terça-feira, 10 de julho de 2012

Agora com a casa vazia


Na foto: amiga e leitora, Poliana Magalhães.

                                                   


           Antes de sair, preciso olhar para tudo a minha volta, preciso entender em qual momento, o amor deixou de nos acompanhar. Agora com a casa vazia, eu lhe vejo sentado no sofá e percebo minha intolerância procurando motivos para lhe atingir. Agora com a casa vazia, eu percebo que tudo de errado que você fazia, era querer estar sempre presente no meu dia-a-dia.
          Agora com a casa vazia, eu me vejo chorando no corredor que dá acesso a sala de jantar, aquele choro fora provocado, simplesmente, porque você disse que esqueceu nosso aniversário de casamento. Naquela mesma noite, eu não lhe perdoei porque você, apenas fingiu esquecer. E na verdade, o seu esquecimento era parte integrante de uma linda surpresa de amor e, mesmo assim, eu não lhe perdoei.
        Agora com a casa vazia, eu observo as paredes despidas e carentes de alegria, só agora eu percebo que elas nunca conheceram um quadro ou uma fotografia da gente, por puro capricho meu. Olhando agora, antes de sair, é que eu percebo que essas paredes retratavam o que era o amor entre a gente: um retrato em preto e branco.
       Agora com a casa vazia, eu lhe vejo me servindo um lindo café da manhã na cama em um dia de domingo. E eu, resmungo para que você me deixe dormir um pouco mais. Agora com a casa vazia, eu me vejo chorando olhando para a varanda da casa, a espera de você, que segundo dizem por ai, não voltará jamais.  

Nenhum comentário: