mais do que entender que o ser humano é falho, é entender que também somos falhos e que na maioria das vezes, por não conhecermos as nossas fraquezas, dependemos do perdão alheio. Precisamos compreender a via de mão dupla chamada perdão. Não ajuntemos falso tesouro adquirido à base de míseras moedas de rancor e mágoa.  
       Assim como o pão perdoa a fome, a natureza perdoa o homem, a noite perdoa o dia; exercite o perdão no seu dia-a-dia! Assim como a pesca perdoa o pescador, assim como a caça perdoa o caçador; exercite o perdão no seu dia-a-dia! Assim como a luz perdoa a escuridão, assim como sim perdoa o não, assim como a vida perdoa a morte; exercite o perdão no seu dia-a-dia! Tente! Comece perdoando o espelho.  

sexta-feira, 17 de maio de 2013

CINCO ANOS.(do leitor, Marcelo Meireles para a sua eterna noiva e esposa, Kelen Cristine)

Na foto: leitores, Marcelo Meireles e Kelen Cristine.



Cinco anos que tudo começou, que iniciamos esta caminhada juntos, que passamos a enfrentar as dificuldades naturais da vida, mas desde então como um casal.

Parece que foi ontem que te conheci, que te vi e me encantei pela primeira vez...

Seus cabelos longos... menina que cultivava semblante carismático, sorriso que penetrava no pensamento e que plantava naquele momento uma semente de sentimento bom.

Não escolhemos quando vamos conhecer alguém importante e especial em nossa vida, é quase impossível prever momentos assim, mesmo que passemos por fases em que nada esteja dando certo, e que muito desejemos que alguém apareça e possa fazer diferença num momento difícil.

Mas de repente acontece, e sem que você se dê conta, pode conhecer alguém que te proporcionará momentos únicos, e que dali em diante, pode se tornar mais importante pra você do que a si próprio. E foi assim que aconteceu quando te conheci, foi se tornando cada vez mais parte da minha vida, foi se alojando na minha mente e no meu coração, sem pedir, entrou e ficou...

Tantos momentos bons, outros mais complicados, momentos que pensamos em desistir, momentos em que passamos a não nos vermos um sem o outro, momentos que contribuíram para entendermos o valor verdadeiro de uma pessoa em quem se confiar ao nosso lado.

E assim os dias foram passando, a gente amadurecendo com cada barreira superada, comemorando cada vitória alcançada...

É verdade, muitas foram as brigas, mas muitos são os sorrisos também, e é deles que surge a inspiração para entender que as diferenças fazem parte de todo relacionamento, e que o respeito permite que a convivência seja próspera e promissora, e que traga bons frutos ao casal.

Por falar em fruto, o que dizer de um galego que surgiu há dois anos em nossas vidas?!

Seu desejo de ser mãe a princípio me assustava, me trazia receio relacionado ao momento na vida, receio da tamanha responsabilidade que acompanharia, e devido ainda não ter certeza se estava preparado, embora também tivesse um desejo incondicional de ser pai, mas não naquele momento.

Mas Deus quis assim, então recebemos a confirmação que ele estava à caminho...

Nossa!!!

Quanta coisa passou pela minha mente naquele dia... passado, presente e futuro borbulhando através de pensamentos, era difícil concentrar e tentar iniciar ali alguma espécie de planejamento, ainda mais pra mim, que sempre fui sistemático e metódico.

Outra verdade é que, até se pegar um filho no colo pela primeira vez, não temos noção de como é se sentir realmente importante para alguém, e então veio essa sensação, e com ela a certeza de um motivo pelo o qual nunca desistir, e sempre buscar algo melhor, e por fazer o bem, pois exemplo não se desenha, ou você é, ou não.

E impossível descrever rapidamente tudo o que vivemos nestes cinco anos, pois são inúmeras lembranças que passam pela mente numa data especial como esta, mas é legal olhar pra traz e ver como nós crescemos juntos, como enfrentamos cada dificuldade que surgiu, e que às superamos...

Fácil também é lembrar que nem tudo em nossas vidas seguiu uma ordem "natural", e isso permitiu entender que realmente a hora de Deus não necessariamente é a nossa, e que vida regrada de mais perde um pouco sua graça, e dar espaço para o inesperado é permitir que sejamos surpreendidos, e que possamos também surpreender um ao outro.

