quinta-feira, 31 de maio de 2012

Eu sou um cara de sorte (Para Manassés Gomes)


Na foto: Manassés Gomes.
                                      


          Eu não gosto de regras engessadas, eu vivo fugindo de tudo aquilo que se apresente como convencional. Eu mesmo faço o meu próprio carnaval, não sou de ficar contando os dias na folhinha da parede do meu quarto. Eu sou meu próprio porto seguro. Eu não dou IBOPE para essa gente pobre de espírito, que vive com o dedo enriste apontando para a vida alheia. Eu amo a noite e as suas nuances, já tive até alguns romances por causa dela. A noite quando quer, ela sabe ser um poderoso cupido.
           Eu já tomei porres de felicidades, eu até já escandalizei alguns bares da cidade. Eu passei da conta, dancei em cima da mesa e fui parar em outra dimensão. Eu sou assim, romântico na medida do possível, sou um cara cheio de amigos! Um cara que ama de peito aberto, amor passageiro, amor incerto, amor duradouro. Amor, na sua pura essência de amar.
         Eu não alimento a indústria da moda, meu estilo nasce dos encontros e desencontros das roupas no meu guarda-roupa. Eu tenho uma dúzia de amigos que se “multiplicam” em milhares quando eu preciso. E, Esses mesmos amigos são o meu tesouro de valor infinito que eu carrego no cofre guardado do lado esquerdo do meu peito chamado, coração. Eu sou um cara de sorte, pois recebo da vida muito mais do acho que eu mereço.           

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Eu acho que deve ser amizade


Na foto: leitora, Poliana Magalhães.



         Eu acho que deve ser amizade essa louca vontade de estar com ele. Ele também diz que deve ser, já que o dia fica sem graça se as horas passam e ele não me vê. A gente se fala quase sempre a todo o momento, acho que ele não me sai do pensamento. Acho que eu também não saio do pensamento dele. E, nós juramos não haver sentimento
        De vez em vez, ele me manda torpedos que são uma gracinha, alguns até possuem, carinhas. Cada uma mais linda que a outra. Eu também apronto das minhas, vivo a cutucá-lo no face e ele sempre está presente em minhas atualizações. Do sorvete: gostamos do mesmo sabor. Do cinema: preferimos filme de amor. Eu acho que deve ser amizade essa louca vontade de estar com ele. Ele também diz que dever ser.
        Da turma de amigos, ele é o meu preferido, duvido que para ele, eu também não seja. Alguns beijos rolaram, algumas vezes, mas assumimos o compromisso de não assumirmos compromisso um com o outro. Acho que deve ser melhor assim. Estranho! Antes, eu tinha certeza que seria melhor. Agora, eu já não sei o que é pior? Acho que essa brincadeira está começando a doer.  

terça-feira, 29 de maio de 2012

Coisas de um amor platônico. (retrato de uma amiga)



Na foto: filha postiça, Poliana Moreira.

           Eu tenho tantas frases ensaiadas, tantas também rabiscadas, frases de tantos desejos contidos. Declarações que nunca deixarão o papel. Eu tenho tantas cartas escritas, tantas esquecidas, tantas também apagadas, porque eu preferi escrevê-las a lápis. Declarações que nunca deixarão o papel. Durante muito tempo eu tive por fiel conselheiro, um diário. Diário que ouviu de mim, tudo o que eu não lhe disse. Diário que abriga declarações que nunca deixarão o papel.
           Eu escrevi alguns bilhetes para colorir suas retinas, eu tenho tantas mensagens em papeis de balinhas que eu colecionei pensando em você. Coisas de uma apaixonada menina. Bilhetes e papeis de balinha que nunca chegarão até as suas mãos. Eu tenho até um “sabe que eu te amo?” escrito num papel de pão, eu tenho até um “adoro você” escrito de batom em um guardanapo. Tudo escrito em vão, essas frases nunca alcançarão o seu coração.
          Eu tenho tantas poesias de minha autoria que fiz para você. Poesias que no meu fiel diário, sempre rimam eu e você. Eu tenho tantas palavras-chaves para lhe descrever, palavras que descrevem com muita perfeição, você. Eu tenho tantas coisas guardadas nas gavetas da minha timidez. Coisas de um amor platônico que eu nunca terei coragem de lhe dizer. 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Flores e espinhos. Para Thaísa Sousa.



Na foto: leitora e amiga, Thaísa Sousa.

