sexta-feira, 29 de julho de 2011

Pai da diferença

                                                       
                  Dias desses escrevi sobre o divino amor materno, falei sobre a interdependência que existe entre uma mãe e um filho. No texto intitulado: “Somos filhos dos nossos filhos” a minha visão sobre esse amor foi exposta baseada em experiências de algumas mães que eu conheço. Hoje, sexta-feira, 29 de julho de 2011, eu quero falar da difícil, desconcertante, mas maravilhosa e bela arte de ser pai de duas filhas.
                    Como todos sabem sou pai de uma adolescente de quinze anos e de uma criança de seis aninhos. Naná é a adolescente de quinze anos, um amor de pessoa, é a minha parceira querida, um ser que é a própria personificação da palavra “Calma”. Desde criança sempre foi uma figura que transmite paz e tranqüilidade, características que eu espero em Deus, não façam dela um alvo fácil para as ciladas da vida.
                    Orientar Naná, sempre foi tarefa muito fácil de realizar, eu disse foi! Porque minha pequena Naná cresceu e está se tornando uma linda adolescente que começa a descobrir o mundo. Como posso impedir que a modernidade faça parte da formação do seu caráter? Como posso impedir que outras opiniões sejam levadas em consideração? Hoje, minha eterna pequena Naná, já sai comigo para festas e reuniões de amigos, divide comigo seus problemas e alegrias. Algo fascinante e assustador.
                   Por mais que eu seja moderno, quando o assunto é minhas filhas, a coisa muda de figura, talvez, se fosse um garotão de quinze anos, eu estivesse menos preocupado, talvez! O fato é que, ouvir que ela beijou alguém, ficou com alguém sem compromisso, é barra! Eu vejo no olhar dos garotos, o mesmo olhar que eu tinha, quando eu tinha a idade deles, e olhava para as filhas de outros pais também preocupados. Como eu estou agora! Fase complicada, graças a Deus, nós dois temos uma relação muito aberta e respeitosa, fator importante para lidar com uma adolescente que acha que o mundo a pertence.
                  Como eu havia dito, a Naná é a personificação da palavra Calma, não é baiana, mas não negou o papai aqui. Lidar com a Naná sempre foi fácil, agora, amigos e amigas, lidar com a minha caçula Mel, é a onda! A guria não dá mole pra ninguém, tem um gênio forte e decidido, tem opinião própria que beira a intransigência. Mel além de forte é muito curiosa. As perguntas que a Naná nunca me fez, Melzinha não para de me fazer. Perguntas embaraçosas, do tipo: Pai, menino tem pinto? Pinto não vem da galinha? Pai, se eu nasci da barriga da minha mãe, o Senhor Ajudou em quê? Pai, por que eu não posso tomar banho com o senhor?
                    Após tantas avalanches de por quê? Por quê? Por quê? Eu, que sempre me achei um cara descolado, um cara nascido e crescido até os meus vinte anos de idade, na festeira Salvador, morro de insegurança sempre que ela me olha com o seu olharzinho de interrogação! Certa vez, quando ela tinha três anos de idade, ela achou um preservativo masculino no meu guarda-roupa e foi me questionar o que era aquilo? Eu, meio impaciente que estava, respondi logo o que me veio à cabeça: Isso é uma camisinha Mel, vá colocar onde você achou!      
                    Terrível engano fora a minha resposta! Dias depois quando chegava do trabalho encontrei a Mel tentando vestir uma bonequinha Barbie com a camisinha, quis reclamar, mas não deu nem tempo, ela já veio em minha direção, como sempre fazia quando eu chegava em casa, só que ao invés de um gostoso e inocente abraço, ela disse: “o senhor não sabe de nada pai, isso aqui não é camisinha não, não tem manga, não dá nem pra vestir minha Barbie” quebrei a cara!
                   Recentemente, fui questioná-la por que ela não estava fazendo o dever de casa? E para convencê-la a fazer o dever, disse: “desse jeito as suas amiguinhas ficarão mais inteligentes do que você. Sabem o que ela me respondeu? Ela disse: “Pai, eu sou eu, minhas amigas são minhas amigas, são outras pessoas, o Senhor é o meu avô? Não é não! E ele é seu pai. Então pai? Cada um é cada um! Calei e aprendi que não devo ensiná-la comparando-a com outra garotinha! A Melzinha sempre foi a mais agitada, foi ela quem me mostrou que ser pai de diferenças é complicado.
                   Durante um bom tempo questionei ao meu bom Deus, a razão pela qual ele não me abençoou com um filho homem? A resposta, o dia a dia me deu. Tenho duas filhas que supriram a vontade de um filho homem e ainda por cima, me ensinaram a respeitar mais e mais o sexo feminino. Minhas filhas trouxeram para a minha vida, a sensibilidade e a delicadeza que eu precisava para escrever e amar. É verdade, que até hoje quando a situação aperta e complica, chamo minha mulher e solicito que ela intervenha na questão, ainda estou aprendendo a lidar com as diferenças!   

