sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O apego não quer ir embora (Para o meu amigo Everton)

                                               
              Hoje, sexta-feira, 07 de outubro de 2011, eu acordei com uma gostosa saudade no meu peito. Acordei com a lembrança dos meus avôs, paternos e maternos. Pensei um pouco, mas não encontrei uma razão a não ser a doce e pura saudade. Porém quando estava lá no trabalho, conversando com minha amiga Tatá, lhe mostrei uma canção da Maria Gadú, intitulada “Dona Cila” uma canção linda, escrita pela própria Gadú, em homenagem a avó dela falecida.
                  A canção tocava e eu explicava a história da letra para a minha amiga, quando ela disse que não queria mais escutar porque aquele tema, lhe deixava triste. Fiquei a meditar por alguns segundos e decidi ali, que eu escreveria esse texto. Agora, por volta das 15h43min, antes de começar a escrever esse texto, vi no facebook um recado da minha amiga Mariana solicitando-me que escrevesse sobre essa relação que as pessoas têm com a morte. Ela ainda me comunicou o falecimento do pai do nosso amigo Everton, um colaborador e parceiro deste blog.
                  A minha relação com a perda de pessoas próximas é muito vaga e graças a Deus, mínima! Como eu havia dito no inicio do texto, perdi meus avôs muito cedo, porém vivi o suficiente para ter sido muito feliz, pelo menos com três deles, já que o meu avô Neném partiu quando eu ainda era muito novo. Mas o que eu quero falar aqui é que a minha saudade sempre me deixa feliz, pois aproveitei como a maioria das crianças, tudo que um avô ou uma avó pode dar para seus netos. Meu avô Matias, pai de minha mãe, era uma figura magra de pele alva e olhar que lembrava o céu, parecia que a paz e a paciência haviam escolhido o peito do meu avô para morar. Uma voz serena, que chegava a se confundir com o fim de tarde.
                Minha avó Dudu, era a grande conselheira e mentora da família. Não tinha nada no mundo que fosse melhor que dormir sendo embalado por ela.  Já a minha avó Lindaura, Lindu, como era carinhosamente chamada, convivi até os meus vinte anos, adorava fazê-la sorrir, aprontei tanto com ela, não era mulher de muito afago, mas tinha uma risada que me fazia esquecer o mundo.  A morte chegou, mas eu guardo apenas as lembranças boas e alegres, não quero cultivar melancolia e o vazio no meu peito, meus avôs permanecem vivos aqui dentro de mim, são parte de mim, até meu avô Neném que eu não tenho nenhuma lembrança dele vivo, mas conheço muito bem seus feitos, todos narrados pelo meu pai.   
                A minha amiga Tatá também precisa se encontrar dentro desse universo de perda. Na próxima semana, para ser mais exato, no dia 12 de outubro, irá completar um ano de falecimento do seu irmãozinho Rafael, que tinha apenas sete anos de idade. Tatá precisa e deve recordar dele, sempre nos momentos felizes, seu olhar de criança, anjo disfarçado de criança, correndo pelos corredores da casa, pelado, após sair do banho, molhando tudo e morrendo de rir dos gritos e reclamações de sua mãe. Ela deve lembrar dele, dormindo no sofá com o ar mais tranqüilo do mundo, como se a vida bastasse naquele cochilo gostoso.  Tatá precisa se sentir feliz porque a vida lhe possibilitou tamanha alegria, ela precisa evitar o vazio.
              O meu amigo Everton acaba de perder o pai, Everton meu amigo! Você não perdeu, a vida escreveu mais uma pagina e você precisa aceitar. Essa dor vai passar e virá uma saudade gostosa e ela lhe acompanhará por toda a sua vida, essa saudade lhe será conselheira e amiga nas horas mais difíceis. Lembre do seu pai nos momentos mais felizes da vida dele, nos momentos mais felizes da sua vida, isso amenizará a dor. Não faça forças para esquecer e nem queira esquecer esse fato, viva, chore, pense e peça a Deus que o receba de braços aberto lá no plano superior.
              Meu amigo, se lhe serve de alento, diz a lenda que os pais sempre vão para o plano superior! A canção da Maria Gadú tem um trecho que serve para nós todos, adaptei esse trecho para você! “Minha vida dependeu só do teu encanto/Pai pode ir tranqüilo/Teu rebanho aqui tá pronto/Me mostre um caminho agora/Um jeito de estar sem você/O apego não quer ir embora/Diacho, ele tem que querer”.   
              Celebremos a vida! A vida de todos aqueles que nos deixaram, um dia estaremos juntos de novo! Força meu Brother!

Um comentário:

Marí disse...

Nunca é o fim,se amamos de verdade as pessoas continuam dentro de nós de um jeito tão intenso e real, As pessoas não terminam e elas não terminarão à medida que elas continuarem amadas assim, quando agente mantém um pessoa viva dentro de nós e quase como uma forma de fazer justiça uma forma de empresta o corpo a quem não esta aqui e ressuscita a quem foi embora é a vida que nos dar a capacidade do outro continua vivo dentro de nós,uma continuidade. agente já não sabe fala o nome da gente sem lembra do outro. De alguma forma ele esta legitimamente representada na quilo que nós somos, e na quilo que eu sou hj . Adptei tamb essa musica da gadu:
“Salve, salve essa nego
Que axé ele tem
Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto ..
.... e mais lindo dessa saudade dé pq eu sinto ele nas horas que to mais Feliz pq ele era a felicidade em pessoa e todas vezes q fecho os olhos e sorri .. Certo será um prece para ele pq ele me ensino a viver cada gota da vida...ontem mesmo tava agradecendo a ele pela mulher forte e decidia que sou e grande parte ele e responsável por isso... E sempre q penso não vai dar, eu sinto um vozinha dele q diz nega Você conseguir vaiiii AVANTE e isso ninguém nunca vai tira de mim... E que fala pra Tata esses dias ate fale Tb dessa mesma musica da Gadu mais citei essa parte pra ela. “O fardo pesado que levas.Deságua na força que tens".. Tudo que desejo pra essa moça linda e que a cada dia doe menos seu coração e que so permaneça essa doce e eterna saudade... Tata
Já verás, tudo está bem.Redescobrirás o meu coração,e nele redescobrirás a ternura mais pura... E Everton sinta bem forte meu abraço porque n consigo dizer nada e precisando saiba do grande carinho que tenho por você meu querido


Dé obrigada!