        Eu recebi da vida: flores e espinhos. Tenho descoberto a cada dia, um pouco do meu legado. Talvez em algumas situações, um fardo pesado demais para se carregar, mas nasci mulher, mulher que ama o espelho, mas também nasci mulher que não fica no canto, chorando, esperando olhar de pena e um punhado de conselhos.
        Eu recebi da vida: flores e espinhos. Tenho, apesar de algumas tantas tempestades, tentado tocar o meu barco pelo mundo a fora. Eu recebi do ventre vida,uma vida que fora traçada, muito antes do meu nascimento. Escolhi ser essa vida, antes mesmo do meu escolher. Eu recebi da vida: a parte que me cabe neste latifúndio. Chorei algumas partidas, sorrir com algumas chegadas, na minha balança de perdas e ganhos: foi feita a vontade de Deus.
        Eu recebi da vida: flores e espinhos. Tenho descoberto a cada dia, um pouco do meu legado. Talvez, algumas cicatrizes provocadas pelos espinhos. Talvez, alguns tropeços. Talvez, alguns chorar, sozinha. Mas recebi também flores que, se apresentaram na forma de amizade, amor e paz. Recebi da vida: uma nova vida que está prestes a nascer.         

domingo, 27 de maio de 2012

Eu não sei explicar


Na foto: leitora, Andréa Vasconcellos.




Sobre o amor, Eu não sei explicar
Talvez eu nunca saiba,
Talvez eu nunca consiga,
Talvez eu até esqueça
 Sobre o amor, eu não sei escrever
Não conheço rima perfeita
Não conheço frase que no papel se ajeita
Não sei por onde começar
Sobre o amor, eu não sei onde consultar
Não há no mundo, dicionário,
Não há no mundo, calendário,
Não há biblioteca, enciclopédia, glossário, não há.
Sobre o amor, eu não sei explicar.

sábado, 26 de maio de 2012

Gosto da nossa química perfeita


Na foto: leitores, Annie Costa e seu noivo, Éder.



         Gosto de lhe admirar, ah! Gosto de ver você, desse jeito, fazendo parte da minha paisagem. Gosto dessa coisa louca, quando você em mim, me deixa toda viagem. Gosto de saber que não sei nada, dessa estrada chamada, amar. Gosto mais ainda, porque é com você que eu estou aprendendo a viajar. Gosto de sua pele se confundindo com a minha, gosto de saber que depois de você, eu, nunca mais, sozinha. 
        Gosto do meu olhar navegando o mar do seu olhar, gosto da sua boca dizendo ser pouca, uma eternidade para me amar. Ah! Como eu amo gostar de amar. Gosto do movimento das horas, quando está na hora de você chegar, gosto do descontrolar bem ordenado que fica meu corpo, quando você está. Gosto, gosto, gosto! Gosto da nossa química perfeita, quando juntos, a gente se deita, a vida fica perfeita, na hora do nosso amar.       
        Gosto de saber que a vida segue tranqüila e leve. E a felicidade segue, assim: eu, você e o nosso gostar. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Apenas o que coube na palma da minha mão.


Na foto: leitor, Edson Coutinho Junior.



Fiz do pouco que tinha para viver
O meu império inatingível,
Vi nascer do nada que reinava,
Meu tesouro, outrora, invisível
E se pouco aparentava ser
Fartura e harmonia
Nos meus campos,
 Nunca mais deixaram de florescer.
Recebi da palma do mundo
Apenas o que coube na palma da minha mão
E sendo assim, povoei o deserto chamado, querer
Que consumia o meu coração
E sendo assim,
Fiz do pouco que tinha para viver
O meu império inatingível,
E assim dissipei do meu dicionário,
A palavra, impossível.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Essa era a melhor maneira de você me dizer, Adeus? (para uma amiga que sofre)


Na foto: leitora, Jéssica Sá.



         O seu telefone nunca mais visitou o visor do meu celular, eu também nunca mais ouvi boas novas a seu respeito. Desse jeito, meus dias se tornaram um filme mudo em preto e branco. Justamente nesses dias que eu me dei conta que, seu carro não passou mais em frente ao meu prédio. Eu até percebi que você deixou de disputar seu futebol de salão no condomínio em frente ao meu. O que será que aconteceu?
         O seu sorriso, nunca mais me esperou lá na frente da faculdade, nem mesmo no facebook, você fica mais online. E sendo assim, eu nunca mais compartilhei nada com você. Já faz algum tempo que eu não me pego contando os dias da semana, já faz algum tempo que você não curte mais as minhas atualizações. Eu já nem me lembro quando foi a última vez em que a gente se viu. O que será que aconteceu?
        Eu nunca mais fui até à beira do lago apreciar o lindo balé da tarde, como a gente fazia, até a pouco menos de dois meses atrás. Já faz um tempo que eu ensaio no meu fiel caderno de confissões, longas declarações, que acredito eu, jamais serão lidas por você. Nunca mais a gente foi visto por ai, andando de mãos dadas. Ninguém sente mais inveja do casal que nós somos, ou melhor, dizendo, fomos?
      O meu telefone nunca mais recebeu um recado seu. Até as minhas ligações não encontraram mais você. O que aconteceu? Entre a gente, nem silêncio, nem nada. Será que essa era a melhor maneira de você me dizer, Adeus?   