4 comentários:

Mariana Reis disse...

E nego falar de pai e ferida mau cicatrizada porem fechada, e sonho de menina em ter orgulho do pai e se levada pra escola por ele e pode fala meu pai meu Herói, não tive essa chance porque meu pai teve a chance de se pai de 5 criaturas complicadas mais com muito amor no coração porem ele optou em não se doar como pai e sim em nutri um ciúme doentio pela minha mãe e com isso assumindo todas as conseqüências de perde esse afeto e conhecer “nossas diferença” certo que um lacuna fico mais com bravura de Mãe ou pãe pouco fico sem preenche e chegue a conclusão que mais perdeu nessa historia foi ele. Não falo em conhecer de fato porque conhecemos mora aqui perto nos visita com freqüência o que ele perdeu foi a chance de se redescobri através de nós e de aprende assim com você faz com suas meninas de sentir nosso amor, e tempo passo nós respeitamos queremos bem e que ele precisa estamos aqui. Mais e fato que não tiver um pai em quem me apóia,me emociono sempre que vejo um bom pai assim como você e outros admirável quando Fabio canta: “pai você foi meu herói meu bandido ou senta aqui que café ta na mesa” e inevitável não rola as lagrimas não de tristeza mais de sentimento que não foi vivido recomeça ainda e um pouco complicado mais escolher um bom pai pro meu filho e prioridade em minha vida.

Bjus Marí

Anônimo disse...

André,
Tocante e encantador seu depoimento..
Seja você..sempre, assim, com todo o seu toque de acolhimento, de ternura, de respeito e Deus lhe dará a recompensa!!!
Como diz o Padre Reginaldo Manzotti: "Que os mundos são diferentes não podemos negar, mas não precisam ser opostos!(falando sobre pais e filhos).
Você, Mel e Naná são sortudos pois têm um ao outro para dividirem às diferenças..esse é o encanto!
Sejam felizes com esse encontro,
Meu beijo,
Rita de Cássia

moreninha disse...

André.. tão importante pra um filho a presnça de uma mãe o pai também se torna muito importante , pois uma criança necessita de amor materno e paterno... infelizmente hoje em dia se tornou comum se ver familias "incompletas"... Como todos sabem tenho um filho e que ele assim como suas filhas são pra vc ele e tudo na minha vida, hoje meu filho não tem ao lado dele o pai de sangue,mas Deus com seu imenso amor enviou na nossa vida alguem que se tornou pro meu filho o seu"papai" e que esta dando a ele todo amor, todo carinho, tem feito o papel de pai... o Rafael tem feito isso com toda integridade de um pai,amnado corrigindo e educando .. agradeço a Deus todos os dias por ter dado ao meu filho o pai que eu nunca tive.... tenho que copiar as palavras da minha querida Rita de Cassia e dizer que Nana e mel sao sortudas em ter um pai como vc ... e emu filho claro rsrs de ter Rafa como pai!!!
abraços
Ruth Alves

Unknown disse...

Rita, Mari e Ruth,
A vida soube me presentear com essas diferenças, peço apenas que ela me guie pelo caminho certo e que minhas filhas sejam muito felizes! Mari, cada um tem a sua história, no futuro você entenderá a sua!
Abraços,
André Mantena