quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Aqui na ponta dos meus dedos.

Na foto: as mãos da leitora, Mariana Reis. Alcobaça/BA. Janeiro/2013.

                                                  

          Aqui na ponta dos meus dedos, o dia veio despertar como se quisesse me acompanhar no café da manhã. Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se os anéis e com eles também os meus medos. Aqui na ponta dos meus dedos, o mundo fez morada e quase nada mais me importou. O mundo ficou pequeno e coube nas pontas dos dedos da minha mão.  Aqui na ponta  dos meus dedos, o tato reviu seu conceito de sensibilidade e a verdade do apego, coube aqui, na minha mão.
        Aqui na ponta dos meus dedos,  o sol das manhãs do mês de janeiro, das praias da minha infância. Na ponta dos meus dedos a lembrança das tardes que ainda ardem no bronze do meu desejo. Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se os anéis, mas ficaram os segredos daquele meu primeiro amor que a vida não apagou.
        Aqui na ponta dos meus dedos, coube a areia tão intima dos meus pés. Na ponta dos meus dedos, o céu veio pousar parecendo querer descansar depois de um lindo dia azul.  Aqui na ponta dos meus dedos, foram-se os anéis, mas ficaram as marcas do caminho que me trouxeram até aqui. Nas pontas dos meus dedos,  marcas da vida que eu vivi.  

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