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Enquanto eu estive afastada de mim.


Na foto: leitora, Diana Magalhães.




         Preciso ser eu mesma, preciso aceitar minhas imperfeições. Acho que no final das contas, ninguém é. Preciso aprender a dizer sim para mim, preciso compreender o movimento sinuoso da natureza humana.  Eu preciso olhar no olho do meu destino e sem qualquer manifestação de desatino, aceitar quem eu sou. Eu preciso aceitar que independentemente do meu querer, a noite vai dormir e o dia vai acordar e os meus sonhos, bom, eles se tornarão realidade ou não, isso não vai mudar a ordem natural das coisas.
         Preciso ser eu mesma, intelectual ou cultura inútil, preocupada com a vida ou uma garota fútil, eu preciso entender quem eu sou. Preciso aceitar que levei um tapa na cara, dado pela vida, quando estive por vezes, errada. Preciso aceitar que nessa vida eu aprendi mais, quando eu me vi frente a frente com minhas mancadas. Preciso ser eu mesma, preciso conversar com meus botões e refazer minhas emoções, eu preciso recuperar o precioso tempo que eu perdi, enquanto estive afastada de mim.
       Preciso ser eu mesma, preciso aceitar minhas imperfeições. Preciso compreender que no final das contas, a vida é uma estrada e nós somos seres em evolução.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Mar, eu já tive essa conversa contigo


Na foto: Leitor, Leandro Ribeiro.

                                      

Mar,
Preciso acalmar o meu peito,
Preciso entender que amar desse jeito
É sofrer na solidão.
Mar,  
Eu já tive essa conversa contigo
Mas meu peito não quis dar abrigo
Aos conselhos que você me deu.
Mar,
Esse amor mudou minha vida
Mas se transformou em ferida
E não para de incomodar.
Mar,
Lava meu coração com suas águas
Quem sabe ele não se acalma
E aprende a navegar, nesse mar que é amar. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Uma caixinha de surpresa


Na foto: leitora, Sabrina Feliciano.



           Uma caixinha de surpresa a vida nos parece ser. Nascer, crescer, morrer, tudo isso regado aos caprichos do acaso, um emaranhado de possibilidades chamado, Viver. Do outro lado da rua alguém chora, do lado de cá, alguém comemora. É o contraponto da vida, não queira entender. Uns querem muito, já outros com o pouco que possuem, dão uma lição de viver. A doença nos traz a presença incerta do fim, porém nos faz crença e nos aproxima de Deus.
           Muitas vezes, a falta de um sorriso é julgada como terreno infértil para a confiança, porém, muitas embarcações ficaram a deriva na imensidão de oceanos de lindos sorrisos falsos. Uma caixinha de surpresa a vida nos parece ser. Apostar, torcer, perder e ganhar. O jogador joga o jogo, mas precisa entender: mesmo sabendo que a derrota existe e, faz parte do jogo, nunca estamos realmente preparados para perder.
         E nessa caixinha de surpresa chamada, vida. É necessário aprender que: antes de entendermos nossos possíveis adversários e nossas muitas adversidades, precisamos nos conhecer. Porque o segredo do sucesso e da felicidade, não está somente em derrotarmos o nosso oponente e transpassarmos as nossas dificuldades. O segredo está também em transpassarmos os labirintos do nosso próprio desconhecido.      

domingo, 20 de maio de 2012

Você já não sorria mais aquele sorriso maroto.


Na foto: amigo e leitor: Ricardo Picanço.

