Noite passada, caminhei pelas ruas da pacata cidadezinha de Itabira do Mato Dentro em Minas Gerais, talvez minha porção Drummoniana tenha feito isso comigo. Precisava mesmo refletir sobre minha vida! É como se o saudoso poeta estivesse me levado para lá, querendo me dizer que eu preciso retirar essa Pedra que há no meio do meu caminho. Pedra que atrapalha o meu caminhar, pedra da indecisão. Não sei se estava sonhando ou acordado! Não sei se era real ou fantasia o que me acontecia!
Não entendia o que me acontecia, mas uma voz sussurrava lá no fundo, lá bem no fundo do meu subconsciente: “Aceita o conselho dos outros, mas nunca desista da sua própria opinião” quis saber de quem vinha tão incisivo conselho. Escutei quase sendo arremessado para outro plano: “William Shakespeare, meu caro aprendiz de escritor” o curioso era que continuava a caminhar pelas ruas de paralelepípedos nostálgicos de Itabira, seria ainda obra de Carlos?
Acho que minha admiração pelo nobre poeta mineiro tinha tudo haver com o referido acontecimento. Quando nem bem acabara de pensar, escutei: sejamos Realistas meu caro Aprendiz de escritor, você vive querendo transpor teus sonhos para a realidade. São teus sonhos capazes de se tornarem reais? Por que viver nessa ponte entre o querer e o poder realizar? Acorde! Siga em frente! Seja o que você quer ser!
A realidade se materializa primeiro dentro de nós! Ah! Antes que eu me esqueça, Prazer! Chamo-me Machado de Assis! “E parafraseando meu estimado Brás Cubas: não sou propriamente um conselheiro defunto, mas um defunto conselheiro, para quem a campa foi outro berço”. Fiquei mais confuso ainda, porém era uma confusão lúcida! Se é que isso pode ser? Primeiro Drummond, depois Shakespeare e agora Machado de Assis! O que esse sonho quer me dizer?
Sentei em um banco de praça sob a luz do luar e percebi uma doce canção chegando para me fazer companhia. A canção era uma canção que acompanhou mais da metade da minha vida, a canção era quase um hino da minha terra natal, Salvador. Escutava apenas o refrão que dizia: Passar uma tarde em Itapuã/Ao sol que arde em Itapuã/Ouvindo o mar de Itapuã/Falar de Amor em Itapuã.
Após ouvir o ultimo refrão da canção e quando ela já estava se despedindo da praça, uma voz melodicamente Bossa Nova me falou: “Tarde em Itapuã meu aprendiz de escritor, seja como as tardes de Itapuã, se renove a cada nascer! Seja o seu próprio espetáculo da vida! Seja você, a sua própria vida” e ao se despedir, a harmoniosa voz completou: “esse é o conselho do se amigo, Antônio Carlos Jobim, ou simplesmente, Tom Jobim para os amigos”.
Quando ia me levantar do banco para deixar a praça, acordei com o meu celular despertando às 04h40min da manhã, precisava ir trabalhar, mesmo hoje, quarta-feira, 02 de novembro de 2011, feriado de Finados. Quando estava calçando os sapatos, encontrei uma pequenina pedra dentro dele. Ali, eu tive a certeza de que não havia sonhado. Porque dentro do meu sapato tinha uma pedra, tinha uma pedra dentro do meu sapato! Pedra de alguma rua da pacata e acolhedora Itabira do Mato Dentro.
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