quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

De ficar assim, eu gosto mais ainda

Leitor e amigo,Jonathan Sales. Farol da Barra, Salvador BA.
                                            

           De fazer nada eu gosto mais. Andar descalço, pensamento alto, quase imitando nuvem. De ficar assim, eu gosto mais ainda. Sono fazendo visita, dia jurando eternidade. Pra falar a verdade, gosto muito de fazer nada. Deixar pôr-do-sol anoitecer, ser assim, praia parada. Aproveitar a vida, esquecer preocupação, deixar o coração tirar umas férias de tudo. Tudo que me faça angustiar.  
          Admirar o mar e o lindo balé das ondas. Mergulhar de cabeça na água azul do mar, aproveitar o azul do mar, vagar feito barco de papel. De fazer nada eu gosto muito. Peito aberto, pulsando a alegria de viver. Vida gostosa de não ter o que fazer, quando for o momento do não fazer.  Barraca de praia, água de coco, ter preguiça no corpo. Deus, como é boooooommmmmmmmmm.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Esse é o trem chamado vida. (Para Aline Rodrigues, futura mamãe)

Na foto: Aline Rodrigues. Adaptações: A.Mantena


        Um novo ser, uma nova perspectiva de vida. Vida nova no mundo, mundo que se prepara para recebê-lo. Um novo ser, um novo caminho. Carinho trazido e produzido às dúzias, sentimento inacabado de esperar. De uma perda, de uma lembrança, nascerá uma criança para aliviar triste dor. Dor de quem chorando ficou. Eu, mero instrumento de Deus, servindo de ponte para a vida. Vida que ontem levou emprestada a minha mãe. Vida que hoje me dá sem cobrar nada, um filho. 
        Um novo ser, uma nova era. Uma nova jornada nesta doce e difícil labuta de ser filha, mulher, mãe. Ventre, vida e voz. Ventre, primeira morada. Vida, eterna jornada, e Voz, mãe ninando as madrugadas. Um novo ser, uma nova oportunidade. Ontem, filha chorando distância de mãe. Hoje, futura mamãe à espera do primeiro filho.  Esse é o trem chamado vida. Vida que às vezes sai, mas sempre acaba retornando aos trilhos. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu ando tão pensativo

Na foto: Leitor e amigo, Everton Lima. Adaptação: A.Mantena


         Preto ou branco? No centro ou no canto? Aula de violão ou de canto? Quantas vezes eu precisarei escolher entre uma coisa ou outra, para poder continuar seguindo em frente? Inverno ou verão? Arroz ou feijão? Sim ou não? Quantas vezes eu precisarei escolher entre uma coisa ou outra, para poder continuar seguindo em frente? Eu ando tão pensativo, conversando aqui, comigo. Eu preciso escolher meu caminho, mas qual caminho seguir?
       Praia ou piscina? Verso livre ou rima? Embaixo ou em cima? Quantas vezes eu precisarei escolher entre uma coisa ou outra, para poder continuar seguindo em frente? Pagar à vista ou parcelado? Carro novo ou usado? Calça ou bermuda? Fazer sozinho ou pedir ajuda? Quantas vezes eu precisarei escolher entre uma coisa ou outra, para poder continuar seguindo em frente? Eu ando tão pensativo, conversando aqui, comigo. Eu preciso escolher meu caminho, mas qual caminho seguir?
      Pagode ou forró? Gramado ou Maceió? Vasco ou Flamengo? Na Bahia, Itapuã ou no Rio, Realengo? Paixão ou amor? Cidade ou Interior? Quantas vezes eu precisarei escolher entre uma coisa ou outra, para poder continuar seguindo em frente? Faculdade ou curso profissionalizante? Suco ou refrigerante? Amor ou sexo? Côncavo ou Convexo? Quantas vezes eu precisarei escolher entre uma coisa ou outra, para poder continuar seguindo em frente? Eu ando tão pensativo, conversando aqui, comigo.
     Eu preciso escolher meu caminho, mas qual caminho seguir, para viver em paz comigo mesmo?

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ontem eu fui canção

Na foto: Amigo e leitor, Manassés. Adaptações: A. Mantena
         

Ontem eu fui canção
E tocava para você dançar
E tocava para você sorrir
E tocava para você dormir.

Ontem eu fui chuva
E molhava para lhe refrescar
E molhava seu solo cansado
E molhava seu triste cerrado.

Ontem eu fui lua
E iluminava sua caminhada
E prateava sua madrugada
E apaixonava suas palavras.

Hoje sou musica
Que toca e você nem percebe
Hoje sou chuva
Que se cair você adoece
Hoje sou lua
Que no seu céu não mais aparece.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eu quero ser adolescente para sempre




Foto: A turma da minha filha, Naná e minha sobrinha Lorena
 

         Eu quero ser adolescente para sempre. Eu quero eternidade para a minha inseparável turma de amigos, quero tardes eternas de domingo. Quero caminhar e sentir os meus pés tocarem o chão, quero sentir que ando sem preocupação. Eu quero apreciar o vôo solo da linda gaivota, quero lacrar de vez a porta que dar acesso a infelicidade humana. Eu quero ser adolescente para sempre. Eu quero congelar o espelho, quero festas regradas a muito refrigerante.
          Eu quero congelar o instante. Eu quero ser adolescente para sempre. Eu quero continuar dando risada de piadas sem graça, eu quero festa na praça. Eu quero eternizar o meu primeiro sutiã, quero eternizar o sol da manhã dos meus quinze anos de vida. Eu quero eternizar a vida. Eu quero ser adolescente para sempre. Eu quero eternizar a minha melhor amiga e ter sempre um porto seguro para os meus segredos.
         Eu quero ser adolescente para sempre. Eu quero eternizar o meu primeiro beijo, quero eternizar aquela louca sensação que eu senti naquele momento. Eu quero eternizar minhas tardes de sorvete, quero eternizar minhas idas ao shopping Center com a galerinha. Eu quero eternizar nosso motivo para tudo se transformar em uma big festinha. Eu quero ser adolescente para sempre. Eu quero eternizar meus ídolos, quero eternizar minha inseparável turma de amigos.
       Eu quero ser adolescente para sempre. Eu quero eternizar a minha adolescência, quero eternizar tudo que a vida tenha para me oferecer. Eu quero eternizar o verbo “Adolescer”.     

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A força de um casal


Foto: Casais de leitores e Amigos.



             A força de um casal está nas verdades. Verdades que ladrilham a eterna promessa de caminharem juntos. A força de um casal está no planejado acaso do destino que uni duas vidas. Um casal é feito de diferenças: crença, política, time e comida preferida.  A força de um casal está na lua cheia. No olhar bobo de dois seres apaixonados. A força de um casal está na incerteza do amanhã. Está em um representar para o outro o mais discreto e confiável divã.
            A força de um casal está nas brigas e chateações diárias, está nas gostosas reconciliações que quase ou sempre acabam em longas noites de amor. A força de um casal está no gostoso sentimento de companheirismo, está nas tardes de domingos em frente à TV ou naquele almoço de família regado a muita cobrança por um netinho. A força de um casal está nos boletos a pagar e na prestação do carro novo.
           A força de um casal está no desejo de amor eterno, está no abrir mão de um pouco de si. Está em olhar mais a vida pelos olhos do outro. A força de um casal está em não ser perfeito, está em errar tentando fazer tudo direito. A força de um casal está no nascer de cada manhã, está no amor e na vontade de amar que um tem pelo outro.