                                                   

            Na boa? Eu não tenho mais o que lhe falar: Você resolveu curtir outra onda e freqüentar outra praia, você resolveu desfilar por outra escola de samba. Eu não tenho mais o que lhe falar: Você resolveu fazer sua festa em outro fundo de quintal. Então, sem crise, eu vou ficar legal. Agora, só não me venha falar que perdemos a cadência, não me venha falar em divergências de compasso ou que a vida está nos colocando em direção contrária. Na real? Você já não era mais feliz ao meu lado, você já não sorria mais aquele sorriso maroto, eu já não era mais o seu camisa 10. Na real? Nosso samba já não estava dando mais enredo.
           Então não me venha agora, enumerar os tantos motivos que você tem para ganhar o mundo, eu sei que o que eu senti foi profundo, mas nada que o tempo não se encarregue de apagar ou guardar em alguma caixa velha de sapato. Eu já tinha mesmo escutado boatos da sua decisão: boatos se tornam reais quando inventados de coração. Na real? Até o seu beijo já não tinha o mesmo sabor, ultimamente ele possuía um gosto desgostoso do desamor.
          Então, na boa? Eu sei até que você dançou com uma certa pessoa, aquele nosso pagode. Sei que você fez uma tatuagem e escondeu até hoje de mim, fez uma tatuagem que diz assim: Liberdade sem fim. Então, na boa? Aproveite a direção do vento e deixe a vida lhe levar. Vá minerar outros olhares, vá conhecer outras paisagens, vá contemplar o final de tarde em outra roda de samba. Então, na boa? Eu vou tocando o meu velho pandeiro, pandeiro amigo, sonoro conselheiro. Porque o meu coração, já estava preparado para esse final.      

sábado, 19 de maio de 2012

Talvez essa seja a última vez


Na foto: leitora, Andressa Cristina



         Talvez essa seja a nossa última conversa, talvez essa seja a última vez que nossos olhares se abracem, talvez essa seja a nossa última vez. Talvez nunca mais eu consiga ser um livro aberto para outra pessoa, talvez eu nunca mais cultive flores de plásticos em porta-retratos, talvez nunca mais eu acredite que as nuvens são feitas de algodão. 
        Talvez essa seja a nossa última conversa, talvez essa seja a última oportunidade de um longo beijo, talvez essa seja a última vez do nosso desejo, talvez essa seja a nossa última vez. Talvez eu nunca mais consiga vestir aquela blusa que você tanto adora, talvez eu nunca mais consiga dançar aquela nossa canção, talvez eu nunca mais possa ir aquele velho Píer contemplar a luz do luar, talvez essa seja a nossa última vez.     
       Talvez essa seja a nossa última conversa, talvez eu nunca mais consiga comer pipoca de microondas, assistindo uma linda comédia romântica. Talvez eu nunca mais use aquele perfume que fazia com que você sentisse a minha presença, a raios de distância. Talvez essa seja a nossa última vez de tentar reparar os nossos erros e, novamente apostar na força que tem o nosso amor. Talvez essa seja, talvez, a nossa última chance.    

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um cheirinho bom de saudade


Na foto: leitora, Fabíola Senna



                 Um cheirinho bom de saudade parabólica plainou por sobre os telhados e foi desembocar na xícara de café quentinho, que está a me esperar, lá na cozinha. Um pão com manteiga nostálgico alimentará ainda mais, minhas recordações. Saudade gostosa de sentir. Ah! Essas manhãs do mês de maio, a sensibilidade fica a flor da pele. Os raios de sol iluminando a varanda e vindo acariciar meu rosto, aqui no sofá. Uma lembrança inquieta de quando eu era criança. Ah! Essas manhãs do mês de maio, a sensibilidade fica a flor da pele. 
                  Eu agora respiro um tempo que foi bom de viver. Saudade, coisa interessante é você. Agente pára no tempo, adormece o movimento, agente viaja em algo bom que passou. Saudade, coisa interessante é você. Uma canção que nos visita como quem não quer nada e, nos transporta para outro lugar, para um lugar de um afago guardado a sete chaves. Faz-nos lembrar de um olhar que de quando em quando, agente se pega lembrando. Ah! Saudade coisa que nos dá.
                Agente caminha sem caminhar, agente voa sem voar, agente se sente gente, por ter no peito algo a lembrar. Saudade, coisa boa que nos dá.    

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Desse jeito assim


Na foto: leitora, Elaine Bezerra.



             Desse jeito assim, sem dizer nada, uma nova estrada se apresenta para você. Vida que indica direção contrária, fissura aberta no meu olhar. Desse jeito assim, sem planejar, vôo livre para o lado de lá. Vida essa que une e separa, tomara meu Deus, de novo lhe reencontrar. Dessa mania que a vida tem: muda e “remuda” a direção, vazio no coração quando chega separação.
            Desse jeito assim, sem pedir consentimento, vida muda a direção do vento e conduz nossos sonhos para outro lugar. Vida essa que se reinventa a cada novo dia, extingue e semeia agonia quando resolve; dois corações separar. Desse jeito assim, acaso premeditado, vida joga seus dados e resolve aprontar. Vida essa que nos ensina imensidão, só nunca nos ensinou a não chorar no momento da separação.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Eu imaginei uma chuva de estrelas.


