terça-feira, 20 de agosto de 2013

Triste itinerário da pacífica evolução humana.

Foto: By leitora, Lilia Amorim.


  A paz está sozinha, nas ruas, dentro das casas, nas coberturas dos mais altos prédios, dentro das cabeças dos muitos projetos dos seres humanos. A paz está sozinha, muda, voz vencida e censurada, voz calada. Vivemos com um discurso de paz a flor da pele, mas a principal ferramenta que utilizamos para alcançá-la é a violência. Então, qual é a paz que queremos conquistar? Queremos realmente a paz?
 A paz está sozinha, nas calçadas, nas salas de aulas, nos leitos dos hospitais e nos verdes parques das cidades. As passeatas e os protestos estão cheios de gente com a cara pintada, pintada com a cor da ira, a cor da intolerância, seja ela qual for, a cor da intolerância é forte cor. É prejuízo a terceiros, primeiros, segundos e ao erário, triste itinerário da evolução pacífica humana. A cor branca agora representa a ausência, ausência de humanidade, ausência de amor e de respeito ao próximo, ausência de amor à vida.
       A paz está sozinha, nas bancas de revistas, nas redes sociais, nos canais de TV. A paz perdeu a razão de ser. Filhos matando pais, paciente agredindo médico e o sistema de saúde matando os dois. É aluno espancando professor porque a vida está chata demais e os Estádios de futebol agora viraram arenas de batalha; nome quase próprio e condizente com as novas e modernas Arenas padrão FIFA 2014. Lá, no entorno dessas novas Arenas, torcedores estão massacrando outros torcedores e se tornando campeões mundiais de espancamento. 

      Enquanto isso, a paz sozinha, sozinha. Acho que o nosso eterno maestro Tom Jobim já sabia de tudo isso quando escreveu proféticos versos: “É pau, é pedra/ é o fim do caminho/ É um resto de toco/ É um pouco sozinho... Pau, pedra, fim, caminho...”    

Nenhum comentário: