Na foto: as mãos da leitora, Mariana Reis. Alcobaça/BA. Janeiro/2013. |
Aqui na ponta dos meus dedos, o dia veio
despertar como se quisesse me acompanhar no café da manhã. Aqui na ponta dos
meus dedos, foram-se os anéis e com eles também os meus medos. Aqui na ponta
dos meus dedos, o mundo fez morada e quase nada mais me importou. O mundo ficou
pequeno e coube nas pontas dos dedos da minha mão. Aqui na ponta
dos meus dedos, o tato reviu seu conceito de sensibilidade e a verdade
do apego, coube aqui, na minha mão.
Aqui na ponta dos meus dedos, o sol das manhãs do mês de janeiro, das
praias da minha infância. Na ponta dos meus dedos a lembrança das tardes que
ainda ardem no bronze do meu desejo. Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se os
anéis, mas ficaram os segredos daquele meu primeiro amor que a vida não apagou.
Aqui
na ponta dos meus dedos, coube a areia tão intima dos meus pés. Na ponta dos
meus dedos, o céu veio pousar parecendo querer descansar depois de um lindo dia
azul. Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se
os anéis, mas ficaram as marcas do caminho que me trouxeram até aqui. Nas
pontas dos meus dedos, marcas da vida
que eu vivi.
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