Papai do céu! Que o ser humano aprenda a ser humano.

Na foto: Gabriel, filho da leitora, Andréa Vasconcellos.

      Papai do céu! Que o ser humano entenda que o mal se paga com o bem e que se com ferro ferir, com ferro será ferido também! Que ele perdoe antes de ser perdoado e que ame antes de ser amado. Papai do céu! Que ele entenda que uma sociedade harmônica começa com a nossa paz interior e mudança de atitude. Então, papai do céu! Que o ser humano mude.

      Papai do céu! Que o ser humano entenda que viver esperando ajuda, não o ajuda em nada. Mas que querer ajudar o próximo é a melhor forma de ajudar a si mesmo. Que o ser humano entenda que fazer justiça com as próprias mãos é também sentenciar-se a solidão e a incompreensão. Que ele ande nas veredas da retidão. 

   Papai do céu! Que o ser humano entenda que entendendo e aceitando suas fraquezas e limitações, ele se tornará muito mais forte e conseguirá ultrapassar todas as adversidades do seu dia-a-dia. Papai do céu! Que ele aprenda a valorizar cada novo dia. Que o ser humano aprenda a ser humano. Que ele aprenda a pôr os joelhos no chão e lhe agradecer pela dádiva que é viver.

Nasci de um ventre livre.

Na foto: leitora, Keila Beatriz.

Nasci de um ventre livre

nasci dos lugares onde estive

estive aqui, ali e acolá

estive em muitos lugares.

Nasci do ventre do vento

nasci dos meus pensamentos

nasci, antes mesmo do ato de pensar

do meu ato de respirar.

Nasci das coisas que são

das que estão e serão

nasci do que era e do que já é

nasci das coisas que eu não vi

e que se chama fé.

Nasci de um ventre livre

nasci dos lugares por onde andei

fui rainha e amor de um rei

protestei no meio dos plebeus

nasci do ventre livre da natureza.

Quando o meu olhar voltar.

Foto: by Dennis Araya. Leitora, Suellen Nóbrega.

Quando o meu olhar voltar

Espero saber decifrar as notas silenciosas

dos meus sentimentos,

espero saber ler os meus pensamentos

que nunca me deixaram sozinha

 nos meus momentos de indecisão.

Quero estar pronta para um recomeço,

talvez o avesso das coisas que eu errei.

Admiro a alma feminina.

Na foto: leitora, Glênia Silva.

            Admiro a alma feminina, essência concebida e forjada no fogo alto das emoções. Admiro a mulher que sabe ser assim, feminina, mas não feminista, mulher, fêmea e emocionalmente realista! Admiro a alma feminina que sabe chegar e sabe fazer do lugar que ela está, o seu lugar. Admiro a alma feminina, admiro a mulher que sabe ser mulher. Mulher que tem os sentidos aguçados e a liberdade de poder chorar quando está sensivelmente abalada.

               Admiro a alma feminina, admiro quando ela não precisar dizer nada e mesmo assim se faz entender com a sua introspecção. A mulher que sabe das coisas destinadas ao ofício feminino e agradece ao destino por ser devota da paixão. Sou fã da mulher que não gosta dos olhares que lhe veem como se ela fosse uma peça de carne exposta em cima de um balcão.

              Admiro a alma feminina que valoriza ser tratada e admirada pelo seu interior e pela sua emoção. Sou fã da alma feminina que acredita que o seu corpo não é o seu cartão de visitas!  A mulher que sabe ser mulher e tem o dom de olhar para dentro de si mesma e ouvir as várias vozes que compõem o seu sexto sentido.

          Admiro as almas femininas porque ao lado de três delas, o meu mundo é mais mundo e os meus problemas são facilmente resolvidos. 

Estou carente (tema sugerido pela leitora, Thaísa Sousa)

Na foto: leitora, Mariana Reis.

               Não quero ficar sozinha, não quero dormir ou acordar acompanhada apenas pelo meu travesseiro, não quero um mar de olhos vermelhos. Não quero a solidão da lua, não quero a rua repleta de calçadas vazias, quero uma real companhia. Estou carente, peito repleto pela falta de carinho, coração querendo fazer ninho no colo de alguém. Estou carente e a ausência insiste em fazer hora aqui comigo, nem pediu permissão, mas já fez abrigo no peito meu.

