domingo, 31 de março de 2013

Riqueza vivida de mulher.


                             
 
Na foto: leitora, Solange Santos.

Não amontoei  riquezas de metal qualquer
Amontoei sim, riqueza vivida de mulher
Sorrir, chorei e léguas caminhei,
Mas riqueza vã, não amontoei.  
Garimpei ventos
E li na linha do pensamento
Fardo gostoso de amontoar,
Fardo feminino de carregar.
Do ouro, sei pouco do seu brilho
Do trem da riqueza,
Nunca passei estação
Nunca viajei pelos seus trilhos.
Não amontoei riquezas de metal qualquer
Amontoei sim, riqueza vivida de mulher,
Tesouro meu é tudo que trago no olhar,
Vida de mulher, legado divino de se amontoar. 

sábado, 30 de março de 2013

Se a minha maré continuar assim.


                                        
Na foto: leitor, Lino Mourais

Já faz um punhado de tardes
que a tarde deixou de sorrir para mim.
Já faz um bom ponteiro de tempo
que o tempo não tem mais tempo para mim.
Eu ando camuflado de dúvidas e porquês,
ando brigado com a sorte e me afastando
do norte que eu tracei para o meu seguir.
Ando me distanciando de mim!
Já sentenciei algumas solas de sapato
e ainda não me achei aqui dentro de mim.
Uma légua de promessas não cumpridas
e nem a pena teve pena de mim.
Nem o acaso como companheiro
e o que há de mais certo
é que tudo dará errado,
se a minha maré continuar assim.
Alguém ai em cima, tem piedade de mim!     

sexta-feira, 29 de março de 2013

Hoje eu deixarei meu coração voar.


                                               
Na foto: leitora, Van Oliveira.

Hoje eu deixarei meu coração voar, hoje eu libertarei esse meu coração, pássaro necessitando voar! Deixarei meu coração voltar a sonhar e a não voltar mais para esse amor que o agora; nunca mais... 
Hoje eu darei asas ao meu coração e deixarei que ele alcance as nuvens, deixarei que ele encontre um novo amor. Hoje, eu digo para ele: que magoa, ressentimentos e rancores, não ocuparão mais os cômodos e nem ficarão nos corredores das minhas lembranças.
Hoje, coração! Você vai voar e se libertar dessa decepção que lhe fez refém do medo de amar.    
               Hoje eu deixarei meu coração voar, hoje eu devolverei o sorriso ao meu lindo coração, hoje eu direi: Voe e alcance a imensidão! Hoje, meu coração esquecerá dos carinhos não sinceros, das palavras metaforizadas pelo dom de iludir, dos beijos beijados no propósito de mentir. Hoje, meu coração ganhará asas e irá ser feliz. Meu coração voará e conversará com o Pôr do sol, ele conhecerá novos olhares e entenderá que ficar preso ao passado, não lhe levará a lugar algum.
              Hoje, eu deixarei meu coração voar e novamente sorrir! Hoje eu deixarei meu coração apreciar novas flores e entender que jardins também são formados por espinhos. Meu coração voará e aprenderá a dar valor aos pequenos gestos de carinhos. Hoje, eu deixarei meu coração perceber que ele, mesmo voando, nunca estará sozinho.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Ela me disse através daquele abraço.


                                          
Na foto: leitores, Everton Lima e Renata de Oliveira.

  Ela me disse através daquele abraço que a vida não estava lá essas coisas! Ela me disse através daquele abraço que o mundo está girando na direção contrária. Aquele abraço me disse que ela está sofrendo um tantão assim, ela me disse, sim!  Ela me disse através daquele abraço que o seu maior desejo era que o mundo parasse naquele momento. Ela adoraria um movimento de não movimento.
  Ela me disse através daquele abraço que o amor está no coração, mas dói na alma. Aquele abraço me disse que queria um tantinho de calma. Ela me disse através daquele abraço que um turbilhão de contrários quer perpetuar a ausência do sorriso dela. Aquele abraço mudo, calado, me disse num soluço soluçado, que o coração dela estava apertado. Aquele abraço desejou que nossos braços nunca mais se desencontrassem.
 Ela me disse através daquele abraço, sem me dizer uma palavra, ele me disse tudo, apenas com um carente gesto daquele abraço, mudo!  

quarta-feira, 27 de março de 2013

Atitude!

