Na foto: amigo e leitor, Edson Coutinho Junior. |
Ela não quis saber de estrelas, não abraçou a
minha ideia de abraçar um lance sem fim, ela não quis saber de mim. Ela bebia a
madrugada com pequenas pedras de gelo e muita indiferença, ela era indiferente
até para a própria indiferença. Ela não curtiu a canção que eu compus para ela,
porque em suas veias corria o rock progressivo da ingratidão.
Ela
viajava ao som do Raimundos, se sentia livre ouvindo o reggae do Natiruts e
ficava horas em silêncio ouvindo o som da Legião. Ela era amiga do asfalto e se
confundia com a própria solidão. Ela cheira a vapor e a gasolina, era a menina
que sabia ser mulher e a mulher que esqueceu que um dia foi menina.
Ela
era assim, preenchia bem os decotes e a minha imaginação, eu sonhava com o dia
em que eu me perderia dentro dos jeans que ela usava. Eu pedia a Deus para que
ela fosse a minha perdição. Mas ela, ela não quis saber de estrelas e nem de
mim. Ela curtia Janis Joplin e Amy Winehouse e achava que um dia morreria de
overdose, enquanto eu morria de amores todos os dias por causa dela.
Eu a
amava e a admirava por ela ser o que eu não era, mas ela, bom, ela detestava
filme com final feliz. Por isso, ela nunca quis saber das estrelas e nunca quis
se apegar a mim.
Um comentário:
Que dó gente!!
Postar um comentário