Na foto: amiga e leitora, Cicília Anorata Amaral.



                Dentro de um salão muito especial, eu sentei sozinha e comecei a sonhar. Eu imaginei uma chuva de estrelas, eu imaginei o que parecia ser uma festa lá céu. Naquele momento eu fechei os meus olhos e fiz um pedido, com a mais sincera força que habita o meu coração. Eu desejei cristais de esperanças e me transportei para ladrilhar os becos e vielas do meu interior. A cada estrela que mudava de lugar, eu desejava nascer flor e florescer os meus sonhos de dias melhores.
               Eu imaginei uma chuva de estrelas, eu imaginei o que parecia ser uma convenção estelar. Naquele momento eu abri meu peito e me transformei em luz. Luz para guiar meus passos e clarear os labirintos da minha incompreensão. A cada estrela que dançava lá no céu, eu desejava arrumar os vãos do meu coração para compreender melhor o amor.
              Eu imaginei uma chuva de estrelas lá no céu, eu imaginei o que parecia ser uma linda manifestação celestial. Naquele momento eu fechei os olhos e me fiz alheia a todos os sentimentos terrestres que habitavam meu o coração. Eu olhei para dentro de mim. E a cada estrela que brincava lá no céu, eu desejava ser estrela e, com a mais pura força do meu sentimento, que os meus dias fossem como aquela linda festa lá do céu.     

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dessa coisa que dá e passa na gente


Na foto: amiga e leitora, Liane de Castro.



Assim, mundo vai,
Coisas que só o tempo transforma
A forma perfeita de acontecer
Sendo assim, deixa viver
Dessa coisa que dá e passa na gente
De repente
Outro dia chega prá brincar
Viver é sei lá,
Melhor nem pensar
Faz assim, cola teu apego no meu
Que o vasto breu
Não chega nem a incomodar
Essa coisa que dá e passa na gente
Vem de graça e de repente
Já está do lado de lá
Assim, mundo vai
Nunca mais preocupação aqui perto
Meu deserto, agora povoado
Coisa boa é coração aconchegado,
Dessa coisa que dá e passa na gente,
Oxente, gente!  Sossego não tem preço não.    

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Clara neve que veste esse dia


Na foto: leitores; Vanessa Oliveira, Usthanni Souza e Leandro Ribeiro em Paris/France



     Clara neve que veste esse dia, uma leve melodia de vida no ar. Nessas minhas andanças pelo mundo, fundo foi meu pensar. Imitei aviões, nuvens couberam na palma da minha mão, uma linda canção eu pude cantar. E a neve clara que veste esse dia, uma linda poesia escreveu no ar. Relembrei tempos passados, coração levemente emocionado, coisa boa essa neve que brinca no ar.
         Um frio diferente do que outrora senti. Um lugar apaixonante chamado, Paris. Coisa boa é poder viajar.  Dois amigos de verdade, viagem que faço para dentro de mim. Saudade é assim, tudo nos faz recordar. E a clara neve que veste esse dia, uma leve alegria ela me faz respirar. Avião que decola para longe, deixa lembrança e vontade de um dia, novamente retornar.

sábado, 12 de maio de 2012

As orações da minha mãe (para todas as mães)


Na foto: mamãe leitora; Renata Bernardes e sua filhinha,
Eduarda.

                                                     


       O meu quarto sempre foi povoado pelos sonhos dela, em cada almofada espalhada pelo berço, ali estava o desejo dela em me abraçar, abraço macio para não machucar. Antes do meu sono, a sensação de abandono era expurgada por ela. Minhas noites eram coloridas com sonhos previamente encomendados por ela. Ela passava a noite em claro, se preciso fosse. E muitas vezes ela passou.
      Nas noites de sábado, ela tinha por ofício de preocupação, anular o sono para me ver chegar. Ela tomou para si a maioria dos meus momentos de dor e tristeza!  Ela me ensinou que nessa vida eu nunca estarei só. Eu caí e levantei e se me machuquei, não senti! Ela sempre esteve por perto quando eu caí. Ela foi muitas vezes por mim, injustiçada. Muitas vezes quis bater asas e voar para bem longe do ninho, tolinha! Eu estaria certamente longe do ninho, mas nunca das suas orações e do seu carinho.
     O meu quarto sempre foi povoado pelos sonhos dela, em cada passo que eu dava, em cada pedra que eu pisava, ela sempre esteve ao meu lado. Em cada conquista, em cada decepção, em cada curva em cada esquina, as orações da minha mãe foram e sempre serão a luz que ilumina e sempre iluminará o meu caminho. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A recatada que existe em mim.

