Na foto: leitora, Marcia Sousa e seu sadoso anjo, Raphael. |
Um elo não se acaba quando um alguém querido se vai, uma morada não
deixa de ser morada e a luz não se apaga, quando um alguém nunca mais... É
difícil se reerguer depois de uma perda, é complicado conviver com a presença
constante da ausência, é difícil ou quase impossível, dizer adeus. A nossa
história é escrita a cada novo dia que nasce, a cada nova ação e reação, a
nossa história é feita de um emaranhado de conspiração astral.
Um elo não se dissipa no fechar dos olhos daqueles que nos deixaram,
nosso circulo de convivência, nossas uniões e desavenças, nossas lágrimas e
nossos sorrisos. Tudo isso fora escrito: enredo e sinopse, antes mesmo da nossa
existência. Foram elaborados, antes da nossa concepção de ser humano, algo
escolhido no colo do nosso livre arbítrio.
Um amor não se acaba quando um alguém muito querido se vai, a saudade materializa
qualquer abstração da nossa lembrança. E a esperança de um reencontro é algo
que fora registrado nos pergaminhos divinos, do lado de lá. Um laço de fidelidade e respeito não deixa de
existir quando um alguém se vai, mesmo que a dor e a incompreensão se façam
presentes durante um bom tempo na vida de quem fica.
A perda machuca, maltrata e também nos aproxima de Deus, mesmo que
levemos várias existências para aprendermos que toda perda também é um degrau
na escada do nosso aprendizado. Mesmo que alguém também leve um bom tempo para
aprender a conviver com a dor da nossa partida.
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