Na foto: leitora, Helaine Ferreira. |
Às vezes,
eu preciso ficar assim, aninhada em meus próprios braços, refugiada no meu
próprio colo, abrigada em mim mesma. Às vezes, nada me entende, nem meu
travesseiro, meu diário, minhas canções preferidas, nem o espelho. Às vezes,
nem os meus olhos vermelhos! Nesses momentos, a única saída e entrar nos vãos
do meu eu e ficar assim, calada, sem dizer nada, apenas acolhida por mim.
Às
vezes, eu preciso gritar em silêncio para que o universo possa me ouvir, às
vezes, eu preciso ficar assim! Eu dou folga para o sorriso, mas não me ausento
da alegria, às vezes, eu apago o brilho
do meu olhar, mas não deixo de enxergar o horizonte. Às vezes, eu peço ao meu
pensamento para em nada pensar. Ás vezes, eu preciso somente,assim ficar. Sendo
assim, apenas, uma roupa leve, um cantinho breve, um momento singularmente meu.
Às
vezes, eu preciso ficar assim, aninhada em meus próprios braços, refugiada no
meu próprio colo, abrigada em mim mesma. Às vezes, eu faço isso, esqueço os
elogios e tapinhas nas costas e ponho os meus pés no chão. Às vezes, eu sempre
bato um bom papo com o meu coração. E sempre depois desses momentos de encontro
comigo mesma, ressurjo cada vez mais mulher e mais forte. Mulher que paulatinamente o tempo vai transformando.