Na foto: leitora, Paloma Lima.



   Atitude! A vida pede ou cobra de você. E quando a vida cobra ela quer receber! Não ande cabisbaixo, não ande se perguntando: o que eu faço? Faça! Atitude! A vida pede ou cobra de você! Atitude no seu jeito de ser, no seu jeito de caminhar, no seu jeito de ver a vida. Atitude no olhar, atitude no falar, atitude para encontrar uma saída. Seja você, respire você, mostre você. Atitude! A vide pede ou cobra de você!
  Na canção que você ouve, na roupa que você veste, na verdade que sai da sua boca! Atitude! No amor que você traz no peito, na forma de dar e receber respeito, no amor ao próximo! Atitude! A vida pede ou cobra de você. E quando a vida cobra ele quer receber! Não tenha medo, segredos ou receios, não abrace a solidão, não renuncie ao seu coração, não desista de ser você! A vida quando cobra ela quer receber!
Atitude! No seu estilo, nas cores do seu dia a dia, nas palavras com harmonia, no prazer em ser você! Seja você, ame você, respire você! Atitude! A vida quando cobra ela quer receber!

Segunda, 25 de março de 2013.   

sábado, 23 de março de 2013

Eu não acredito no acaso

Na foto: leitora, Meiriele Pessôa.



  Eu não acredito no acaso, mas no caso de amor, eu dou um crédito e prefiro que ele faça o papel de cupido. Pelo menos, comigo, tem que ser assim! Não sou de curtir encontros anunciados ou preestabelecidos por planos mirabolantes. Acho que duas pessoas precisam apenas da ajuda do destino. Afinal de contas, não falam por ai que tudo já está escrito nas estrelas?
  Eu não sou de frases prontas, mas curto aquela frase da musica do grupo Revelação que diz: “Deixa acontecer naturalmente” acho que o caminho é esse! Volto a dizer; eu não acredito no acaso, mas em matéria de relacionamento, não tem intermediador melhor! Um encontro sem prerrogativas e livre de intenções, assim deve ser. Sem antes, só o durante e o amanhã virá com o amanhã. Eu não acredito no acaso, mas em matéria de mor...
 Eu acredito que grandes encontros são frutos de grandes desencontros, o de repente, a coincidência, o mudar de rumo sem explicação. São todos instrumentos do universo e da sua divina conspiração. Eu não acredito no acaso, mas em matéria de amor, o não estar previsto é a melhor combinação.     

sexta-feira, 22 de março de 2013

Eu quero compor um samba para os meus dias.

Na foto: Cantor e leitor, Milsinho Mil Segundo.

                                    

  Eu quero compor um samba para os meus dias, quero versar pensamentos e sorrisos, eu quero rimar alegria aos dias que virão! Quero compor um samba para os meus dias onde a tristeza se encontre contente e a solidão não se sinta sozinha. Eu quero compor um samba que fale coisas lindas para o silêncio. É o que eu penso.
   Eu quero compor um samba para os meus dias, como quem compõe um partido alto. Quero gente feliz no morro e no asfalto, quero compor um samba intitulado: Isso é viver! Eu quero compor um samba para os meus dias onde todos os dias sejam sexta-feira, quero gente no supermercado e na feira, quero arroz e feijão na mesa de todo cidadão. Quero compor essa canção!
  Eu quero compor um samba para os meus dias, um samba de amores impensáveis e de paixões intermináveis. Quero compor uma melodia que homenageie o lindo gesto de beijar. Eu quero compor um samba para os meus dias, onde a velha e a nova guarda comunguem do mesmo espaço, respeito e opinião.
 Eu quero compor um samba para os meus dias, onde eu possa firmar a minha fé no meu santo protetor e que o refrão exalte glórias ao criador. Um samba santo de paz e amor! Eu quero compor um samba para os meus dias, onde a cada manhã eu possa agradecer ao samba por ele ter me escolhido. Um samba onde eu possa agradecer o que da vida, humildemente, eu tenho recebido.     

