segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Eu, homem garimpeiro do meu ser

                                              

                 Eu, homem garimpeiro do meu ser. Resgato lembranças de uma existência marcada por desencontros e atrasos com a minha razão. A emoção sempre se fez presente nos verdes campos das minhas tardes de domingo. Eu, homem garimpeiro do meu ser. Resgato momentos que até hoje estão parados na esquina da minha infância, época mágica e feliz de um homem que, lembro-me bem, recusava o garimpo dentro de mim.  
                 Eu, homem garimpeiro do meu ser. Resgato o primeiro beijo que até hoje estava esquecido, na imensidão de uma pequena gaveta, do verso de um poema de amor. Poema de minha autoria, poema que perpassa os dias.  Eu, homem garimpeiro do meu ser. Resgato canções que animaram as vias e avenidas do meu sorriso. Canções que transformaram em eternos, momentos que em algumas vezes, esquecê-los era preciso.
               Eu, homem garimpeiro do meu ser. Resgato sonhos e objetivos traçados na fina flor da minha idade. Sonhos que abrigavam um país dentro da minha profana cidade. Salvador era a minha cidade. Cidade, que até hoje não me deixa perder o contato com a realidade. Eu, homem garimpeiro do meu ser. Resgato a essência daquele ser que um dia eu fui. Ser que sonhava, amava e acreditava no novo dia. Eu, homem garimpeiro de meu ser. Resgato o principal motivo da minha existência, resgato o meu direito de ser feliz.      

Nenhum comentário: