sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Às vezes. (aninhada em meus próprios braços)

Na foto: leitora, Helaine Ferreira.


    Às vezes, eu preciso ficar assim, aninhada em meus próprios braços, refugiada no meu próprio colo, abrigada em mim mesma. Às vezes, nada me entende, nem meu travesseiro, meu diário, minhas canções preferidas, nem o espelho. Às vezes, nem os meus olhos vermelhos! Nesses momentos, a única saída e entrar nos vãos do meu eu e ficar assim, calada, sem dizer nada, apenas acolhida por mim.
   Às vezes, eu preciso gritar em silêncio para que o universo possa me ouvir, às vezes, eu preciso ficar assim! Eu dou folga para o sorriso, mas não me ausento da alegria, às vezes, eu  apago o brilho do meu olhar, mas não deixo de enxergar o horizonte. Às vezes, eu peço ao meu pensamento para em nada pensar. Ás vezes, eu preciso somente,assim ficar. Sendo assim, apenas, uma roupa leve, um cantinho breve, um momento singularmente meu.

      Às vezes, eu preciso ficar assim, aninhada em meus próprios braços, refugiada no meu próprio colo, abrigada em mim mesma. Às vezes, eu faço isso, esqueço os elogios e tapinhas nas costas e ponho os meus pés no chão. Às vezes, eu sempre bato um bom papo com o meu coração. E sempre depois desses momentos de encontro comigo mesma, ressurjo cada vez mais mulher e mais forte. Mulher que paulatinamente o tempo vai transformando.  

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