Foto: By leitora, Lilia Amorim. |
A paz
está sozinha, nas ruas, dentro das casas, nas coberturas dos mais altos
prédios, dentro das cabeças dos muitos projetos dos seres humanos. A paz está
sozinha, muda, voz vencida e censurada, voz calada. Vivemos com um discurso de
paz a flor da pele, mas a principal ferramenta que utilizamos para alcançá-la é
a violência. Então, qual é a paz que queremos conquistar? Queremos realmente a
paz?
A paz
está sozinha, nas calçadas, nas salas de aulas, nos leitos dos hospitais e nos
verdes parques das cidades. As passeatas e os protestos estão cheios de gente
com a cara pintada, pintada com a cor da ira, a cor da intolerância, seja ela
qual for, a cor da intolerância é forte cor. É prejuízo a terceiros, primeiros,
segundos e ao erário, triste itinerário da evolução pacífica humana. A cor
branca agora representa a ausência, ausência de humanidade, ausência de amor e
de respeito ao próximo, ausência de amor à vida.
A paz
está sozinha, nas bancas de revistas, nas redes sociais, nos canais de TV. A
paz perdeu a razão de ser. Filhos matando pais, paciente agredindo médico e o
sistema de saúde matando os dois. É aluno espancando professor porque a vida
está chata demais e os Estádios de futebol agora viraram arenas de batalha;
nome quase próprio e condizente com as novas e modernas Arenas padrão FIFA
2014. Lá, no entorno dessas novas Arenas, torcedores estão massacrando outros
torcedores e se tornando campeões mundiais de espancamento.
Enquanto isso, a paz sozinha, sozinha. Acho que o nosso eterno maestro
Tom Jobim já sabia de tudo isso quando escreveu proféticos versos: “É pau, é
pedra/ é o fim do caminho/ É um resto de toco/ É um pouco sozinho... Pau,
pedra, fim, caminho...”
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