Na foto: leitora aniversariante, Alessandra Freitas. |
Do meu coração, digo apenas que
conheço o que sou. Digo apenas que entendo suas mais intimas verdades. Do meu
coração, não sei um por cento da sua terça metade. E, o que eu mais me recordo
é aquela infinita vontade de ser mar. Do meu coração, uma canção em Si menor,
uma visão do que há de bom. Bom de viver.
Do meu coração, digo apenas dos
arranha-céus e bolhas de sabão, intensa indecisão de um, eterno: o que fazer?
Digo apenas dos fantasmas e monstros que assolaram os corredores dos meus
sonhos de menina. Digo apenas que procurei um manual para seus tantos defeitos.
Do meu coração, digo apenas o que me diz respeito.
Do meu coração, digo apenas dos
amores que ele não amou. Digo apenas dos amores que o amaram muito. Do meu
coração digo apenas de um amor que ele nunca confessou. Digo apenas desse amor
que o transformou. Do meu coração, digo apenas das casinhas de telhados
simples, lá da vila chamada, infância. Digo apenas que à medida que eu o
conheço mais, menos eu o conheço.
Do meu coração, digo apenas do
enorme apreço que eu tenho, por esse ser que, na ilusão de querer conhecê-lo
bem, mal o conheço.
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