Eu procuro um coração

Foto: Poliana Magalhães.Adaptações: A. Mantena


            Eu procuro um coração, que saiba fazer desenhos em nuvens. Procuro um coração que saiba falar a língua do P. Procuro um coração que também tenha fome de viver. Eu procuro um coração que saiba contar piadas bobas e também adore cultura inútil, dessas tiradas da internet. Procuro um coração que adore comédias românticas e que também derrame lágrima quando presencie cenas de despedidas. Procuro um coração que me chame de querida.
            Eu procuro um coração, que adore andar descalço pela areia da praia. Um coração que não fique bolado quando eu vestir uma mini-saia. Eu procuro um coração que saiba me entender até no mais insignificante gesto que eu faça. Procuro um coração que me ame de graça. Eu procuro um coração, que saiba dançar com o rosto coladinho ao meu. Um coração que também dance forró, samba, Dance, ou pelo menos saiba se movimentar, fingindo que aprendeu.  
           Eu procuro um coração, que me pegue no colo e se perceber que em algum momento eu choro, saiba usar as palavras certas para me acalmar. Eu procuro um coração, que saiba amar.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A fotografia que eu mais gostava

Foto: Amiga e Leitora,Poliana Magalhães. Adptações: A.Mantena 

                                         
          Restou apenas um sorriso em algum canto da nossa antiga casa, restou apenas um amontoado de desculpas e promessas não realizadas. Restou apenas o canhoto de um bilhete daquele show do nosso cantor preferido, restou apenas o pingente de prata em forma de coração que ela me deu. Restou apenas um quarto vazio e escuro, restou um emaranhado de planos não realizados.  
           Restou apenas à lembrança dos nossos sorrisos carinhosos, restaram apenas às malas amontoadas no corredor a espera de um taxi. Restou apenas a saudade que já se apoderou do meu peito. Restou apenas a minha imagem no espelho, restou-me apenas à fotografia que eu mais gostava. Restou apenas o reflexo dos meus olhos vermelhos de tanto chorar. Restou apenas a lembrança de vê-la partir.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Aqui, eu ainda estou.


Foto, leitor e amigo,Júnior Brazuca. Adaptações André Mantena
                                 

            Aqui, eu ainda estou, mas não pense que eu espero por você! Mesmo que eu ainda sinta aquele friozinho na barriga, mesmo que eu ainda chore relendo seus lindos bilhetes de amor. Aqui, eu ainda estou, mas não pense que eu espero por você. Mesmo que eu ainda continue ouvindo o dia todo, todos os CDs que você me deu. Mesmo que eu ainda continue lendo e relendo todos os livros que você também leu.
 Aqui, eu ainda estou, mas não pense que eu espero por você!  Mesmo que eu ainda acorde no meio da noite chamando o seu nome. Mesmo que eu ainda me pegue várias vezes ensaiando discar o seu telefone. Aqui, eu ainda estou, mas não pense que eu espero por você! Mesmo que eu ainda volte todos os dias, lá naquele velho banquinho da praça, onde nós nos beijamos pela primeira vez. Mesmo que eu ainda tenha armazenadas no meu celular, todas as mensagens românticas que você me enviou.
         Aqui, eu ainda estou, mas não pense que eu espero por você! Mesmo que eu ainda pergunte para os nossos amigos como você está? Mesmo sabendo que eu ainda estou aqui tentando me convencer, de que eu apenas estou “Aqui”, simplesmente, por estar.           

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O mais sublime de todos os sentimentos.


Renan e Emanuelle. Adaptação, André Mantena.

                                
             Eu rabisquei frases sem sentido, eu parafraseei amores impossíveis. Eu dividi o indivisível, eu acordei toda a cidade com o choro do meu bandolim. E ouvindo o meu choro, a lua, sorriu para mim. Eu camuflei esquinas solitárias e dei a elas, um vestido digno das grandes damas da realeza. Esquinas, outrora sombrias, agora, divina manifestação da beleza. Eu corri mundo e vi nascer diante dos meus olhos, um mundo cheio de esperança. Eu fiz uma imensa revolução dentro da fábrica dos meus acontecimentos, uma revolução em prol do verdadeiro sentimento, o mais sublime de todos os sentimentos, o amor.    

