Na foto: leitora, Verinha Macedo. |
Coisas que o meu coração não disse, guardo
calada na linha das minhas lembranças. Fresta que insiste em ficar entreaberta
na janela de uma despedida. A vida, ali, resolveu não descansar bagagem e, de
viagem se foi para não mais voltar. Havia um silêncio inconformado com aquela
falta do falar, havia um coração cansado de tentar se explicar.
Coisas que meu coração não disse, viraram
tatuagem na vontade de se expressar, guardo a imagem do moinho de minhas
angustias, guardo a tristeza daquele olhar. Guardo o tato que pedia abrigo por
tantas vezes me ver chorar. Guardo a ilusão do amar que viveu disfarçado de luz
do luar. A vida, ali, quando não quis fazer nada, tomou a decisão de me ajudar.
Coisas que meu coração não disse, guardo
calada na estante em forma de retrato. Ali, a paz tinha mais paz e o amor podia
amar. Guardo calada o dia que vi avião nas nuvens voando para o lado de lá.
Ali, a guerra daquela despedida tornou-se paz quando eu consegui aceitar.
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