              Não quero ficar sozinha, não quero caminhar sem ter para onde ir, mas também não quero ficar aqui, esperando por coisa que eu não sei. Estou carente, até o livro que eu estou lendo me deixou sozinha.  Estou carente e me sinto como se o mundo inteiro fosse um imenso deserto, ninguém por perto. Perto? Só minha solidão. Eu não quero ficar decorando a cidade com o meu olhar de procura, não quero colecionar loucuras de um coração carente e confuso.

           Estou sozinha, estou carente e a minha frente apenas um presente de incertezas. Estou carente e o futuro deixou por sobre a minha mesa um calendário de dias em vão. Estou sozinha, carente e acho que em algum lugar deste mundo, outro alguém compartilhe deste mesmo sentimento. Estou sozinha, carente e chorando por dentro.    

Alimente o bem fazendo o bem!

Na foto: leitora e irmã: Carla Schomaker.

         Alimente sua alma com sonhos, alimente sua alma com a esperança de dias melhores, alimente o horizonte das suas retinas. Alimente o bem fazendo o bem! Estenda suas mãos para o seu próximo, procure entender o seu próximo e aceite se caso ele não lhe entender e não lhe estender a mão. Venere o pão de cada dia a cada novo dia, guarde sempre na lembrança a divindade do trigo. Alimente o bem fazendo o bem!

          Alimente sua alma com sonhos, alimente sua alma com sinceros agradecimentos, alimente a sociedade com os sentimentos de respeito e perdão.  Busque a leveza nos seus pensamentos e a retidão nas suas atitudes, vigie o aço da palavra que sai da sua boa. Busque o conhecimento e a sabedoria, aprenda ensinando e ensine aprendendo. Alimente o bem fazendo o bem!

         Alimente sua alma com sonhos, alimente sua alma com a luz de um lindo sorriso, não colecione ressentimentos, não cultive magoas, não tenha o rancor como bicho de estimação. Faça sempre uma faxina nos vãos do seu coração. Alimente sua alma de amizades e perdoe dez mil vezes os seus familiares. Não tenha medo de dar a sua cara a tapa se for para fazer o bem! Alimente o bem, faça o bem! Viva melhor!        

A minha fé precisa acreditar nas coisas que os meus olhos não veem.

Foto by: Dennis Araya. Leitora,Suellen Nóbrega.

           Senhor, eu preciso perceber os teus sinais! Preciso enxergar o que meus olhos não veem. Eu preciso perceber a tua presença nas minhas horas de aflição, preciso sentir que estás segurando a minha mão, eu preciso acreditar que tu estás comigo nos meus momentos de solidão. Senhor! A minha fé precisa acreditar nas coisas que os meus olhos não veem. 

           Senhor, eu preciso perceber os teus sinais! Preciso sentir a tua presença nos trechos árduos e penosos do meu caminho, preciso da tua ajuda para transformar em obras tudo o que meu coração sente. Senhor! Eu preciso achar o tom para essa melodia chamada viver. Preciso de sabedoria para guiar a minha prole. Senhor! A minha fé precisa acreditar nas coisas que os meus olhos não veem.   

         Senhor, eu preciso perceber os teus sinais! Preciso aprender a perdoar o meu ofensor e aceitar que nem sempre aqueles que mais me querem bem são os que mais precisam do meu amor. Preciso entender que reatar laços é mais importante que formar novos laços. Senhor! Eu preciso acreditar que o meu arrependimento é verdadeiro, preciso entender que o dinheiro move o mundo, mas ele não é o senhor dele. Senhor! A minha fé precisa acreditar nas coisas que os meus olhos não veem.   

O amor é uma coisa só, ele é par!

Na foto: casal de leitores, Ricardo Carrijo e Jalda Xavier.

              O amor pede fidelidade, pede cumplicidade, o amor pede entrega. O amor é fiel, é único, é impa e singular. O amor é uma coisa só, ele é par! O amor pede, não manda, não exige. Amor é tato, é visão, é conhecer o corpo e entender o coração. Amor é imperfeita perfeição. Ele não cobra nada e entrega-se de graça, amor nasce também de um beijo roubado no banco da praça.

            O amor pede fidelidade, pede simplicidade, mas também pode ser complexo. Amor faz amor, mas se apimenta fazendo sexo. Amor pede cobertor conforme o frio, não pede muito

para preencher o vazio e preza mãos dadas para caminhar o caminho. Ele mora em apartamento ou casa, está na cidade ou no interior, faz compras e assina contratos, supera escassez e não dá ouvidos a boatos. Amor é confiança e cumplicidade, Amor é onde você estiver eu estou. 