Sexta, 22 de março de 2013.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Acho bom você saber! (Compartilhe com uma ou várias pessoas especiais para você)


Na foto: leitora, Thaísa Sousa.
                                                  
     Acho bom você saber: que você me ensinou a enfrentar meus receios e a conversar com meus fantasmas. Vocês me fez entender que às vezes solidão é um mal necessário para a alma. Acho bom você saber: que você me fez perceber que sou mais forte aceitando as minhas fraquezas e que ter medo da dor é um processo mais doloroso que sentir a própria dor. Você me ensinou!
       Acho bom você saber: que você me ensinou a reconhecer sorrisos verdadeiros, pois falsidade é uma bijuteria com aparência de joia rara, e que seu brilho está repleto de armadilhas e ilusões. Acho bom você saber: que você me ensinou que ficar olhando para trás, só se for pelo retrovisor. Porque ficar acorrentado ao passado aniquila o presente e transforma o futuro em um grande quadro sem cor. Você me ensinou!
        Acho bom você saber: que você me ensinou a compreender que amigos de verdade se entendem até nos grandes desentendimentos e que amizade verdadeira também precisa ser uma via de direções opostas. Acho bom você saber: que você me ensinou a chorar de tanto rir e não ter vergonha de chorar quando é preciso! Você me ensinou tudo isso. Só achei bom você saber!   

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quer namorar comigo?

Na foto: novo casal de leitores, Geovane Cruz e Débora Silva.

                                                

   Quer namorar comigo? Eu prometo ser amor amigo, prometo correr perigo só para lhe ver de madrugada. Quer namorar comigo? Eu prometo ser seu amor inimigo, amante, conselheiro e divã. Prometo ser o pecado da maçã e todas as maravilhas que um doce pecado pode ter. Prometo que você será eternidade enquanto eu viver.
   Quer namorar comigo? Eu prometo ser fiel ao o que eu digo, e o que eu digo é que: “Eu serei fiel a você!” quer namorar comigo? Eu prometo ser o cara mais apaixonado que a paixão já conheceu, prometo ser aquele que fará tudo para você não chorar, mas se eu não conseguir, tenha certeza, darei meu ombro e chorarei também, se preciso for.
     Quer namorar comigo? Eu prometo que os seus amigos serão meus amigos, e juntos, formaremos uma tribo cujo pajé será o respeito. Quer namorar comigo? Eu prometo ter olhos para outras garotas, mas o meu coração será só seu. Prometo lhe aceitar e respeitar desse seu jeitinho que o meu bom Deus lhe concebeu.

terça-feira, 19 de março de 2013

Estranhe, não! Poesia diferente.

Na foto: leitor aniversariante, Edson Machado.

                                                     
Na levada que corre o sorriso,
Preciso dizer que amo dúzias de você!
E por isso, peço-lhe que não economize
Buquê de carinhos.
Nessa frase que leva sentido
Do universo que sou,
Amor no copinho para lhe ver.
Estranhe, não!
Quando gosto, asteroides e cometas
 No circular do meu dizer,
 É assim que amo você!
 Faz um tantinho de tempo
Que minha rede lhe espera
Para curtir a flor da tarde.
 Estranhe, não!
O que arde é ausência do seu ser.
 Longe, vou quando fico assim, sem presença sua,
 Olho para o céu e sussurro para a lua:
 Traz meu dengo para mim...
 Estranhe, não! Quando gosto,
 Colar de estrelas e flores no jardim.
Na súplica do tato
Que pede pelo ato do seu querer,
Dúzias de você para alegrar meu viver. 