E é neste contexto que aproveito esta data não somente para homenagear essa pessoa maravilhosa que você é, e por tudo que tem feito na minha vida durante estes anos que estamos juntos, mas também para mais uma vez tentar te surpreender, e pra isso, preciso que me responda uma pergunta:

Kelen Cristine de Araújo Oliveira,

VOCÊ ACEITA SE CASAR COMIGO?

S2...S2...S2...S2...S2

Aguardo sua resposta...

Amo você e a nossa família!

FELIZ 5 ANOS!!!

Marcelo Meireles.

M&K&P

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Café com saudade.

Na foto: leitora, Mariana Reis.

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 De manhã, café com saudade e algumas fatias de lembranças. Pelos corredores da nossa antiga morada, um aroma de tudo que nós vivemos brincava de eternidade. Lá na cama, nosso edredom sentia o frio da sua ausência. Ao lado do guarda roupa, o seu velho chinelo ensaiava seguir os seus passos. Com a sua partida, a ordem natural das coisas ficou invertida.  
 Ao meu redor: nada da sua bagunça organizada, nada de meias e camisas espalhadas pela casa, nada do seu sorriso me dizendo: perdoe-me paixão! Hoje, a TV não quis contar as boas novas do esporte. Parece que a quarta esportiva não aconteceu.  Naquele momento, café com saudade. A sua ausência era algo novo e assustador, perceber isso nesta manhã, foi algo muito triste de aceitar.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vontade de nem pensar na noite que se foi.

Na foto: leitora, Ana Paula.



      Hoje eu não sei, não! Acordei assim, sem dar bom dia ao sol, dia sem querer chegar. Hoje eu não sei, não! Vontade? Deu não de levantar da cama! Um nó, um aperto no meu coração que deu vontade não, de levantar. Acordei nem querendo acordar, vontade? Só de ficar abraçada ao travesseiro,  só de não ter vontade de nada.
    Hoje eu não sei, não! Acordei assim, querendo ser mar e inundar o meu quarto, querendo cantinho isolado do mundo, querendo descer do mundo. Vontade de janela fechada o dia todo, quero não, pensar na noite que se foi. Levantar? Quero não! Acho que esquina nenhuma acolherá minha angustia. Hoje, acordei assim, entendendo não, a noite de ontem.
  Hoje eu não sei, não! Acordei assim, celular desligado, facebook bloqueado; recado na porta: hoje, faz de conta que também estou morta! Acordei chuva, chuva querendo não, colo de amiga. Querendo não, conselho de que amanhã tudo mudará. Sei lá quero não, levantar! Vontade de apagar o que está aceso na minha memória. História triste essa de se despedir para sempre de alguém que a gente tanto ama!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Houve um tempo em que você inventava tempo para mim.

Na foto: leitora, Andressa Cristina.



   Houve um tempo em que você tinha tempo para passear comigo de mãos dadas pela vizinhança, um tempo em que você tinha tempo para me ensinar a acreditar em um futuro melhor. Houve um tempo que você não deixava os fantasmas da solidão invadirem o meu quarto, um tempo em que ficar só era estar acompanhada de mim mesma.
    Houve um tempo em que você sempre encontrava tempo para recuperarmos o tempo perdido, um tempo em que você dizia perder a noção do tempo quando estava em meus braços. Houve um tempo em que você me fazia acreditar que não haveria tempo melhor se nós não estivéssemos juntos.
  Houve um tempo em que você inventava tempo para me dizer: eu te amo! Um tempo em que você dizia que não se preocupar com o tempo era o nosso maior plano. Um tempo em que você me levava para a beira da praia e víamos o tempo passar. Houve um tempo em que você me fazia feliz, um tempo em que o amor não tinha tempo para acabar. Hoje, eu espero não ter tempo para lembrar o nosso tempo, porque você partiu com o tempo para outro lugar.     

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Deus está no maior de todos os templos.

Na foto: leitor, Junior Brazuca.