Aceito dançar conforme a musica que embala o meu destino.

Na foto: leitora e sobrinha, Juliana Silva.

     Aceito a vida como ela é, aceito dançar conforme a musica que embala os meus dias, sou bailarina dos sonhos que eu sonhei para mim. Sou filha da sorte e companheira da esperança, carrego no meu peito uma porção criança que é para aqueles dias nublados. Aceito a melodia rotineira desse meu desejar vencer e vivo a tecer  a minha história nos passos e atos de uma eterna linda dança.

   Aceito dançar conforme a musica que embala o meu destino, danço espalhando a magia de um povo que não desiste nunca, danço sem perder a classe e sem quebrar o cálice do vinho que brindará meu grande dia. Aceito a vida como ela é, aceito ser mulher guerreira brasileira de muita fé, mulher brasileira da cor do café.

   Aceito dançar conforme a musica que embala os meus dias, aceito a alegria de ter dois corações, aceito ser serva da dança e viver tantas emoções. Sou filha da dança e adotada pela sorte, amo essa melodia que a vida toca para mim. 

Renunciar também é vida! (Inspiração dos Irmãos de luz)

Na foto: leitora, Solange Santos e sua mãe, Noêmia.

O meu caminho é passo a passo

e a minha trajetória é tato a tato

sem perder um ato dessa vida

que a vida escolheu para mim.

Talvez, algumas privações

talvez, algumas provações

mas essa é a vida que a vida

escolheu para mim.

renunciei ao espelho,

e escolhi por hora, não caminhar

para que aqueles que eu amo

possam caminhar com tranquilidade.

No momento, abri mão de conquistas

para que aqueles que eu amo

possam construir e conquistar

em suas trajetórias.

renunciar quando é preciso,

é gesto nobre do verbo amar!

O meu caminho eu caminho assim!

Caminhar também é ter que aceitar

que em alguns momentos precisamos

parar a nossa própria vida

para que outros consigam viver.

Precisamos entender

o valoroso significado do verbo renunciar.

porque renunciar em certos casos

também é verbo viver! 

Flor que tecia buquês de interrogações.

Na foto: leitora e amiga, Poliana Magalhães.

    Eu, flor de um jarro feito do barro do bairro que me viu nascer. Imitava nuvens, que mastigava estrelas e corria livre pelas retinas dos finais de tardes. Conheci o mundo e compreendi que o mundo que eu sonhei para mim, cabia na palma de cada pétala que eu possuía. Mundo que a cada sonho se revelava possível de se viver.

    Eu, flor de um jarro feito do barro do bairro que me viu nascer! Consumia livros e também era feita de livros, livros de histórias sem fim.  Flor que tecia buquês de interrogações e que trazia no tato o garimpo das sensações, sensações de um bem querer. Conversava com o mar e entendia a linda solidão da linha do horizonte. Flor que amava ficar à beira mar admirando o horizonte.

      Eu, flor de um jarro feito do barro do bairro que me viu nascer! Respirava qualquer manifestação de arte e acreditava que em Marte havia vida inteligente. Flor que nunca simpatizou com a esquerda e tampouco com a direita, mas sempre foi politicamente imperfeita! Mantenho o meu bom senso de não ser muito adepta ao senso comum! Eu, flor de um jarro feito do barro do bairro que me viu nascer. Vivo feliz e quem me conhece respeita o meu jeito de ser!     

Conceda-me luz, Senhor!

Na foto: leitora, Cicília Amaral.

     Conceda-me luz, Senhor! Luz para os meus dias. Para iluminar a minha caminhada, para receber o anoitecer nos meus dias, conceda-me luz para o meu viver. Luz, quando me faltar à luz, quando eu estiver perdendo a noção da fé que me conduz. Conceda-me luz! Quando faltar luz nas palavras proferidas por mim! Conceda-me luz, Senhor! Quando eu achar que for o meu fim!    

        Conceda-me luz, Senhor! Para entender a ausência da luz e as artimanhas das trevas no meu caminho. Para eu aceitar a falta de luz do meu próximo e aceitar que alguns, na sua falta de luz, nos ajudam a caminhar para a luz! Conceda-me luz para o meu viver. Luz nos momentos de tormenta e quando o meu corpo achar que não aguenta mais as mazelas trazidas pelo tempo. 