Na foto: leitora, Poliana Magalhães.






            A recatada que existe em mim: Quer que você me pegue no colo, quer que você me olhe nos olhos e me faça alcançar as estrelas. A recatada que existe em mim: Quer que você me fale besteiras ao pé do ouvido, quer que você olhe maliciosamente para o meu vestido, quer que você apareça de madruga sem me avisar.
            A recatada que existe em mim: Quer que você me faça uma proposta indecente, quer que você diga que eu não sou gente, quando o assunto a fazê-lo perder a cabeça. A recatada que existe em mim: Quer uma noite regada a taças de vinho e beijos com sabor proibido, quer uma festa recheada de nenhum amigo, quer apenas, uma festa a dois.
         A recatada que existe em mim: Quer que a principal regra, seja a ausência de regra, quer como testemunha, apenas a lua cheia lá no céu. A recatada que existe em mim: quer que você me rapte e me transporte para outra dimensão. A recatada que existe em mim: quer que você a faça esquecer que até hoje, ela não conhece o que provoca uma verdadeira paixão.     

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Você me deixou partir


Na foto: leitora, Fabíola Senna.



              Você me deixou partir: ficou ali, parado, sem nenhuma reação. Naquele momento, quem conversou comigo foi o seu silêncio. Você me deixou partir. E eu só queria ouvir de você: Fica que essa tempestade vai passar. Que essa frase mal escrita na linha da nossa história, será lembrada apenas como um infeliz rascunho escrito a lápis.
              Você me deixou partir: ficou ali, parado, sem nenhuma reação. Naquele momento, seus olhos já começavam a se acostumar com a minha ausência. E eu só queria ouvir de você: Fica que o futuro que planejamos para nós dois, começa agora. Fica não vá embora! Fica porque vai ser difícil não poder mais lhe dizer o quanto você fica linda dentro desse vestido florido. Eu só queria ouvir você dizer: Fica porque se você partir, meu coração partirá contigo.
             Você me deixou partir: ficou ali, parado, sem nenhuma reação. Naquela noite, quem conversou comigo foram as suas frases não ditas. Você me deixou partir. E eu só queria ouvir de você: Fica porque de agora em diante eu serei um cara melhor do que hoje eu sou, mas você não falou! E novamente o silêncio reinou. E Eu só precisava ouvir: Fica!     

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu não entendi a minha reação


Na foto: amigo e leitor; Lino Mourais.

                                      

           Eu não entendi a minha reação: ali, parado, vendo você partir. Eu não entendi! Eu poderia ter falado mundos e fundos, eu poderia ter usado tudo e todos os artifícios. Difícil, eu apenas fiquei ali, parado. Eu ouvi você me dizer que o meu sorriso perdeu o encanto, eu ouvi você dizer que meu olhar não acalentava mais o seu pranto, eu ouvi você dizer que a vida seria melhor, longe de mim.
            Eu não entendi a minha reação: ali, parado, vendo você partir. Eu não entendi! Eu ouvi você falar que queria garimpar outros olhares, semear novos “amares”, você queria vivenciar novas histórias. Eu ouvi você me dizer: que no seu peito a necessidade de voar ficou maior que a de fincar raiz ao meu lado. Naquele momento, eu fiquei calado, não disse nada, eu não consegui.
           Eu não entendi a minha reação: ali, parado, vendo você partir. Eu não entendi! Eu poderia ter feito você recordar tudo que o nosso amor viveu. Tudo de lindo que entre nós cresceu, eu não consegui. Pensei: Quem vive de passado é museu! Eu poderia ter novamente me declarado com toda a força que possuía a minha emoção, mas naquele momento, eu percebi ser em vão. Não há vento ou vendaval, chuva ou temporal que segure alguém do seu lado, quando o amor abandona o coração. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

E daí, se eu já sofri por amor?