Um livro sem ponto final

Na foto, meu amigo e leitor, Júnior Brazuca. Adaptações de André Mantena.
                                  
          Eu leio minha vida como se lesse um livro sem ponto final, volto paginas, pulo um capitulo, evito uma frase, abraço uma ou duas orações e vou adiante. Não entendo o que descubro a meu respeito. Tenho medo do enredo que se apresenta diante de minhas retinas. Ponho-me na estante e penso que de lá, eu nunca deveria ter saído. Livro! Livra-me desta conflitante labuta diária de ser livro. Eu, livro de mim mesmo? Não me conheço! Fim, meio e começo.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Adiante


Foto,Junior Brazuca, BR  242, Estrada para a Chapada Diamantina BA



Aqui, diante de mim.
Minha vida, meu caminho, minha estrada
Voltar é uma idéia morta
Buscar o futuro é um novo começar.

18 de fevereiro

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Eu sou como as flores e Eu nunca esqueci o Batom.

Amigas leitoras, Jalda Xavier e Janaina Carvalho
      

    Eu sou como as flores (Para minha amiga e leitora, Jalda Xavier)

           Eu sempre sonhei com uma casa construída, faculdade concluída e final de semana no litoral. Eu tracei todos os meus planos com os pés fincados na realidade. Eu nunca tive medo da verdade, mesmo sabendo que a verdade, às vezes, machuca pra caramba. Sofri muitas vezes por causa de mentiras em pele de verdades. Eu nunca vivi nada pela metade.  Eu sempre fui uma amiga dedicada, certas vezes, até pisei na bola, já dei uma ou duas mancadas, mas isso é normal, faz parte do relacionamento entre verdadeiros amigos.
           Eu sou aparentemente frágil, sou aparentemente delicada, mas carrego no meu intimo a força da mulher brasileira. Dessas que sobem e descem ladeiras com lata D’água na cabeça. Com todo esse sacrifício ainda mantenho minha beleza. Eu amei um amor que eu jurava ser eterno, mas que infelizmente buscou caminhar no deserto da distancia. Hoje, tenho somente doces lembranças.
         Eu sonhei com um mundo perfeito! Perfeito, nas suas imperfeições! Eu sonhei com amores eternos! Eternos, nas suas recordações. Eu sou uma mulher que chora.  Sou uma mulher que se comove quando alguém vai embora, eu sou como as flores quando seus amores buscam outros jardins. Flores, são flores, independentemente, de a primavera ter chegado ao fim.    

EU NUNCA ESQUECI O BATOM (Para minha amiga e leitora, Janaina Carvalho)

        Eu nasci ontem, quero tudo para ontem, não tenho tempo a perder. Quero o alfabeto em uma só palavra, quero atitude em um só ato. Quero tudo de fato. Eu sou intempestiva, agitada e impulsiva, sou resumo, sou atalho. Sou de fácil resolução. Eu não faço diferença entre tempestade e um copo com água. Para mim, as duas coisas podem me tirar do meu caminho. Não suporto vida parada, meu lema e movimento.
       Eu sou vendaval que sai da boca, se mexem com minhas filhas fico louca, faço vir abaixo qualquer estrutura.  Não conheci facilidades, quase nunca aproveitei o que de melhor possuíam, as melhores fases da minha vida. Mas não trago no peito esse ferida, sangrei o que tinha de sangrar, chorei o que tinha de chorar. Mas levantei, sacudi as poeiras acumuladas sobre minha alma e dei a volta por cima.   
     Eu nunca esqueci o batom, nunca perdi o tom, nessa doce melodia que é ser mulher. Apesar dos descaminhos, ainda desperto desejo e me emociono quando vejo um longo beijo de novela. Mesmo passando o que passei, para chegar até aqui. Eu ainda tenho sonhos de uma apaixonada Cinderela.  

