Na foto: amiga e leitora, Fabiola Senna. |
Depois que eu me fechei para o amor:
Eu passei a tropeçar feio nos cacos do meu orgulho, eu vi desabar sobre minha
cabeça o teto da minha intolerância, eu fiquei soterrada sobre os escombros de
minhas imperfeições. E mesmo assim, eu não aprendi. Depois que eu me fechei
para o amor: Eu ultrapassei vários sinais vermelhos nas vias públicas do meu ar
de superioridade, eu fui a responsável por acidentes graves que resultaram em
vítimas fatais. E mesmo assim, eu não aprendi.
Depois que eu me fechei para o amor:
Eu vi ser devastado o verde campo das minhas esperanças, eu senti se formar
dentro de mim, um deserto que jamais teria fim. Eu atravessei um longo e frio
inverno das minhas lamentações. E mesmo assim, eu não aprendi. Depois que eu me
fechei para o amor: Eu cortei relações com o melhor amigo que a vida me deu; o
espelho. Eu me tornei eremita do meu próprio ser.
Depois
que eu me fechei para o amor: Eu deixei de viver.
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