Na foto: leitora, Stéphane Garcia. |
Palavras jogadas na face opaca do papel,
véu de um céu que não jurou patrimônio. Antônimo ou sinônimo daquilo que
ninguém diz. Palavra jogada na realidade do giz. O discurso replicado na vazão
do não dizer e, o ser deixou de ser, ser. Quando a palavra ganha forma e contorno
de navalha, prudência consiste em como pronunciá-la, porque se não, o verbo
arrepender escorre pela vala.
Palavras amontoadas em rumores de
guerra. Erra quem não guerrear no campo do falar. O vulto e o visgo do olhar
descem a ladeira do quase calar. É fato que a palavra pensada não colore papel,
é trato firmado que pensamento falado perde seu lugar no céu. Palavra guiada
pela bússola da verdade tem intenção de ser doce, mas pode ter o amargo gosto do
fel.
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