sábado, 1 de abril de 2017

O silencio sempre falou por mim.

Na foto: leitora e colaboradora: Alessandra Freitas.


                O meu silencio sempre falou por mim, falou tudo e todas as palavras que eu nunca consegui dizer. Daqui, do alto do meu silencio, virgulas e vielas nas entrelinhas dos tantos discursos não ditos, virgulas e vielas que nunca coloriram uma única oração. Daqui do alto do meu silencio, tantas palavras adormecidas que poderiam acordar essa cidade.
                O meu silencio sempre falou por mim, falou tudo e todas as palavras que nunca consegui proferir. Daqui, desse inquieto vão do meu silencio, apenas observações e indagações que nunca ganharam vida. Nunca abriram portas consideradas importantes, mas me mostraram janelas que sempre apontavam para uma nova chance. Daqui, desse inquieto vão do meu silencio, tantas interrogações que poderiam ser dissipadas se não fosse o meu silencio em forma de “Se”.
               O meu silencio sempre falou por mim, falou tudo e todas as palavras que nunca ganharam sons. Daqui, desse universo do meu silencio, textos escritos com belas palavras silenciosas, textos escritos com palavras traduzidas pelo meu tímido olhar.    

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