quinta-feira, 14 de março de 2013

Palavras!

Na foto: leitora, Stéphane Garcia.

                                                      

    Palavras jogadas na face opaca do papel, véu de um céu que não jurou patrimônio. Antônimo ou sinônimo daquilo que ninguém diz. Palavra jogada na realidade do giz. O discurso replicado na vazão do não dizer e, o ser deixou de ser, ser. Quando a palavra ganha forma e contorno de navalha, prudência consiste em como pronunciá-la, porque se não, o verbo arrepender escorre pela vala.
    Palavras amontoadas em rumores de guerra. Erra quem não guerrear no campo do falar. O vulto e o visgo do olhar descem a ladeira do quase calar. É fato que a palavra pensada não colore papel, é trato firmado que pensamento falado perde seu lugar no céu. Palavra guiada pela bússola da verdade tem intenção de ser doce, mas pode ter o amargo gosto do fel.           

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