Na foto: leitora, Poliana Magalhães
            E daí, se eu já sofri por amor? E daí, se não deu certo aquele que eu pensei ser o amor para toda a vida? Eu não tenho medo de amar de novo. Eu não tenho medo de me entregar novamente a um grande amor. Eu não tenho medo de voar alto e cair das nuvens, eu não tenho medo de sonhar novamente com um amor eterno.
            Eu não tenho medo de novamente dividir olhares, novamente conhecer lugares, novamente por os pés na lua, quando nos seus braços eu for sua. Eu não tenho medo de novamente escandalizar a cidade, medo de novamente querer eternizar a eternidade, eu não tenho medo de flutuar pelos ares.
           E daí, se ele resolveu ir embora? E daí, se a solidão me castigou um pouquinho? Eu não tenho medo de amar de novo. Eu não tenho medo de novamente sair cantarolando pelo meio do povo, eu não tenho medo de novamente rir à toa. Eu não tenho medo de novamente encher os ouvidos da minha melhor amiga, com minhas lamentações e ótimas novidades de amar.
          E daí, se eu achei que iria morrer quando ele partiu? E daí, se a vida perdeu a graça quando ele me deixou só? Eu não tenho medo de novamente entregar a chave que abre o cofre da minha intimidade, eu não tenho medo de novamente achar que tudo que o meu novo amor disser será verdade, eu não tenho medo de novamente querer ser feliz.
         E daí? E daí? E daí?      

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O ciclo da vida é assim mesmo


Na foto: leitora, Letícia Hellen.

                                           

              O ciclo da vida é assim mesmo: o sol acorda quando a noite amanhece e volta a adormecer depois que o dia anoitece. Antes de correr, nós engatinhamos. Antes de calar, nós falamos. Um degrau após o outro até chegarmos ao topo. Normalmente quando tropeçamos, colocamos a culpa nos outros. Precisamos aprender a aprender. Entender que a essência da vitória nasce nos campos esperançosos e sempre férteis do nosso coração.   
             Não basta apenas saber que o sol nasce para todos. É de suma importância entender que ele, mesmo sendo um único sol, tem forma e brilho diferentes para cada retina e, motiva de forma diferente cada ser humano neste planeta. O ciclo da vida é assim mesmo: nascemos chorando e quando morremos alguém chora. Alguém oferece o próprio mundo por um teto todo seu, porém sempre existirá um outro alguém querendo largar seu próprio teto, para ganhar o mundo lá fora. 
           O ciclo da vida é assim mesmo: antes de desenhar, imaginamos. Antes de amar, nos apaixonamos. Antes de realizar, sonhamos. A vida é movimento, pensamento e sentimento: Levante, programe-se e deseje de coração realizar tudo que você quer. O ciclo da vida é assim mesmo: Acredite em você e tenha fé em Deus.  

domingo, 6 de maio de 2012

Canção especial composta apenas por mim.


Na foto: leitor e cantor; Lino Mourais.



               Eu já fiz muitos planos para o futuro e quase sempre acabei sentado em cima dos altos muros da minha solidão. Muitas vezes esperei por algo que não veio e esqueci de soltar o freio que me impedia de ser feliz. Agora, a vida corre nas minhas veias.  Meu destino? Canção especial composta apenas por mim. Eu trago no olhar, marcas de batalhas que jamais imaginei travar. Agora, sou feito da água, da terra, do mar e do ar. Eu canto para convencer a solidão, que meu coração é terreno infértil para suas sementes.
              Eu tenho a lua como companheira e na prateleira da minha estante, o meu sorriso a me guiar. Amores? A vida me deu, me dá e, ainda me dará. Mas amor de verdade, eu trago no meu cantar. Eu já fiz muitos planos para o futuro, só que agora, eu já sei o que eu quero. Eu transpassei o muro da minha solidão.

sábado, 5 de maio de 2012

Alguém me falou

Na foto: Van Oliveira e Ugo Loroza
                                                          


           Alguém me falou que eu tenho um vendaval morando em minha boca. Esse mesmo alguém também me disse que quando eu me espalho é difícil juntar meus cacos de ira. Alguém me disse isso! Alguém me disse que não dou um centavo para entrar numa briga, mas esse mesmo alguém também me falou que eu pago milhões para não sair de uma. Alguém me disse que eu sou doce na hora de amar, mas que também sou amarga o bastante quando desprezo uma pessoa.   
          Alguém me falou que quando esse vendaval que eu trago na boca, resolve ganhar mundo; verdades se tornam mais verdadeiras, porém as mentiras se tornam mais inaceitáveis ainda. Bom, alguém me falou que sorrindo, eu sou como um blues do Frejat: uma perfeita declaração de amor. Mas esse mesmo alguém também falou: que chorando eu sou como uma canção romântica da Adriana Calcanhoto: linda, mas o mundo se torna pequeno para tanta tristeza.
         Mas acontece que esse mesmo alguém também me falou: que eu sou o côncavo e o convexo; sou o errado e o certo; sou o Sul e o Norte, sou o Acaso e a Sorte; sou o dia e a noite; sou amor e sou sexo; sou tudo que faz sentido e tudo aquilo que não tem nexo. Esse alguém me falou que sem mim, o mundo perderia o equilíbrio natural das coisas. Esse alguém me falou que sua vida seria menos intensa, se eu não existisse na sua vida.  



