Na foto: amiga e leitora, Geane F. Vieira. |
Lá de longe eu via
A massa trigo proporcionando alegria
Via braços esculpindo o amanhã
Via a lembrança do pecado
Se eterniza numa doce maçã
De lá ecoavam razões inúmeras
Para o futuro não chegar
De lá surgiam noticias
De um vago pensar
Lá de longe eu via
Sorrisos embrulhados para presente
E o presente estava ausente
Daquele lindo gesto de presentear
De lá, cinzas de um cigarro
Que nunca viveu
Cigarro que ninguém
Nunca acendeu
Lá de longe eu via
A minha imagem refletida
Numa opaca vitrine
Chamada, saudade
Que insiste em não me deixar.
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