            Conceda-me luz, Senhor! Para aceitar a luz dos outros, para entender que meu corpo é templo sagrado e singular morada para o Senhor! Conceda-me luz para o meu viver. Luz para que eu compreenda que o amor não é um sentimento puro, luz para que eu enxergue com os olhos da alma a sua luz. Conceda-me luz, Senhor! Para iluminar a minha caminhada, luz para que eu consiga manter sempre acessa a chama da minha fé.           

No ventre do tempo.( pensamentos de uma futura mamãe)

Na foto: leitora e futura mamãe, Raquel Silva.

          No ventre do tempo, na força do vento, a vida ganha um novo sentimento aqui dentro de mim. Antes, eu esperava sem esperar. Agora, o tempo é o meu melhor lugar. Ela renova meus pensamentos, renova cada velho novo momento que eu fico a pensar. Duas vidas, duas novas histórias. Aqui, dentro de mim, um universo novo a pulsar na força de dois corações.

           No ventre do tempo que habita dentro de mim, duas vidas ganham forma e me deixam mais feliz. Agora, noção de tempo é coisa relativa: segundos, minutos, horas e dias. Minha vida, assim como meu ventre, guarda duas novas expectativas de vida, dois sonhos de vida, duas novas razões para eu nunca desistir de viver.

          No ventre do tempo, pensamentos de uma futura mamãe. Dois sonhos se transformam em realidade, dois novos corações que conjugarão em toda sua intensidade, o verbo amar!  Giovanna e Marseille: duas novas noções de tempo e de pensamentos. Giovanna e Marseille, minha vida deixou de ser minha, passou a ser de vocês!

        Meus amores! Que o tempo sempre ofereça tempo para vocês nas suas jornadas: tempo para aprender e ensinar, tempo para errar e corrigir seus erros, tempo para amar os seus e, principalmente, tempo para agradecer a Deus. Amo vocês!

Nascemos órfãos do saber.

Na foto: pequeno Biel, Filho do casal de leitores, Thaísa Sousa e Victor Ramos.

Nascemos órfãos

De sentidos concretos das respostas sobre a vida

Nascemos à margem esquerda do humano direito

De saber o verdadeiro sentido do viver

Nascemos órfãos dos laços abstratos

Daquilo que iremos ser

Nascemos órfãos de idéias que contemplem

O sinuoso hemisfério do ser ou não ser

Nascemos órfãos

Das frases arcaicas que darão sentido

A tudo que for do desconhecido

Nascemos à beira da vã filosofia vã.

Nascemos órfãos

Da consciência do antes do nascer

E Passamos a vida inteira

Construindo a nossa concepção de ser

E só deixamos a condição de órfãos

Depois do ato de morrer!

Eu sou fã da alegria!

Na foto: leitora, Andrea Varjão.

         Dessa coisa boa que é ser feliz, eu sou fã! Admiro e valorizo cada raio de nova manhã que vem bater à minha porta. Eu agradeço o companheirismo do café com leite e a leveza do azeite, eu aprecio a organizada indecisão matinal do ir e vir dessa multidão defendendo o seu pão de cada dia. Eu sou fã da alegria! Valorizo o feriado no meu calendário e as paisagens que compõem o meu itinerário, eternizo tudo que as minhas retinas registram!

         Dessa coisa boa que é ser feliz, eu sou fã! Sou louca pelo sorriso das crianças, louca pelo sentimento de esperança que o olhar delas nos transmite. Admiro a chuva que abençoa a plantação e o sol de verão bronzeando essa gente bonita nas areias das praias desse meu país. Eu sou fã da alegria! Valorizo as canções que falam de amor e embalam apaixonados casais. Adoro uma boa comida, um prato colorido e rico de sentido e paladar, enriquece a vida.

       Dessa coisa boa que é ser feliz, eu sou fã! Valorizo o abraço amigo e um bate papo descontraído. Respeito o espelho, os ensinamentos do tempo e a paciência do silêncio. Eu sou fã da vida! Aceitei de coração aberto tudo que ela me deu, aceitei ser feliz e entender que nessa minha caminhada, eu sempre tive a proteção do meu bom Deus.

Venha amor em mim.

Na foto: casal de leitores, Dyego e Fabí Kelly.