    Deus está no maior de todos os templos, está no ato de acordar, na maravilha de um novo amanhecer, Ele está na luz e nos mistérios do anoitecer. Deus está no tombo inesperado, está no ser que tropeça no próprio orgulho, Ele está na obra pronta e nos entulhos. Está na lágrima no momento do diagnóstico da doença, está na crença e no processo de cura, Ele está na redenção do ser.
    Deus está no maior de todos os templos, está no sono de um bebê, no sim proferido no altar, está no olhar daquele que não sabe orar. Está na dúvida que separa o derrotado do vencedor, Ele está em qualquer manifestação de amor, está no pressentimento de mãe. Ele está presente na certeza do pescador e na esperteza do peixe que reconhece a morte disfarçada de anzol. Está na luz do farol.
    Deus está no maior de todos os templos, está no coberto que nos aquece no frio, está nas horas em que nos sentimos sozinhos, no leito conselheiro e amigo do rio. Ele está nas dores do parto e na hora da partida, está na firmeza da espera e no abraço de chegada. Deus está no maior de todos os templos, Deus está em cada um de nós.        

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Eu já vivi umas tantas dúzias de acontecimentos.

Na foto: leitor, Leandro Ribeiro.



 Eu já vivi umas tantas dúzias de acontecimentos, acumulei algumas léguas de experiência, por vezes fui chuva, mas sempre busquei as tarde de sol. Garimpei um tantinho assim de sorrisos, ausentei-me um tantinho assim do não e, entendi que humildade vem da terra e é prima irmã do chão.
 Eu aceitei ceder para acumular, aprendi a toque de lágrimas que o segredo do desapego é praticar a arte do não se apegar. Contabilizei tantos sonhos a dois em leitos que só cabiam apenas a doce, mas cruel realidade. Amei flores que me ensinaram a conviver com as feridas causadas pelos espinhos da despedida.  Rosa e Violeta: flores que exalaram saudade na minha vida.
 Eu já vivi umas tantas dúzias de acontecimentos, acumulei fracassos e sucessos, fiz da minha fé uma via onde sempre trafegou orações e algumas noites de revoltas. Porém no tabuleiro da minha vida, cada peça que o destino mudou de lugar, teve sempre uma razão de ser e a permissão do meu bom Deus. Então, como eu já havia dito anteriormente em alguma poesia: Se eu venci, venci! Se eu perdi, perdi! Desígnios do meu bom Deus.    

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Velhas novas de um cotidiano.

Na foto: leitor, Ed Cavallary.


    
   Nas bancas de jornal uma velha nova cativava as fatigadas retinas dos que por ali passavam. Velhas novas de um cotidiano que insistia em não se renovar, novas velhas de acontecimentos que já não diziam muito ao nosso se preocupar. A fome, o fumo, a fanática torcida de algum grande clube. Uma miscelânea de assuntos para se deliciar com os olhos. 
  Na primeira pagina, assuntos que a rotina se encarregou em deixar em segundo plano na vida de cada cidadão: Caos na saúde pública, suspensão do auxilio moradia, aumento no número de sequestros relâmpagos, Voos atrasados ou cancelados, super    engarrafamentos, roubos e inflação. Tudo, tudo, tão novo velho para nossa razão. Um asteroide visitava a nossa atmosfera, a bela agora dava o troco na fera e a simplicidade "Hermana" passava a comandar a igreja. 
   E a rotina banalizava tudo isso com longos goles de cerveja!
 Um indigente morto na cabeceira do nascer do dia, trapos humanos mendigavam um punhado de alegria; nossa primeira pagina recheada de segundas intenções.  E em letras GARRAFAIS: UM COPO, A COPA, UM CORPO enfeitava um anuncio muito louco que dizia: O BRASIL É O PAÍS DO FUTURO! 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ela já não veste mais o manequim trinta e oito.

Na foto: leitora, Van Oliveira.



Riscam nos céus algumas primaveras e ela já não veste mais o manequim trinta e oito. Ecoam por todo o seu quarto os fantasmas e receios de uma mulher de depois dos trinta. Porém um horizonte camuflado de imediatismo lhe diz: eu ainda sou o mesmo horizonte, essencialmente feito de eternidade. E lá no céu, riscam algumas primaveras.
O culto à forma perfeita, a super valorização ao espelho, sinuosidade forjada na fornalha de lindos e provocantes vestidos. Depois de algumas primaveras, tudo isso já não tem lá tanto sentido assim para ela. Hoje, já não tem certeza da cor do batom que quer ou deva usar. No cair dessas quase algumas primaveras, ela insiste em se preocupar com tudo aquilo que lhe possa cair mal.   
           Antes, a lei da gravidade era codinome para a sua autoestima. Hoje, a lei da gravidade é mãe zelosa e conselheira dos momentos de insegurança dela. Depois de algumas primaveras, aprendeu a conversar com o silêncio e a conviver harmonicamente com estrias e celulites. Aprendeu que a sua maior arma de sedução vem das curvas do seu coração. Vem da bagagem que ela traz no seu olhar. Depois de algumas primaveras, ela transformou o tempo na sua grande arma para enfrentar com majestade as mudanças do seu corpo.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Acho que foi bater e ficar.