Quarta, 13 de março de 2013.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Eu olhei para o céu!

Na foto: leitor, Ugo Cesar Loroza.

                                                

 Eu olhei para o céu e desejei jamais ser água parada, olhei para o céu e desejei jamais ser apenas mais um na multidão, eu olhei para o céu e desejei de coração. Eu desejei ser intimo do sorriso daqueles que eu amo, eu desejei jamais ser inimigo do olhar dos que se julgarem meus inimigos. Eu desejei!
 Eu olhei para o céu e desejei não ser um estranho para o espelho, desejei não ser paciente no divã da falta de amor próprio, eu olhei para o céu e desejei jamais odiar o amor. Eu olhei para o céu e desejei ser a continuação dos meus pais e, que minhas filhas sejam a confirmação de toda uma existência. Eu desejei que a vida fosse mais amor ao próximo, paciência e prudência.   
 Eu olhei para o céu e desejei ser o amor para o amor que eu escolhi para viver ao meu lado, desejei que os amantes entendessem a importância do ato de amar e ser amado. Eu olhei para o céu e desejei viver o sonho de vida que eu havia sonhado!


Segunda, 18, de março de 2013.

domingo, 17 de março de 2013

Fica calado!

Na foto: leitora, Bruna Moreira.



      Calado! Você não tem mais direito sobre mim! Você não sintonizou na minha estação, se deu mal, paixão! Agora, agora você tem o direito de ficar calado, porque tudo que você falar, não será mais registrado por mim! Eu fui a namorada perfeita, a mulher cabeça feita, aquela que lhe deixava à vontade. Pura ingenuidade! Você abusou e fez pouco do meu querer! Eu lhe avisei, agora vai se.... perder em correr atrás de mim. Tô nem ai! 
   Calado! Eu ressuscitei a mulher que bate de frente com o desdém masculino e você já deve estar sentido, que nessas curvas aqui, você não viaja mais. Nunca mais! Calado! Troque de canal porque o meu sinal, você não sintoniza mais! Vou beijar na boca e quebrar até o chão. E você, ex-paixão? Fica caladinho! Porque eu estou colecionando buquês de novos carinhos e já deixei os seus lá por algum lugar do passado. Então, fica calado!

sábado, 16 de março de 2013

No visgo do olhar

Na foto: leitora, Nalva Araújo.

                      

Na vanguarda que guarda o amanhã
Minha pele releva o apelo do tato,
No pecado exposto no mito museu da maçã
O bem e o mal andam juntos, mas separados.
 No apego do medo de um outro dia jamais
Quem  poderá julgar o querer?
No visgo do olhar escorre lendas de cais,
Na sacada da saudade eu espero você.
 Nada do que foi se foi
Ficou no que ainda virá
Um desejo vanguarda de nós dois,
Que martela para o meu apego, sentar e esperar.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Naquilo que não se vê.

Na foto: Eu, André Mantena.



     Naquilo que não sê, na voz que não se escuta, na curta estadia neste plano terrestre, Fé. Na razão para a cor azul do céu, no compromisso velado antes do nascer, na jornada leve ou pesada de cada ser, Fé. Na via que vem e vai, na chuva que sobe e cai, no destino escrito nas linhas da palma da mão, Fé. No sopro do silêncio, na canção do vento, no passo a passo do caminhar,na força e sabedoria do mar, Fé.
    Na hora da dificuldade, na falta da verdade, no discurso que impulsiona a obra, Fé. No sentido reto da justiça, na coerência do conselho, na retidão do julgamento, na espera por um milagre, Fé. Na busca por respostas, na necessidade do questionamento, na benção do pai, Fé. Norteando o nosso viver.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Palavras!

Na foto: leitora, Stéphane Garcia.