Faz passarinho trazer noticias suas

Passe por aqui deixe carinho na rua

Deixe amor aqui

Deixe amor em mim

Mande um beijo via 3D

Mande a solidão me esquecer

Mande amor aqui

Mande amor em mim

Faça chover dengo seu no meu quintal

Faça fumaça para fazer sinal

Faça amor aqui

Faça amor em mim

Venha a pé ou no pé de vento

Venha para festa do nosso momento

Venha amor aqui

Venha amor em mim.   

A vida sempre me ofereceu flores.

Na foto: leitora, Keila Beatriz.

     A vida sempre me ofereceu flores, caminhos floridos e jornadas de primavera, a vida me presenteou com um lindo jardim chamado nova era. Um buquê de possibilidades e oportunidades, porém também me deixou conhecer a importância dos espinhos. 

         Fez de mim, um ser que semeia e cultiva pensamentos positivos, mesmo nos momentos negativos da minha trajetória. E quando eu não consegui evitar de provar o gosto amargo da dúbia fragilidade humana, mesmo assim, a vida me ofereceu flores e eu levantei. 

     A vida sempre me ofereceu flores, odisséias contadas por um livro de cabeceira e um travesseiro conselheiro e ombro amigo das minhas infinitas noites de sonhar. Ela me deu a compreensão pelo o meu próximo e fez do meu coração um terreno de solo fértil para a vontade de viver. A vida transformou-me em nuvem florida e eu sorri chuva de bem querer.

          A vida sempre me ofereceu flores, um calendário vasto de dias especiais. Proporcionou-me viagens a lugares que ficarão tatuados para sempre em minhas retinas. Ela me ofereceu flores que preencheram o vazio que havia em meu peito. A vida floresceu e coloriu o meu coração, dissipou alguns porquês e fez brotar outras interrogações existências necessárias nessa minha caminhada humana.  

Perdoe-me, Senhor! Mas eu precisava desabafar!

Na foto: Eu, André Mantena.

      Senhor, fala comigo! Inclina seus ouvidos para as minhas orações, não deixe Senhor, que o espelho seja a minha sentença diária. Senhor, fala comigo! Não deixe que a paz torne-se algo esquecido em alguma utópica gaveta dos meus sonhos de viver. Escuta-me, Senhor! A prosperidade parece florescer apenas nos quintais alheios, o tempo parece ter um tempo diferente quando a questão é um tempo para mim.

      Senhor, fala comigo! Inclina seus ouvidos para este meu desabafo e me mande um sinal. Escuta-me, Senhor! E que seja feita a “nossa” vontade porque já estou cansado dos tapinhas nas costas e a famosa frase: É tudo no tempo de Deus! Mas eu não acredito que o Senhor permita que os Seus passem tantas privações. Já que os Seus estão correndo atrás de melhoras!

            Senhor, fala comigo! Inclina seus ouvidos para o meu coração, O Senhor vai perceber que ele bate desmotivado, sozinho, quase calado de tão preocupado que esqueceu o que é sorrir! Vai perceber que eu não acredito mais no amor e vivo achando que o negócio agora é viver por viver. Escuta-me, Senhor! Se a sorte é coisa sua, faz uma graça e manda ela para o lado de cá, porque até na sorte eu parei de acreditar!

         Senhor, fala comigo! Seja sincero, abra o jogo, abra os meus olhos, abra os meus caminhos! Inclina seus ouvidos para este meu desabafo! É que não adianta fazer o sinal da cruz em demonstração de fé, se até a minha fé está achando a cruz desse meu atual momento, pesada e injusta demais para eu carregar.  Perdoe-me, Senhor!  Mas eu precisava desabafar.      

"As minhas festas eu mesma faço".(para Cássia Torres, também idealizadora desse blog) Passem lá.

                             

Na foto: leitora aniversariante do dia, Cássia Torres.

 As minhas festas eu mesma faço,

 Quando estou perdida eu mesma me acho.

 Acho bom não dar palpite na vida alheia,

 Pois não jogo areia na calçada de ninguém!

 Faço o bem na medida do possível,

Não vou bancar a boa samaritana

 Só para fazer média com ninguém!

 Na real? Erro e tento reparar meus erros

Quando isso é possível!  

A minha visão de mundo é diferente.

Na foto: a pequena, Mariah, filha da nossa leitora, Adriana Valéria.

