sábado, 17 de outubro de 2015

Eu que nunca acreditei no “De repente”.

Na foto: casal de leitores, Grazielle Santos e Antonio Júnior.



          De repente, passei a sentir um frio na barriga, minhas frases se tornaram confusas, minhas ideias amontoadas, mas curiosamente, o meu papo se tornou um papo reto. De repente, passei a sentir uma angustiante falta de assunto, uma falta de ar, uma falta de noção. Mas eu não sei explicar o que é isso! Ultimamente me pego com um sorriso bobo no rosto, andando de um jeito desengonçado, com o coração descompassado e os pensamentos nas nuvens. Mas eu não sei explicar o que é isso!
          De repente, passei a usar só o meu melhor perfume, só as minhas melhores roupas e passei a achar algumas canções sertanejas, extremamente perfeitas. Eu tenho viajado nos livros que eu leio e até chorei assistindo alguns filmes de comédia romântica. Logo eu?  Que sempre compartilhei a ideia de que homem não deve chorar! De repente, percebi que isso tudo passou a acontecer depois que eu a vi pela primeira vez, depois que eu caminhei de mãos dadas com ela pelo shopping, depois que eu a beijei pela primeira vez, depois que eu a vi usando aquelas orelhinhas da Minnie .
           De repente, de repente eu percebi que não sabia e não saberia mesmo explicar tudo isso ou aquilo que estava acontecendo comigo. Logo eu, cara sempre brincalhão, cantor de uma banda de Rock and  Roll. Logo eu, eu que nunca acreditei no “De repente” de repente, entendia que aquilo que eu chamava de “Isso”, era e se chamava Amor.


André Mantena,

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