terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um mar maravilhoso de se navegar

                                                     
                   Desbravei caminhos de lágrimas, caminhos de sofrimentos, lamentos e perdas. Desbravei caminhos onde o outono e o inverno pintavam uma paisagem, em um lindo e frágil quadro de cristal. Provei amores de queima de estoque, amores oferecidos em bandejas da ilusão, amores forjados no fogo da desconfiança. Deitei em camas que mais se pareciam com prateleiras enfeitadas com cartazes ofertando prazer eterno.
                   Deitei em camas que me ofereciam a certeza da decepção. E eu vesti o terno da decepção. Desbravei rodovias de olhares, olhares secos, olhares sem vidas, olhares de mulheres da vida. Conheci lugares paradisíacos, lugares onde tudo indicava sexo e prazer, facilidade e falsa liberdade. Lugares, onde a felicidade parecia real, e o mundo? O mundo era azul da cor do mar, um mar maravilhoso de se navegar.
                  Viajei por BRs de pensamentos, BRs de sentimentos vazios de sentidos. Vazios de motivo. BRs onde o momento era consumido em vastas doses de vinhos envelhecidos por séculos de fantasias e mentiras. Naveguei por mares e atraquei em portos que me deram noites de prazer e pouca segurança. Aportei e adormeci nos braços de algumas mulheres lindas que me fizeram voltar a ser criança. Aquela inocente e insegura criança que sonhava em dar a volta ao mundo.  
                Desbravei lugares, rejeitei olhares, conheci todos os tipos de pessoas, conheci os dois pólos terrestres. Conheci astronautas, índios, eremitas e nômades. Deitei-me com as mulheres mais lindas da face da terra, mas eu não encontrei e não conheci o que lá no fundo da minha alma eu procurava; eu não encontrei e não conheci o amor. 

2 comentários:

Renato Rodrigues disse...

É Andre,
e seguimos em caminhos e descaminhos no mar da vida...

Mais um belo texto.
saudades!!!

Unknown disse...

Valeu Renato!
Sempre caminhamos e não chegamos a lugar algum!
André,