       A minha visão de mundo é diferente, o meu mundo é diferente, o meu mundo acredita em um mundo melhor. A minha visão de mundo acredita na igualdade da cor, na tolerância entre as religiões e no arco Iris colorido que é o amor. A minha visão de mundo é diferente, o meu mundo é diferente. O meu mundo acredita que os bons nunca morrerão.

       O meu mundo é diferente e possível de se alcançar! Ele está onde você quiser que ele esteja, está na gentileza que gera gentileza, está na fartura da comida sobre a mesa, ele está na cama macia e quentinha na hora do deitar. A minha visão de mundo é diferente! Ela acredita que todo mundo tenha oportunidades iguais, ela acredita na mãe e no pai tendo dignidade e condições para cuidarem dos seus filhos. O meu mundo é diferente, ele é um trem que achou seu caminho e não mais sairá dos trilhos.

     A minha visão de mundo é diferente, o meu mundo é diferente! No meu mundo eu vou crescer e saber que a cada passo que eu der, Deus estará guiando o meu caminho. Nele eu nunca estarei sozinha e a sociedade terá como principal característica, o amor e o respeito pelos seus. A minha visão de mundo é diferente, nela os dias serão sempre ensolarados, mas haverá também dias nublados porque é preciso ouvir a canção dos pingos da chuva no telhado.

      A minha visão de mundo é diferente, o meu mundo é diferente! Nele, o amor é o grande mandamento a ser seguido! A minha visão de mundo é diferente, nela todas as pessoas são felizes porque perante os olhos de Deus, todos nós somos especiais! 

Ficou apenas o que não deveria ficar. (Relato de uma desconhecida).

Na foto: leitora, Polly Valéria.

                Ficou um gosto amargo na boca, ficou uma multidão de interrogações, ficou um apego a antigas emoções. Ficou apenas a moldura na parede, ficou apenas um riso amarelo e triste esquecido no bolso da incompreensão. Ficou apenas o esboço daquele promissor casal, ficou no limiar dos para sempre, um refletir sobre nós dois.

         Ficou apenas o que não deveria ficar, ficou a saudade, ficou a vontade de falar que outrora fora sufocada pela indiferença, ficou a ausência e a incerteza no que virá. Ficou a culpa e o peso da acusação, ficou a incompreensão que nos transformou em ingratidão. Ficou apenas o recolher dos pedaços do que antes eram dois seres felizes, ficou apenas o que não deveria ficar aqui.

             Ficou apenas o que poderia ficar, ficou o arrependimento, ficou o orgulho e o entulho da nossa falta de sintonia. Ficou o abraço por abraçar, ficou o beijo por beijar, ficou o carinho por fazer. Ficaram apenas o silêncio e a saudade, ficou a frase por dizer: Eu apesar de tudo, ainda amo você!    

Eu fui um cara tão nunca com ela.

Na foto: leitor, Junior Brazuca.

      Eu nunca demonstrei a quantidade de amor que eu sentia por ela, nunca valorizei a sua espera na janela. Eu nunca fui um cara tão romântico, assim! Eu sempre paguei carinho com carinho e dengo com dengo, não me lembro de ter sido diferente algum dia. Eu nunca guardei data de primeiro beijo, aniversário de namoro ou coisa do tipo. Sempre paguei carinho com carinho e dengo com dengo. Sempre fui muito automático.

     Eu nunca me liguei nessa onda de mandar flores e dizer que a amava, comigo era assim: romantismo é para livros e CDs! Nunca dei trela para esse papo de andar de mãos dadas, ligações fora de hora e mensagens cheias de blá, blá, blás melosos. Comigo girava conforme o ponteiro do meu relógio! Nunca paguei de pôr do sol e lua cheia, tampouco passear pela areia da praia dividindo sonhos e gostosas bobagens de casal.

   Eu nunca curti esse papo de momento especial. Não tinha me dado conta do quanto nunca eu havia sido com ela, não percebi que aquele jeito romântico que ela tinha, havia me transformado em um cara melhor! Eu não havia percebido que trocar carinhos e caricias, não é o mesmo que ser e se sentir romântico. Eu não havia percebido que pagar carinho com carinho e dengo com dengo, é o mesmo que dente por dente e olho por olho! Eu não dava amor!

        Eu agora percebo que por ter sido tão nunca com ela, acabei afastando de mim, um amor que eu nunca mais encontrarei outro igual. 

Um elo não se dissipa no fechar dos olhos daqueles que nos deixaram.

Na foto: leitora, Marcia Sousa e seu sadoso anjo, Raphael.