                                                      

    Palavras jogadas na face opaca do papel, véu de um céu que não jurou patrimônio. Antônimo ou sinônimo daquilo que ninguém diz. Palavra jogada na realidade do giz. O discurso replicado na vazão do não dizer e, o ser deixou de ser, ser. Quando a palavra ganha forma e contorno de navalha, prudência consiste em como pronunciá-la, porque se não, o verbo arrepender escorre pela vala.
    Palavras amontoadas em rumores de guerra. Erra quem não guerrear no campo do falar. O vulto e o visgo do olhar descem a ladeira do quase calar. É fato que a palavra pensada não colore papel, é trato firmado que pensamento falado perde seu lugar no céu. Palavra guiada pela bússola da verdade tem intenção de ser doce, mas pode ter o amargo gosto do fel.           

quarta-feira, 13 de março de 2013

Do que eu sou.

Na foto: leitora, Adriana Araújo.



          Do que eu sou, guardo pouco do que eu serei, porque o que eu fui, ainda reina em mim. Da minha estrada, passos esperançosos, faixas companheiras de viagem e placas indicando a direção. De cada parada tirei uma lição, entendendo que viver nunca será em vão.
       Das lágrimas que vi virarem nuvens, algumas choravam rindo, outras sorriam chorando. As lágrimas de quem partia se confundiam coma as lágrimas de quem estava chegando.
  Dos lugares, olhares sortidos. Dos falares, relatos confessados sobre mitos. Um tear de coisas do que eu fiz e quis para o meu viver. Um bom bocado de pensar nessa lida tatuada ao nascer. Vida! Agradeço-lhe a vida que eu estou por viver. Do que guardou minhas retinas, do que abracei como certo, do habitar o deserto que era esse meu coração. Agradeço as maravilhas que a minha visão presenciou. Porque do que eu sou, guardo pouco do que eu serei, porque o que eu fui, ainda reina em mim.  

terça-feira, 12 de março de 2013

Desligue a razão e diga que vale a pena viver.

Na foto: leitora, Helaine Beserra Ferreira.

                        

       Desligue a razão, agora é tempo de chover sorvete, tempo de poesia com gosto de fruta colhida no pé. Desligue! Nada de filosofar sobre o existir, apenas exista, apenas respire o colorido da hora. Deixe a razão lá fora. Beije com gosto de cereja, veja a vida pela ótica de um bacana, veja a vida como uma linda canção baiana de ninar.
        Desligue a razão, agora é tempo de palavras doces com calda de caramelo, tempo de algodão doce no olhar, tempo de imitar beija-flor e parar no ar. Nada de problemas, dilemas ou teses existências, agora é tempo de não dá mais para perder tempo. Agora é tempo de chover sorvete no nosso quintal, agora é tempo de pé na grama e fé no seu próximo.
       Desligue a razão, agora é tempo chover sorvete, tempo de pingos de chocolate, morango, flocos ou qualquer outro sabor que adoce o seu paladar e cative o céu da sua boca. Deixe vir à tona essa pessoa louca que vive inquieta dentro de você. Desligue a razão e abrace a palavra, a poesia, o poema. Desligue a razão, e diga que vale a pena viver.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Senhor! Alivia a dor que esse amor tem me causado!

Na foto: Eu, André Mantena.

     

      Senhor! Alivia a dor que esse amor tem me causado! Alivia a dor de ter escolhido errado, Senhor! Alivia a minha alma porque esse amor já não pertence mais só ao meu corpo! Senhor! Eu dividi vários fins de tarde, dividi novidades, dividi com esse amor, tudo que a vida somou para os meus dias! Por isso, Senhor! Alivia!
       Senhor! Alivia a dor por não ter forças para recomeçar, alivia a dor de não querer deixar de lembrar um alguém que só me faz sofrer! Então, alivia Senhor! Porque assim, está difícil viver. Alivia a dor das minhas erradas renuncias, alivia a dor de fazer das mentiras desse amor, as minhas verdades. Alivia Senhor! A dor por ter depositado nas mãos desse amor, a minha razão para viver.
       Senhor! Eu parei de conversar com o mar e fiz desse amor o meu livro de cabeceira. Um erro que pela vida inteira eu hei de guardar. Senhor! Alivia essa indecisão que todos os dias vem me acariciar, como gesto de boa noite. Senhor! Alivia essa dor que parecer ser maior que a minha própria fé por ti. Por isso, Senhor! Alivia essa dor que a cada dia, parecer crescer mais e mais em mim.    

domingo, 10 de março de 2013

O melhor foi deixar silenciar.

