Na foto: leitora, Fabíola Senna. |
Eu acredito no meu deixar de ser. Eu
acredito que sendo do jeito que eu sou, eu sou mais eu. Eu faço festa para quem
eu gosto e trato bem até quem entrou na minha vida de penetra, tudo bem, não é
a conduta mais correta! Entrar na vida de alguém sem ser convidado? Eu trago no
peito, dores e amores, trago pedras e flores, trado dias de sol e dias
nublados. Eu trago dias úteis e feriados, trago comigo a certeza de que sou
mais eu.
Eu acredito no meu deixar de ser. Eu
não sou romântica ao pé da letra, mas letras bem organizadas podem e já me
ganharam. O tempo não fez tatuagens em mim, mas faço questão de trazer na
memória, tudo o que eu vivi. Não sou frequentadora assídua das missas aos
domingos, mas como um farol, a minha fé me guiou até aqui.
Eu acredito no meu deixar de ser. Eu não
aceito que homem nenhum me ligue fora de hora a cobrar. Mas eu cobro atenção de
quem tem ligação intima comigo. Se quiser me ganhar, não me prometa um amanhã
ensolarado, apenas cole do meu lado neste hoje chuvoso e me convide para um bom
vinho.
Eu acredito no meu deixar de ser. Não sou
de deixar me levar por quem grita aos quatro cantos do mundo que me ama. Sou
mais aquele que me leva para um canto aconchegante do mundo e me mostra do que
o amor e capaz. Eu recebo em minha casa
quem eu gosto, mas trato bem até quem fica lá fora na calçada, esperando o meu
tropeço. Tudo bem! Fazer o quê? Eu sou feliz desse jeito.
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