sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A lua e a Paz(Para um casal de amigos).

A Lua pelos olhos dela

                                                         

                  Era uma noite de sexta-feira, o local, uma pacata e aconchegante pracinha de uma envolvente e fictícia cidade, chamada Guará, no fictício território do Distrito Federal, lá no Planalto Central. Eles eram estudantes de um cursinho preparatório para o PAS, longe de serem Eduardo e Mônica, personagens da canção da Legião Urbana, “mas os dois se encontravam e conversavam todos os dias e a vontade crescia como tinha que ser”. 
                  Ela trazia a lua no olhar e o mar no sorriso, ele, bom, ele era a paz e a alegria de viver. Um completava o outro no seu jeito de ser. Ele curtia sertanejo, Lulu Santos e Vanessa da Matta, ela, bom, ela adorava dirigir pela cidade, ouvindo Chrystian e Ralf e também gostava de Vanessa da Matta. Aliás, ela sempre dizia para ele: Não me deixe só, eu tenho medo do escuro, tenho medo do inseguro, dos fantasmas da minha voz. Ele sorria e jurava presença eterna.
                  Duas vidas que se encontraram, antes mesmo de se encontrarem, quando a união é perfeita, a coisa já fora feita em vidas passadas! Almas compromissadas! Certa noite, no meio da pacata e aconchegante praça em frente ao cursinho que os dois estudavam, ele presenciou algo que iria mudar sua vida daquela noite em diante. A eternidade parou naquele instante. Ela, que já era linda por natureza, lhe apresentou o símbolo da mais prateada beleza, a lua pelo seu olhar.
                   Frente a frente no meio da praça, a vida parou para presenciar de graça, o encontro de um verdadeiro amor, amor que nunca se revelou, e nunca se revelará. Ficará como na canção do Lulu Santos: “uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer”. Ela tecia planos para o futuro e dizia que a vida iria mudar para melhor, ele não dizia nada, não pensava nada, tinha as mãos pálidas e geladas como a mais fria geleira do Pólo Norte. Era um misto de inércia e sorte.
                  Naquela noite, naquela praça, naquela sexta-feira, ele vira surgir pelas retinas daquela linda garota, uma lua cheia prateada que iluminou a bela praça, naquele momento, tudo que era pra se falar, se calou, tudo que era para se expressar, em inércia, se transformou. Depois daquele momento, um sentimento se eternizou, um verdadeiro amor nasceu, e nasceu com eles a certeza de que solidão nunca mais, porque daquele dia em diante, existiria para sempre, A lua e a Paz.  

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