quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"Qualquer beijo de novela nos faz chorar!”

Para Leandro, Andressa e Mônica In Carência                                                               

                    Andei pensando em algumas sensações e sentimentos que povoam os corações das pessoas. Viajei em cada receio, medo, alegria, amores, paixões e solidões que habitam essa imensa metrópole chamada ser humano. E foi assim, que numa esquecida esquina, de um esquecido bairro, lá de uma esquecida periferia de um cantinho chamado carência. Eu encontrei uma multidão de corações olhando para o vasto céu azul, céu, completamente nu de estrelas, à espera de um abraço ou de um chamego qualquer.
                       Fale serio! Encontrei a Carência! Sentimento doloroso! É um querer ter, sem puder ter! É um querer falar, sem ninguém para escutar. Quantas pessoas sofrem desse mal? Quantas pessoas sofrem com esse vazio? É um buscar constante por carinho, é estar cercado por milhões de pessoas e mesmo assim, não ter ninguém! É comum escutarmos as pessoas dizerem que acordaram sentindo uma imensa vontade de chorar! Quantas pessoas já não ouviram a seguinte frase:- me abraça, hoje eu não estou legal
                        Hoje, quinta-feira, 29 de setembro de 2011, uma amiga, após ter me dado um longo abraço, disse-me: amigo, escreva sobre carência! Eu estou me sentindo assim, sozinha! Que epidemia é essa? Que mar de pessoas carentes é esse? Parece que alguma coisa aconteceu na noite anterior, sim, porque pelo menos cinco pessoas estão com sintomas dessa doença!  Mas é preciso ser dito que, a carência torna o ser humano mais verdadeiro! Sem receios de falar o que realmente está sentindo. Desprotegido! Vulnerável.
                        Todo mundo já recebeu um telefonema de amiga ou namorada e ouviu do outro lado da linha, uma voz chorosa e manhosa dizer: estou precisando de você agora! Vem prá cá! Eu não to bem! E quando você chegou até onde estava o carente ou a carente, foi recebido com um longo e silencioso abraço, que após alguns segundos, transformou-se em um rio de lágrimas, que logo virou mar, que por sua vez gerou um tsunami assustador. Isso é carência, amigos e amigas.  
                   Quando estamos carentes, nos assemelhamos muito aos gatos, ficamos jogados pelos cantos dos sofás, abraçando almofadas, ou encostando-se àqueles que mais gostamos! Falamos baixinho, tudo fazemos para ganhar um cafuné. Quem já se sentiu carente sabe como é que é: Não tem remédio, reza poderosa ou simpatia que dê jeito! Que me perdoe o Zeca Baleiro: “Andamos tão a flor da pele, que qualquer beijo de novela nos faz chorar!”
                       Neste momento em que escrevo, devo confessar que fui contaminado por esse solitário vírus! Tenho vontade de chorar, uma vontade enorme de abraço e sinto meu peito apertar, sem nenhuma explicação, acho que fiquei exposto muito tempo ao vírus presente neste texto! Termino por aqui esse tema, pois Preciso dar um telefonema!    

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