Na foto: leitora, Dayane Miguel.

                               

   Acho que fiz o certo! Agora, aqui, assim, sozinha comigo. Entendo que foi o melhor. Naquela hora, de cara, a fala embargou e as palavras não saíram. Tropecei na impossibilidade de argumentar alguma coisa, fiquei a reciclar acontecimentos, tudo isso, naquele momento. Quer saber? Acho que realmente eu me vesti de silêncio e falei tudo sem falar. Você com aquela velha mania de razão, não deu vazão ao o que meu olhar quis lhe contar. Era o momento do abismo, sabíamos de tudo, mas nada revelamos. E o amor resolveu voar.
    De cara, a fala renunciou ao seu direito de se deixar verbalizar, havia tantos cacos de nós dois espalhados pelo céu da nossa boca, que melhor foi deixar calar. Naquele momento, éramos um rio de incompreensão, seu sim, meu eu, seu eu, meu não. Quem tinha razão? Quer saber? O melhor foi deixar silenciar nossa relação.  

sábado, 9 de março de 2013

Hoje eu não atendo sua chamada

Na foto: leitora, Andressa Cristina.



   Hoje eu não atendo sua chamada, não leio suas mensagens e se possível, quero esquecer seu nome. Hoje eu quero acreditar que você nunca fez parte da minha vida. Hoje eu não quero passar por onde você costuma passar, não quero ouvir as canções que você adora cantar, eu não quero nem lembrar. Quero acreditar que você nunca existiu na minha cama. 
  Hoje eu não quero lembrar o seu aniversário, itinerário, manias ou gostos, não quero ver nenhuma fotografia que é para não recordar o seu rosto. Hoje eu não  quero lembrar a sua mão correndo o meu corpo, não quero nem saber da sua voz rouca no meu ouvido. Hoje eu quero acreditar que você nunca me fez feliz.
  Hoje, que Deus me ajude a não entrar no Facebook, eu não quero curtir ou compartilhar nada que me faça lembrar você. Hoje eu não quero aceitar que tenho coração, só para não lembrar que é nele que você mora. Hoje eu quero fingir que você foi embora e nunca mais vai voltar. Hoje eu só quero esquecer que amanhã, eu voltarei a lhe amar.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Um homem de verdade. (Inspirado numa conversa com a leitora, Thay Matos)

Na foto: leitora, Junior Brazuca.

            

       Um homem de verdade sabe que, mesmo uma mulher que causa alvoroço e balanças as estruturas, também precisa de colo e muitas vezes, chora agarrando-se ao travesseiro com medo de chuva forte. Ele entende que mesmo uma mulher que fala pelos cotovelos e garimpa madrugadas, também adora conversar em silêncio com as estrelas e, escreve seu nome infinitas vezes em uma folha de papel em branco enquanto pensa.
       Um homem de verdade percebe que, mesmo uma mulher de olhar insinuante, corpo que amplifica a libido masculina e de fotografias provocantes, também merece ser vista pela essência que ela traz no olhar. E, que também precisa de momentos de colo e carinho para que ela possa ganhar forças para enfrentar seus medos e receios.
      Um homem de verdade compreende que, mesmo uma mulher que aonde chega se faz notar e não faz cerimônia para nada. Essa mesma mulher ama uma surpresa anunciada e se emociona com visitas inesperadas. Um homem de verdade conhece os misteriosos e encantados vãos do coração de uma mulher. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

De repente, arrependimento! (baseado nas palavras de uma leitora).

Na foto: leitora, Andréa Vasconcellos. 