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Mas apesar de sua ausência



Na foto: amiga e leitora , Mariana Reis 

        Quando você foi embora, eu achei que a vida lá fora iria partir também. Quando você foi embora, eu pensei comigo mesma: agora os dias serão um entediado balé das horas no triste palco do meu quarto. Mas acontece que a noite triste passou, a madrugada passou, o sono bateu e, um lindo dia nasceu.
        Mas apesar de sua ausência: um novo bairro eu vi nascer; um novo jardim eu vi florescer. Novas canções estouraram nas paradas de sucesso e, impulsionaram novos romances. Quando você foi embora, eu pensei: meu Deus e agora? Como encarar o fim de tarde e apreciar o pôr-do-sol? Como será olhar o meu celular e não ter mais a nossa foto como papel de parede? E de agora em diante, como serão os frevos de sábado à noite?
       Mas apesar de sua ausência: Maria Gadú continuou e continuará a compor lindas canções que embalam e continuarão a embalar meus momentos de reflexão. A pesar de sua ausência: a vida ganha força e apresenta-se cada vez mais bela. Mas apesar da sua ausência, o meu coração me diz que ainda serei muito feliz.  

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A vida passa lá fora


Na foto: leitor, Leandro de Araújo



       A vida passa lá fora e por mais que você pare o ponteiro do seu relógio, ela continuará a passar. Ela segue seu rumo, assume a rédea do destino e brinca com nosso viver, feito menino traquino, solto no mundo. A vida passa lá fora e por mais que você pare de tentar viver, ela continuará lhe impulsionando para o amanhã. Ela segue seu rumo e, não assume e nunca assumirá os fracassos e desilusões que você acumulou ou vier a acumular ao longo da sua jornada.
      A vida passa lá fora e por mais que você culpe os outros pela sua inércia, a vida fará com que você se movimente. Ela sempre lhe trará um novo dia, uma nova hora, um novo segundo para você se reerguer. A vida passa lá fora e por mais que você tenha pena do espelho, ela lhe mostrará que o melhor conselho que ela tem para lhe dar é para você levantar e viver. A vida passa e, sempre passará lá fora, mesmo apesar de você.      

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eu estava de bobeira quando você me ligou

Na foto: leitor, Ugo Cesar Loroza



                  Eu estava de bobeira quando você me ligou. A vida lá fora aproveitava o feriado, as pessoas com seus passos apressados, um ou outro aparentava está fora de órbita. Eu papeava com o meu travesseiro, levava um papo reto, verdadeiro, mas ai você me ligou. A água parou, o vento cessou. O tempo pareceu me dá um tempo, quando você me ligou. Eu estava de bobeira, chateado com a derrota do meu time de coração, reclamava com o meu travesseiro, era um papo, reto, verdadeiro, mas ai você me ligou.
                 Eu estava em meio a uma paranóia, contabilizando o saldo das minhas derrotas e de minhas glórias, eu fazia um balanço do que eu vivera até ali. Foi um lance sinistro, uma parada cabulosa, eu passei por uma sensação dolorosa. Eu revirei o campo dos meus erros. Acho que eu não estava de bobeira e, que bom que você ligou. Eu preciso me reerguer e para tamanha empreitada, eu precisarei muito do seu amor.     

terça-feira, 1 de maio de 2012

Até conhecê-lo


Na foto: casal de leitores; Jéssica Rarine e Luide




         Até conhecê-lo: Nós andávamos cansados, andávamos solitários, andávamos nos sentindo pequenos. Até conhecê-lo: Nós andávamos cabisbaixos, passando bocados, andávamos querendo sumir da face da terra. Ate conhecê-lo: Nós andávamos com os corações apertados, andávamos cavando nossa própria cova, nós andávamos afastados de tudo e de todos.
        Até conhecê-lo: Nós andávamos indiferente com a natureza, andávamos casados com a tristeza, nós andávamos buscando um motivo para sumir da face da terra. Até conhecê-lo: Nós não tínhamos paz, perdemos amigos, família e nos distanciamos de nós mesmos. Hoje, após conhecê-lo, nós edificamos nosso próprio templo no nosso coração. Após conhecê-lo, nossa vida, nossos dias, nosso casamento, encontrou a salvação.