terça-feira, 29 de maio de 2012

Coisas de um amor platônico. (retrato de uma amiga)



Na foto: filha postiça, Poliana Moreira.

           Eu tenho tantas frases ensaiadas, tantas também rabiscadas, frases de tantos desejos contidos. Declarações que nunca deixarão o papel. Eu tenho tantas cartas escritas, tantas esquecidas, tantas também apagadas, porque eu preferi escrevê-las a lápis. Declarações que nunca deixarão o papel. Durante muito tempo eu tive por fiel conselheiro, um diário. Diário que ouviu de mim, tudo o que eu não lhe disse. Diário que abriga declarações que nunca deixarão o papel.
           Eu escrevi alguns bilhetes para colorir suas retinas, eu tenho tantas mensagens em papeis de balinhas que eu colecionei pensando em você. Coisas de uma apaixonada menina. Bilhetes e papeis de balinha que nunca chegarão até as suas mãos. Eu tenho até um “sabe que eu te amo?” escrito num papel de pão, eu tenho até um “adoro você” escrito de batom em um guardanapo. Tudo escrito em vão, essas frases nunca alcançarão o seu coração.
          Eu tenho tantas poesias de minha autoria que fiz para você. Poesias que no meu fiel diário, sempre rimam eu e você. Eu tenho tantas palavras-chaves para lhe descrever, palavras que descrevem com muita perfeição, você. Eu tenho tantas coisas guardadas nas gavetas da minha timidez. Coisas de um amor platônico que eu nunca terei coragem de lhe dizer. 

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