quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Caí das nuvens por achar que era a metade inteira do coração de alguém.

Na foto: leitora e amiga, Andréa Vasconcellos.


         Eu caí das nuvens e estou muito machucada, cai do alto de um conto de fadas que se chamava amor. Caí do alto da doce ilusão de achar que era importante na vida de outra pessoa. Eu caí das nuvens e estou sentada na calçada das minhas incertezas vendo a minha vida passar. Caí e não posso chorar porque preciso mostrar que sou forte, preciso provar que estou bem.
       Eu caí das nuvens por achar que era a metade inteira do coração de alguém, caí por achar que o pulsar dele pulsaria eternamente em harmonia coma a minha pulsação. Romântica ilusão. Eu caí das nuvens e acho que por ser romântica demais, acabarei caindo outras vezes mais. “Românticos são poucos/ São loucos e Desvairados/Que querem ser o outro/Que pensam que o outro é o paraíso.” Assim dizem os versos de uma canção do Vander Lee, acho que ele a fez para mim.

       Eu caí das nuvens e feri a minha ilusão de que nós dois seriamos um ser só. Caí e descobri que cada ser é um ser só, cada um é parte inteira de si mesmo. Eu caí das nuvens e não posso chorar porque lágrimas não dão IBOPE nesse cotidiano em que todos esperam que você seja um ser bem resolvido no campo da paixão e do amor. Quem sofreu ou sofre por amor, precisa disfarçar que não sente dor. E por ironia do destino, não existe no mundo dor mais doida que a dor de amor.    

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