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Desfile do bloco da saudade

André Mantena
                                                      

   O quadrado parabólico devidamente acomodado na sala de estar da minha casa anunciava que oficialmente o carnaval de Salvador, começava hoje, sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012. No meu peito, o desfile do bloco da saudade já havia começado. Na avenida principal das minhas recordações, eu seguia o tambor do Olodum, pedindo: avisa lá que só me acordem desse sonho mais tarde!  
                Uma gostosa sensação me tomou, quando avistei vindo lá de longe, pertinho do Farol da Barra, o Arrastão da Timbalada! Galera, aquilo era Massa! Não tinha nada no carnaval baiano que me emocionasse mais do que ver Carlinhos Brow e sua tribo tocando timbau. A reportagem continuava rolando na minha TV e dava para ver, a cascata de minhas recordações inundarem minha pequena sala de estar.
              No circuito da folia de minha saudade, Bell e o Chiclete traduziam em um curto mais significativo refrão, tudo o que eu queria dizer para minha querida Bahia: Sou 100% você. Aquele arerê de gente bonita, filhos da terra, turistas nacionais e internacionais: o sol se encarregou de deixar todo mundo igual. De repente, lembrei da ginga Afro-baiana de um grande amigo, Ed Machado, com o seu corpo abençoado pelos deuses da dança. Ele encantava a mãe natureza. Uma rara manifestação de pura beleza.
           A matéria estava encerrando quando, o eterno bloco da minha adolescência deu o ar da graça naquele quadrado parabólico. Sem entender, passei a me ver rodeado dos fieis amigos daquela época: Junior Brazuca, Vinicius, Josias, Pedro Neto, Paulo Machado, Bira Bell e outros que fizeram do carnaval, um vento que ficou tatuado no lado esquerdo do meu peito. Quando dei por mim, a matéria havia acabado, e eu estava sentado no sofá da minha sala, em pleno desfile do bloco da saudade.         

Eu sou bússola inquieta

Amiga e leitora, Alessandra Freitas
                                                             

          Eu sou bússola inquieta apontando para o Norte. Sorte?  Acho que deixei guardada em alguma gaveta esquecida da minha vida. Feridas? Muitas minha alma conheceu, mas nenhuma delas me venceu. Nunca acreditei em castelos invisíveis e tão pouco escrevi na areia, o nome de um possível e inesquecível amor. Sou fera se corro perigo e bela na hora de dar abrigo. Porém, enganam-se aqueles que me tratarem como sexo frágil.
          Eu sou bússola inquieta apontando para o Norte. Não tenho retrovisor, tão pouco olho para trás. O que passou, passou, para mim? Não volta mais. Nunca chorei por paixão desfeita, porque tenho no tempo a receita para o esquecimento. Eu adoro carinho, mas meus passos preferem seguir sozinhos. Pois meu destino está na alma da palma da minha mão. Eu vivo o hoje, e o amanhã eu prefiro encontrá-lo, amanhã. Sem essa de que o pecado está na maçã.
        Eu sou bússola inquieta apontando para o Norte. Não converso com velhas fotografias, aquilo ficou registrado em algum dia lá atrás. Que descansem em paz. Eu sou mulher que ama, reclama e pede colo, mas não pense que eu imploro por chamego ou atenção. Eu sou dona do meu próprio coração. Eu entendo bem o espelho, e por isso nunca tive os olhos vermelhos por escutar o que ele me falou. O que eu ouvi do espelho, meu coração, até que suportou.
       Eu sou bússola inquieta apontando para o Norte. Sorte?  Acho que deixei guardada em alguma gaveta esquecida da minha vida.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Para entender o meu coração.

na foto, minha amiga e leitora, Mariana Reis. julho de 2010.
                                                       