  


   De repente, está tudo diferente! Eu não sou mais aquela garota que um dia eu fui. Tenho saudades da falta de vergonha, tenho saudades do meu andar despojado e do meu rebolado que eu fingia não possuir. Saudades da garota que não tinha contas para pagar e vivia pagando sugesta e sapo para quem a incomodasse. De repente, eu tenho saudades!
   De repente, está tudo diferente! Eu não sou mais aquela garota que gastava chinelo sem destino pelas calçadas do pôr-do-sol. Tenho saudades daquela garota que arrumava a casa com o som nas alturas, de preferência, aquele CD que ela tanto amava. Eu não sou mais aquela garota que vez em quando, matava aula para beijar na boca, saudades daquela garota de atitudes loucas.
          De repente, está tudo diferente! Eu não sou mais aquela garota que abusava do short jeans e dos pelos descoloridos, saudades dos segredos divididos com a minha melhor amiga. Que saudade daquela vida! Tenho saudades daquela garota que sonhava em conquistar o mundo com o seu sorriso. De repente, está tudo diferente! Eu não sou mais aquela garota e desconheço essa que está aqui, arrependida, diante desse espelho.
         De repente, está tudo diferente! Eu não tenho mais uma longa estrada para seguir. Não tenho mais mil razões para ser feliz, não tenho mais aquele sorriso que iria conquistar o mundo. De repente, que saudade! Eu não tenho mais vida, não tenho mais vontade! De repente, que saudade, que saudade!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Só não coube naquele abraço.

Na foto: leitoa, Jéssica Sá.

                                        

       Coube naquele abraço, um mar de não vá embora, uma dúzia de, justo agora? Coube um desespero de solidão, um asteroide em forma de exclamação. Couberam as ruas e quadras do nosso convívio, a solidão daquela bailarina de porcelana. Coube o mosaico dos meus perdões. 
       Coube naquele abraço, a lembrança do dia do dia mais feliz que a felicidade nos deu. Coube o medo de nunca mais as nossas sessões de comédias românticas acompanhadas de pipoca, refrigerante e sorvete napolitano. Coube naquele abraço, a recusa em se quer cogitar, a ideia de um nunca mais nós dois, coube o medo de não vivermos o depois.
      Só não couberam naquele abraço, os milhões de motivos que eu, inutilmente lhe relatei e, o meu olhar de fica comigo. Só não coube naquele abraço, um antídoto para extirpar o silêncio que abriu esse abismo entre nós. Só não coube naquele abraço, uma forma de conter a força desenfreada do fim, força que afastou você de mim.        

terça-feira, 5 de março de 2013

Eu sempre quis ser diferente.


Na foto: leitora, Larissa Medeiros.
                                         

    Eu sempre quis ser diferente, mas esse simples desejo, tornou-me igual a todas as outras pessoas do mundo! Eu nunca acreditei nesse papo de acaso ou sorte, mas os acontecimentos mais importantes da minha vida aconteceram de repente.
   Eu jurei para mim mesma, que esqueceria um grande amor que passou pela minha vida, mas acontece que, só o fato de tentar esquecê-lo, o torna cada vez mais presente no meu coração. Eu gostaria de ser diferente, mas esse sentimento, como eu já disse: iguala-me a todas as outras pessoas!
  Eu quero paz, mas preciso guerrear para tê-la. Eu quero silêncio, mas na maioria das vezes, preciso gritar para consegui-lo. Eu quero ser diferente, mas esse simples desejo, iguala-me a todas as outras pessoas do mundo. Tenho vontade de ganhar o mundo, mas o medo de perder o meu espaço não me deixa alçar vôo.
  Eu tenho um coração que vive a chorar, mas trago no rosto um sorriso que insistem em não se apagar. Eu sempre quis ser diferente, mas esse simples desejo torna-me igual a todas as pessoas no mundo. 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Eu, cego marinheiro de mim.

Foto: leitora, Mariana Reis.



