quarta-feira, 6 de março de 2013

Só não coube naquele abraço.

Na foto: leitoa, Jéssica Sá.

                                        

       Coube naquele abraço, um mar de não vá embora, uma dúzia de, justo agora? Coube um desespero de solidão, um asteroide em forma de exclamação. Couberam as ruas e quadras do nosso convívio, a solidão daquela bailarina de porcelana. Coube o mosaico dos meus perdões. 
       Coube naquele abraço, a lembrança do dia do dia mais feliz que a felicidade nos deu. Coube o medo de nunca mais as nossas sessões de comédias românticas acompanhadas de pipoca, refrigerante e sorvete napolitano. Coube naquele abraço, a recusa em se quer cogitar, a ideia de um nunca mais nós dois, coube o medo de não vivermos o depois.
      Só não couberam naquele abraço, os milhões de motivos que eu, inutilmente lhe relatei e, o meu olhar de fica comigo. Só não coube naquele abraço, um antídoto para extirpar o silêncio que abriu esse abismo entre nós. Só não coube naquele abraço, uma forma de conter a força desenfreada do fim, força que afastou você de mim.        

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