        Gastei dúzias de pensamentos e revirei o meu sentimento inconseqüentemente de cabeça para baixo. Fiz o diacho para entender o meu coração. Eu desbravei o Himalaia, garimpei revoltas antigas, reavivei celeumas esquecidas, fiz o diacho para entender o meu coração. Eu fiz e refiz o caminho de Santiago de Compostela de joelhos. Eu atravessei o mar Vermelho, passei a pão e água no deserto. Eu fiz o diacho para entender o meu coração.
       Eu enfrentei os labirintos intermináveis da minha saudade, me despir por inteira, me fiz verdade, mas nada, não adiantou! Eu revirei meu velho baú de minhas inquietações, procurei lá no fundo do poço, entender certas emoções, eu cravei no meu peito a adaga da humilhação, e mesmo assim, eu não consegui entender o meu coração. Eu fiz contato com o mundo espiritual, eu fui do céu ao inferno e me fiz vendaval do meu próprio ser. Nada adiantou, não consegui entender.
      Eu gastei dúzias de pensamentos e revirei inconseqüentemente os meus sentimentos, só para entender o meu coração. Nada adiantou, não deu não. Após longa jornada, meu coração olhou-me de maneira pausada, e confessou: minha linda menina, perdendo-me, me encontrará sempre dentro ti, não me conhecendo, passará a entender a singela magia do viver, que é: “não conhecer e não saber controlar o próprio coração é o que faz o amor e os sentimentos florescerem dentro de nós.”       

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Eu ainda amo um alguém

Foto By meu amigo, Junior Brazuca 
                                        
            Eu amo alguém que eu sei que, já não posso mais amar. Algo feito impossibilidade, verdade, apenas que esse alguém já não pode mais ser meu. Eu ainda o encontro nas mais lindas canções, mas até nessas canções, seus refrões me fazem lembrar: com esse alguém você já não pode mais ficar! Eu ainda conto seus passos, eu decorava todos os seus traços, não havia nada nesse alguém que eu não sabia de cor. Mas eu o amo e sei que já não posso mais amar.
           Eu aprendi a desenhar as nuvens, e ainda imagino lindas viagens ao centro do seu coração. Eu amo alguém que eu sei que, já não posso mais amar. Algo feito imaginá-lo da mais pura maneira que exista. Algo feito par perfeito. Algo feito: voz e violão, frio e cobertor, Rio de Janeiro e o Cristo Redentor. Mas já não pode mais haver perfeição nesse amor. E mesmo nessa clara impossibilidade de não ser mais amada, eu vivo como se vivesse ainda aquele conto de fadas. Acreditando na vitoria do amor.
          Esse alguém ainda me dar abrigo quando eu preciso. Esse alguém ainda é o meu melhor abrigo, quando quero fugir, desse mundo solitário. Eu amo alguém que eu sei que, já não posso mais amar. Ainda amo um alguém que sempre tinha as palavras certas para me falar, as palavras dele se confundiam com o mar. Mar, onde eu adorava navegar. Eu ainda amo um alguém, que se emocionava com a lua, que conversava com as estrelas e andava cantarolando pelas ruas. Eu amo alguém que eu sei que, já não posso mais amar.
        Alguém cujo meu travesseiro sempre me aconselha a não mais amar. Porque esse alguém eu já não posso mais encontrar. Eu amo alguém que eu sei que, já não posso mais amar. Eu ainda amo um alguém que um dia, de verdade, me conheceu. Eu ainda amo um alguém que por ironia do destino, faleceu.  