Na foto: Casal de leitores, Munik Faustino e João Pedro Pires.



De cara eu já senti que seria amor,
Amor daqueles de tirar o fôlego,
Daqueles que fazem a gente cometer loucuras.
Na hora, uma parada muito louca
Tomou-me o céu da boca
E eu viajei nas possíveis realizações
Entre nós dois.
Acho que foi bater e ficar,
Amor desses que não se pode negar.
Acho que foi amor desses
Que só se ama uma vez na vida.
De cara, eu era a própria cara da felicidade,
Verdade seja dita, até a felicidade
Ficou com inveja de mim. 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Um dia eu chego lá.

Na foto: leitora, Sabrina Feliciano.




   Luz vista pela soleira do dia que vem. Alma que liquidifica os sentimentos transportados neste trem chamado vida. Na certeza do viver após a morte, no brincar de roleta russa da sorte, um dia eu chego lá. Vou pé com pé, passo na frente de passo, se passo apuros, não fico em cima do muro. Mantenho a minha certeza de que um dia eu chego lá.
   Júbilos habitam o meu coração, mesmo quando o meu olhar só alcança o deserto. Perto das minhas idéias desesperadoras, a certeza nas coisas que eu não vejo. A minha fé sempre me disse: um dia você chega lá.
   Li no diário noturno das minhas orações que o meu travesseiro é juiz e conselheiro das promessas do amanhã. Na palma da minha mão, o meu dia que um dia chegará. Caminhar um caminho de cada vez, entender que a mágica que transforma duas pessoas em população é a mesma mágica que transforma pensamento em realização. E caminhando o meu caminho, a minha fé me diz: um dia você chega lá.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mais do que sorte.

Na foto: leitor e amigo, Jota Santos.



Mais do que sorte, eu quero força de vontade, quero verdade escrita na linha do meu compromisso de viver, quero vencer.  Mais do que aplausos que se esvaem na janela do momento, quero reconhecimento do que fiz e sou, quero vencer.
Nada de palavras pinceladas e elogios de cristais, nada de caminhar descaminhos e não perceber a ilusão de ser um ser sozinho, nada de viver sem razão.  Mais do que agradecer a Deus pelos meus dias, quero merecer cada dia que ele me conceder, quero viver do meu suor e da permissão do meu bom pai. Mais do que sorte, eu quero força de vontade, nada de servir de peça descartável no tabuleiro do acaso. Quero a permissão do meu bom Deus para honrar meus compromissos e alcançar meus objetivos.     

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Aquele adeus foi o tudo.

Na foto: leitor, Manassés Gomes.




Esse ar triste foi pintado
pelo adeus que você deixou,
essa expressão de" não espero o amanhã"
nasceu com a ausência
do seu gesto de beijar!
Depois de você,
o espelho se tornou persona non grata
nas retinas da minha ilusão.
Esse triste quadro foi pintado
pelas fagulhas do tempo
que se fez ausente na minha paixão.
Aquele adeus foi o tudo
que deixou um vazio no meu peito,
Vazio que preencheu as minhas
expectativas de uma eterna solidão.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O que fizemos com a eternidade do nosso amor?


                         
Na foto: leitora, Tásia Silva.

O que fizemos com a eternidade do nosso amor? Ele não vingou ou fomos nós que não vingamos? Juramos eternidade, juramos fidelidade, juramos o sempre para todo o sempre. O tempo era nosso aliado, era nosso conselheiro dos conselhos calados. O tempo era para nossa anunciada surpresa, nosso maior contrário.
Ele nasceu no berço da imensidão, engatinhou nos bosques do infinito e agora vagueia nas veredas do esquecimento. Ele não vingou ou fomos nós que não vingamos? Juramos nunca mais solidão, juramos que seriamos um só coração, juramos transpassarmos o próprio tempo, mas o tempo não quis participar do nosso juramento.
 Mapeamos a via láctea com nossos olhares e viajamos para milhares de lugares com a força do nosso amor. Então, por que não vingou? O que fizemos com a eternidade do nosso amor? Ela não vingou ou fomos nós que não vingamos?