Na foto: amiga e leitora, Poliana Magalhães. |
Antes de sair, preciso olhar para tudo a minha
volta, preciso entender em qual momento, o amor deixou de nos acompanhar. Agora
com a casa vazia, eu lhe vejo sentado no sofá e percebo minha intolerância
procurando motivos para lhe atingir. Agora com a casa vazia, eu percebo que
tudo de errado que você fazia, era querer estar sempre presente no meu
dia-a-dia.
Agora com a casa vazia, eu me vejo chorando no
corredor que dá acesso a sala de jantar, aquele choro fora provocado,
simplesmente, porque você disse que esqueceu nosso aniversário de casamento. Naquela
mesma noite, eu não lhe perdoei porque você, apenas fingiu esquecer. E na
verdade, o seu esquecimento era parte integrante de uma linda surpresa de amor
e, mesmo assim, eu não lhe perdoei.
Agora com a casa vazia, eu observo as
paredes despidas e carentes de alegria, só agora eu percebo que elas nunca
conheceram um quadro ou uma fotografia da gente, por puro capricho meu. Olhando
agora, antes de sair, é que eu percebo que essas paredes retratavam o que era o
amor entre a gente: um retrato em preto e branco.
Agora com a casa vazia, eu lhe vejo me
servindo um lindo café da manhã na cama em um dia de domingo. E eu, resmungo
para que você me deixe dormir um pouco mais. Agora com a casa vazia, eu me vejo
chorando olhando para a varanda da casa, a espera de você, que segundo dizem
por ai, não voltará jamais.
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