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Não conheço Píer ou Farol amistoso

Píer do Minas Brasília Tênis Clube 11/02/2012 (Foto by André Mantena)


        Eu queria atracar meu coração em algum porto que me fizesse feliz. Algum porto que me desse segurança. Cansado de navegar por mares revolto, finjo-me de Porto para o meu próprio eu.  Ateu de coisa alheia eu procuro na areia, pegadas para me acompanhar. E volto a navegar! Não conheço Píer ou Farol amistoso, trago no rosto, receita de solidão. Gaivotas ensaiaram um vôo amigo para acompanhar a minha embarcação. Durou pouco tempo, novamente, solidão.
        Eu, barco à deriva, conheço bem a brisa que sempre me leva para o mar. Falo a língua dos ventos, mas não compreendo o meu coração. Do mundo, naveguei todos os oceanos, mas o meu leigo engano foi nunca navegar o meu coração. Hoje, barco solitário em Píer esquecido. Atracado ao seu próprio destino de jamais ter vivido uma verdadeira paixão.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Brincadeira doce e perigosa de amar.

Fonte da Internet

 Eu brinquei de amar alguém,
 Brincadeira perigosa de brincar
 Risco feito em folha branca de papel,
Amargo mel de adoçar.
Amar,
Brincadeira de criança levada,
Levada às últimas conseqüências
Amar,
 Brincadeira onde se perde a inocência,
Brincadeira doce e perigosa de amar.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Daqui onde agora eu estou (In memorian a todos aqueles que tiveram medo de viver)

Foto by meu amigo, Junior Brazuca
                                                   
          De repente eu me dei conta de que eu não existo mais. Daqui onde agora eu estou. Meu exercício diário é pensamentar e refletir, sobre o quê eu fui na vida, que eu não vivi?  E pensamentando eu descobri: que eu fui aquela pessoa que não participou daqueles tão esperados festivais de sorvete da escola, só porque eu tinha medo de pegar uma pneumonia.  Eu não tomei banho de chuva, nunca soube que gosto tinha um pingo de chuva. Pra falar a verdade, eu nunca nem provei bolinho de chuva.
          Daqui onde agora eu estou. Eu comecei a descobrir: Que eu fui aquela pessoa que nunca roubou um beijo, nunca matou o desejo de chupar manga lambuzando os dedos. Eu fui aquela pessoa que nunca acampou com os amigos, nunca provou do fruto proibido, nunca conversou com o sereno da madrugada.
          Daqui onde agora eu estou. Descubro: que eu fui aquela pessoa que se preocupava demais. Irritava-me com a tranqüilidade trazida pela paz que sempre foram as minhas tardes de domingo em família. Eu não vivi o happy hour das sextas-feiras com os amigos, eu descobrir que eu sempre arranjava motivos para não viver nada. Eu não vivi as juras de amor eterno, da minha primeira paixão.
         Daqui onde agora eu estou. Descubro: que eu passei mais tempo admirando obras de artes em livros acadêmicos, do que apreciando o belo nascer do dia, no quintal da minha infância. Eu descobri que eu não sorri quando era para sorrir, porém chorei muito, quando não havia necessidade de chorar. Daqui onde agora eu estou, descubro: “Que aqui jaz uma pessoa que passou pela vida sem viver” 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Olhar perdido

Na foto, minha filha Naná Simões
                                                          


            Eu sou de pouca conversa. Poucos me conhecem bem. Tenho um olhar vivido. Enganam-se aqueles que acham que meu olhar é perdido. Ele voa longe, já voou longe, agora, ele procura sossego. Eu sou de pouca conversa. Ando aparentemente sem destino, sei da vida apenas o que vivi. E minha vontade de viver me diz que eu não sei de nada. Por isso que eu continuo caminhando nessa estrada. Tenho um sorriso guardado na lembrança de uma face feliz. Meu sorriso já não pertence mais a mim.
             Eu sou de pouca conversa.  Tenho idas e vindas gravadas na linha do meu destino, visível na palma da minha mão. Idas e vindas da solidão! Eu já amei intensamente e, também já fiz sofrer amargamente quem um dia, muito me amou.  Eu sou cercada por desertos, tenho um vazio repleto de imensidão. Enganam-se aqueles que acham que eu tenho um olhar perdido, o que eu tenho é um olhar vivido. Vivido de solidão.