      Um elo não se acaba quando um alguém querido se vai, uma morada não deixa de ser morada e a luz não se apaga, quando um alguém nunca mais... É difícil se reerguer depois de uma perda, é complicado conviver com a presença constante da ausência, é difícil ou quase impossível, dizer adeus. A nossa história é escrita a cada novo dia que nasce, a cada nova ação e reação, a nossa história é feita de um emaranhado de conspiração astral.

       Um elo não se dissipa no fechar dos olhos daqueles que nos deixaram, nosso circulo de convivência, nossas uniões e desavenças, nossas lágrimas e nossos sorrisos. Tudo isso fora escrito: enredo e sinopse, antes mesmo da nossa existência. Foram elaborados, antes da nossa concepção de ser humano, algo escolhido no colo do nosso livre arbítrio.

               Um amor não se acaba quando um alguém muito querido se vai, a saudade materializa qualquer abstração da nossa lembrança. E a esperança de um reencontro é algo que fora registrado nos pergaminhos divinos, do lado de lá.  Um laço de fidelidade e respeito não deixa de existir quando um alguém se vai, mesmo que a dor e a incompreensão se façam presentes durante um bom tempo na vida de quem fica.

             A perda machuca, maltrata e também nos aproxima de Deus, mesmo que levemos várias existências para aprendermos que toda perda também é um degrau na escada do nosso aprendizado. Mesmo que alguém também leve um bom tempo para aprender a conviver com a dor da nossa partida.  

Não posso reclamar da vida, Senhor!

Na foto: leitora, Mai Lisboa.

                 Não posso reclamar da vida, Senhor! Não posso reclamar se eu tenho essa imensidão de beleza diante de minhas retinas!  Não posso reclamar se o sol vem todo dia me acariciar com um gostoso bom dia! Senhor! Eu não posso reclamar se eu tenho sol e chuva na medida certa e quando eu penso que estou perdida o senhor sempre me indica o caminho através da sua divina seta. Não posso reclamar, Senhor!

                 Não posso reclamar da vida, Senhor! Não posso reclamar se tenho uma família com todos os defeitos que uma verdadeira família tem: conflitos, não me toques e dramas, dificuldades, mas todo mundo se quer bem! Não posso reclamar, Senhor! Não posso reclamar se a natureza foi generosa comigo e me permitiu ter curvas que me agradam e agradam os olhos alheios. Não posso reclamar, Senhor! Se eu moro numa cidade abençoada e banhada pelo mar.

               Não posso reclamar da vida, Senhor! Não posso reclamar se eu não acredito na sorte e ela insiste em ser compreensível e presente em minha vida, não posso reclamar, se tenho amigos verdadeiros e que estão sempre presente nas horas em que eu mais preciso. Não posso reclamar da vida, Senhor! Não posso reclamar já que até a dor de amor que é a dor mais doída, o Senhor nunca deixou eu sentir na sua total plenitude! Então, Senhor! Eu não posso reclamar da vida!

Sinto-me plena.(biografia não autorizada de uma leitora aniversariante)

Na foto: leitora aniversariante do dia, Cicília Amaral. 

               Sinto-me plena, poderosa e ao mesmo tempo frágil nos caminhos e descaminhos da fragilidade feminina, sinto-me como se pudesse alcançar as nuvens e sei que posso, sei que sou vencedora. Sinto-me de bem com a vida, estou de bem com a vida, estou completando mais uma primavera e a vida tem sido uma carinhosa mãe para mim.

             Sinto-me plena, mesmo nas minhas perdas, eu perdi alguns bocados, mas já estavam marcados na tabua do meu viver. Não posso reclamar, sinto-me plena e tenho sede de acordar todas as manhãs e ser agraciada com um lindo raio de sol. Hoje, completo algumas primaveras, no balanço do meu coração, ganhei mais do que perdi, aprendi com as vitórias e entendi minhas derrotas, por isso, sinto-me plena.

            Sinto-me plena e hoje completando algumas primaveras, o espelho me diz que aquela jovem que beirava a casa dos dezoito anos, ainda está aqui. No olhar, no sorriso e nas curvas do meu corpo que o tempo generosamente conservou. Hoje, completo mais uma primavera, ganhei novos amigos, conservei os antigos e perdoei aqueles que por ventura não me entenderam. Hoje, eu completo mais uma primavera, sinto-me plena, sinto-me mais mulher.