domingo, 3 de março de 2013

Foi um tombo federal.

Na foto: Eu, André Mantena.

                                                           


        Foi um tombo federal, ajoelhei e quase não dei conta nem de orar para os meus santos  protetores me levantarem. Penei, mas levantei, resolvi ralar peito e mesmo perdendo o direito de ter direito, eu jurei que iria me recuperar. Eu que sempre levei a minha vida na moral, fui da mole para o meu próprio coração. Justo eu? Malandro  de responsa, corpo fechado que dança miudinho e bebe leite de onça. Justo eu? Cara bom de bola que nunca deu uma bola errada. Justo,eu? Malandro que nunca mandou bola nas costa de ninguém, Nem  dos inimigos que eu nunca tive.  
       Foi um tombo federal, quando percebi, já havia jurado renunciar à minha rotina e me afastado dos meus amigos. A parada foi violenta. Justo, eu? Malandro que prezava a liberdade, dei mole para um lindo par de olhos que ofuscou meu livre arbítrio e algemou o meu querer. Naquele momento, desafinei meu cavaquinho, deixei de lado o miudinho, sai do tom e solei a vontade de tê-la nos meus braços. Justo, eu? Cai nesse embaraço, perdi o compasso e o molejo na mira daquela morena.
       Foi um tombo federal, versei no partido alto e mandei um som de asfalto, mas ela nem se abalou. Apesar de me jogar charme à toa, não quis ser minha patroa e não me deu moral. Justo, eu? Malandro que sempre soube tratar uma mulher e cantar ao pé de ouvido. Tomei um tombo federal da morena sensual que não quis ficar comigo.   

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