Na foto: leitora, Lisia Meila. |
Senhor, eu duvidei! Duvidei da tua
promessa de um novo amanhã, duvidei da tua promessa de noites passageiras,
duvidei das tuas palavras de dias melhores, duvidei da tua existência. Senhor,
eu duvidei! Duvidei dessa história de amor eterno, duvidei dessa linha
supostamente imaginária que divide céu e inferno, duvidei da tua existência!
Senhor, eu duvidei! Duvidei do real
sentido da fé, duvidei do real sentido da vida, duvidei da felicidade. Eu
duvidei da força da oração, duvidei da comunhão, duvidei que a vida pudesse
sorrir para mim, Senhor, eu duvidei da tua existência. Eu duvidei do casamento,
duvidei do verdadeiro sentimento, duvidei do então: felizes para sempre.
Senhor, eu duvidei! Duvidei do branco
da paz, duvidei que existisse a paz, duvidei realmente, se quem cala consente.
Senhor, eu duvidei da tua existência. Senhor, eu duvidei do sorriso amigo,
duvidei das intenções do inimigo, duvidei da mão estendida para mim. Senhor, eu
duvidei! Duvidei do leito do rio, duvidei nas noites de frio, duvidei da mão
que acariciou o meu rosto.
Senhor, eu duvidei! Das lágrimas que
choraram comigo, duvidei do conforto do ombro amigo, duvidei da luz no fim do
túnel. Senhor, eu duvidei! Duvidei e me senti como um trem desgovernado que saí
dos trilhos, eu só não duvidei Senhor! Quando depois de duvidar da tua
existência, senti o Senhor tocar o meu peito e ouvi tu me falares:”Eu, apesar
do seu mar de dúvidas, nunca duvidei de você, minha filha” Nesse momento, o meu
trem voltou aos trilhos e eu chorei.
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