terça-feira, 30 de agosto de 2011

“Pista vazia esperando aviões”


Esse texto é dedicado ao meu velho amigo irmão Edson Brazuca 
              

             Ontem à noite, por volta das 18h43min, entrei na minha conta do facebook para atualizar alguns assuntos e fui surpreendido Por uma postagem de um velho amigo lá de Salvador. Meu velho amigo irmão, Edson Junior, uma figura dessas de se guardar para vida toda, até falei dele no texto “Você não sabe o dia de amanhã” um cara que vive a vida intensamente, um cara que fez parte dos melhores anos da minha adolescência e ainda faz parte da minha vida.
                Edson postou no facebook uma sugestão de tema interessantíssima, ele solicitou-me que falasse sobre o contraditório sentimento humano dentro de saguão de um aeroporto, a ansiedade pela chegada de alguém e a tristeza pela partida de alguém. Edson pegou pesado! Mas foi muito feliz na escolha do tema, ele me informou que pensou nisso porque passou uma experiência dias desses enquanto esperava uma pessoa chegar lá em Salvador. Daí nasceu esse texto: “Saguão de aeroporto, templo antagônico de sentimentos”
               Meu velho baú de minhas inquietações passou a vasculhar os labirintos das suas lembranças e percebeu que aquele assunto era muito propício para um bate papo com vocês amigos e amigas freqüentadoras do meu blog. A vida é um jogo onde se precisa jogar e ser jogado, gosto desse sentido do jogo, quando Edson postou no fecebook sobre o ir i vir das pessoas, ele também afirma o jogo da vida e dos sentimentos, no caso do meu amigo, o saguão do aeroporto foi o palco para a realização deste intrigante jogo de sensações e sentimentos.
              Como um balé envolvente, você espera por alguém que vai chegar, mas que já se faz presente na sua angustia, na sua espera, na sua expectativa do reencontro! Você joga o jogo do reencontro. O que fez naturalmente meu amigo refletir foi o fato de que o mesmo sentido de jogar o jogo do sentimento tinha uma postura totalmente paradoxal para muitos outros ali naquele templo de sentimentos, meu amigo esperava, mas outro alguém se despedia, a ansiedade de um, conversava com a angustia do outro! A espera de um, conflitava com o nascer da distancia entre duas outras pessoas!  A expectativa de um, causava inveja a solidão do outro.
             Quando meu amigo se diz inquieto com aqueles sentimentos contraditórios, mas necessários para aquele templo, nos faz refletir que a vida é um eterno e indeciso movimento de ir e vir, o mesmo leito que acolhe uma lágrima de despedida, é o mesmo leito que acolhe uma lágrima de reencontro! Na realidade meu velho amigo Edson, nossos corações são como já dizia um dos meus cantores preferidos, Vander Lee: “Pista vazia esperando aviões” essa frase caiu bem para esse tema.

            Ainda podemos juntar a esses dois movimentos, chegada e partida, a aflição do acaso, do medo, do imponderável! Sim, nós temos medo que o acaso apronte, temos medo da fatalidade, isso, não só na espera no saguão, como em qualquer outro tipo de espera! Sempre nos preparamos para o que está combinado, mas procuramos nos aliar ao acaso!  Somos uma torre de babel ambulante, nossos sentimentos conversam entre si, mas não se entendem! O aeroporto, o porto, a rodoviária, a estação de trem, são elementos que fazem nossas máscaras caírem, somos medo e paixão, somos o sim e o não, somo um ir e vir de emoções.
           Edson meu velho amigo, sua espera lhe revelou mais humano, sua constatação dessa inquietação lhe lançou a um mundo de metáforas duvidosas! Ir e vir, onde você se coloca nesse indeciso balé?                 

4 comentários:

Anônimo disse...

André,
Há 15 dias atrás passei pela mesma situação do seu amigo Brazuca.
Meu cunhado Fernando, saiu de João Pessoa para passar férias com a minha irmã, em Coari - Amazonas. Nesse trajeto ele fez conexão em BsB e ficaria aqui num período de 04 horas...Foi uma sensação estranha, um misto de alegria, satisfação com tristeza e saudade.
Imagina receber uma pessoa querida, no aeroporto às 08hs da manhã e depois vê-la embarcar às 12hs, do mesmo dia. Na verdade, não durou nem 04 hs pois o vôo chegou as 09hs e ele tinha que fazer check-in às 11h30..Tomamos café, conversamos um pouco. Que dia triste e feliz ao mesmo tempo...foi uma avalanche que tomou conta dos nossos sentimentos, principalmente, porque nosso bem maior não estava concosco..minha irmazinha!!!
Beijo querido,
Rita de Cassia

Unknown disse...

Rita,
Não tem jeito você realmente merece algo especial neste bolg!
André

junior disse...

Andrezão, adorei sua reflexão diante deste dilema.tentei comentar algo antes,mas não conseguir.Entretanto, hoje entendo que este movimento do ir e vir é a unica dinamica que realmente a vida possui.
Agora fica com Deus e forte abraço

Edson Coutinho Júnior.." Junior Brazuca"

Unknown disse...

Valeu Meu velho amigo!
A vida é sempre assim!
Mas é avida!
André Mantena