sábado, 2 de fevereiro de 2013

Eu já não pertenço a nenhum lugar.

Na foto: nova leitora, Carla Priscila.


  Meus sapatos descalços de mim, minha jaqueta preferida que cansou de ser meu jeans, meu óculos escuro que se recusa a ver o sol. Minha rua que se mudou para outro bairro, minhas flores que passaram a primavera longe do meu jarro, minha casa não habita mais em mim. Meu mundo está de ponta a cabeça. Onde é que eu fui parar?
 Minha estrada que não quer mais viajar, meu carro que não quer mais me levar para nenhum lugar, meu nome que ninguém quer mais chamar. Onde é que eu fui parar? Meu cigarro deixou o vicio de mim, a solidão me deixou sozinha, até o silêncio não conversa mais comigo. Onde é que eu fui parar?
Meus passos renunciaram o meu caminhar, o salgado e o doce ficaram indiferentes ao meu paladar, a minha bicicleta virou as costas para o meu pedalar. Onde  é que eu fui parar? Meu abraço não reconhece os meus braços, meus joelhos disseram não para o meu levantar, o espelho não reconhece a minha imagem. Eu já não pertenço a nenhum lugar, onde é que eu fui parar?       

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