          Eu, cego marinheiro de mim, aprendi as duras penas que barco que navega por mar de sorrisos também pode naufragar. Não dei ouvido ao que o vento me dizia e como castigo da sabedoria, remei, remei e não sai do lugar. Acreditei ter o horizonte mais vasto que o próprio horizonte e como resultado, eu perdi tanto tempo sem conseguir me enxergar.
     Eu, cego marinheiro de mim, aprendi naufragando que nem sempre ausência de ventos fortes é sinal de paz. Aprendi me afastando da costa, que ventos fortes também nos aproximam de algum velho caís. Eu quis ser mais do que o mar, pensei ser mais forte que as ondas, pensei ser mais forte que o mar.
       Eu, cego marinheiro de mim, aprendi isolado na imensa ilha da minha solidão, que somos grandes vencedores quando aceitamos nossas derrotas. Eu que nunca parti sem a certeza de voltar, hoje entendo que naveguei tanto tempo sem nunca ter tido um Porto Seguro para atracar. 

domingo, 3 de março de 2013

Foi um tombo federal.

Na foto: Eu, André Mantena.

                                                           


        Foi um tombo federal, ajoelhei e quase não dei conta nem de orar para os meus santos  protetores me levantarem. Penei, mas levantei, resolvi ralar peito e mesmo perdendo o direito de ter direito, eu jurei que iria me recuperar. Eu que sempre levei a minha vida na moral, fui da mole para o meu próprio coração. Justo eu? Malandro  de responsa, corpo fechado que dança miudinho e bebe leite de onça. Justo eu? Cara bom de bola que nunca deu uma bola errada. Justo,eu? Malandro que nunca mandou bola nas costa de ninguém, Nem  dos inimigos que eu nunca tive.  
       Foi um tombo federal, quando percebi, já havia jurado renunciar à minha rotina e me afastado dos meus amigos. A parada foi violenta. Justo, eu? Malandro que prezava a liberdade, dei mole para um lindo par de olhos que ofuscou meu livre arbítrio e algemou o meu querer. Naquele momento, desafinei meu cavaquinho, deixei de lado o miudinho, sai do tom e solei a vontade de tê-la nos meus braços. Justo, eu? Cai nesse embaraço, perdi o compasso e o molejo na mira daquela morena.
       Foi um tombo federal, versei no partido alto e mandei um som de asfalto, mas ela nem se abalou. Apesar de me jogar charme à toa, não quis ser minha patroa e não me deu moral. Justo, eu? Malandro que sempre soube tratar uma mulher e cantar ao pé de ouvido. Tomei um tombo federal da morena sensual que não quis ficar comigo.   

sexta-feira, 1 de março de 2013

Você nunca foi embora. (para um leitor que perdeu alguém).

Na foto: leitor, Ugo Cesar Loroza. Rio de Janeiro.



       Você nunca foi embora, nunca saiu de mim, nunca deixou de existir. Você está presente nos meus melhores CDs, está presente nas dedicatórias escritas nos encartes. Você está presente, nas melhores canções e nos mais lindos refrões. Nunca foi embora, nunca embarcou naquele avião e ganhou os céus do nunca mais. Você nunca deixou de existir dentro de mim.
       Você nunca foi embora, você está presente nas minhas melhores camisas, está presente naquela do meu time de coração. Aquela foi você que me deu, na nossa última viagem de verão. Você está presente no desenho feito a lápis de olho. Desenho que eu acabo de encontrar aqui dentro da minha gaveta. Você desenhou um casal sentado em um banco de praça. O casal nesse desenho nunca deixou de existir dentro de mim.
       Você nunca foi embora, continua sorrindo no meu porta retrato, devo confessar que seu sorriso vive a conversar com o meu criado mudo que fica localizado no lado esquerdo da minha cama. Você nunca deixou de existir, continua presente nas tantas marquinhas de beijo no espelho do meu guarda-roupa. Você nunca foi embora, nunca fechou os olhos e deixou essa vida. Você nunca deixou de viver e existir aqui dentro de mim.