quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Eu preciso retirar essa Pedra que há no meio do meu caminho.

              

               Noite passada, caminhei pelas ruas da pacata cidadezinha de Itabira do Mato Dentro em Minas Gerais, talvez minha porção Drummoniana tenha feito isso comigo. Precisava mesmo refletir sobre minha vida! É como se o saudoso poeta estivesse me levado para lá, querendo me dizer que eu preciso retirar essa Pedra que há no meio do meu caminho.  Pedra que atrapalha o meu caminhar, pedra da indecisão. Não sei se estava sonhando ou acordado! Não sei se era real ou fantasia o que me acontecia!
               Não entendia o que me acontecia, mas uma voz sussurrava lá no fundo, lá bem no fundo do meu subconsciente: “Aceita o conselho dos outros, mas nunca desista da sua própria opinião” quis saber de quem vinha tão incisivo conselho. Escutei quase sendo arremessado para outro plano: “William Shakespeare, meu caro aprendiz de escritor” o curioso era que continuava a caminhar pelas ruas de paralelepípedos nostálgicos de Itabira, seria ainda obra de Carlos?
              Acho que minha admiração pelo nobre poeta mineiro tinha tudo haver com o referido acontecimento. Quando nem bem acabara de pensar, escutei: sejamos Realistas meu caro Aprendiz de escritor, você vive querendo transpor teus sonhos para a realidade. São teus sonhos capazes de se tornarem reais? Por que viver nessa ponte entre o querer e o poder realizar? Acorde! Siga em frente! Seja o que você quer ser! 
            A realidade se materializa primeiro dentro de nós! Ah! Antes que eu me esqueça, Prazer! Chamo-me Machado de Assis! “E parafraseando meu estimado Brás Cubas: não sou propriamente um conselheiro defunto, mas um defunto conselheiro, para quem a campa foi outro berço”. Fiquei mais confuso ainda, porém era uma confusão lúcida! Se é que isso pode ser? Primeiro Drummond, depois Shakespeare e agora Machado de Assis! O que esse sonho quer me dizer?
           Sentei em um banco de praça sob a luz do luar e percebi uma doce canção chegando para me fazer companhia. A canção era uma canção que acompanhou mais da metade da minha vida, a canção era quase um hino da minha terra natal, Salvador. Escutava apenas o refrão que dizia: Passar uma tarde em Itapuã/Ao sol que arde em Itapuã/Ouvindo o mar de Itapuã/Falar de Amor em Itapuã.
           Após ouvir o ultimo refrão da canção e quando ela já estava se despedindo da praça, uma voz melodicamente Bossa Nova me falou: “Tarde em Itapuã meu aprendiz de escritor, seja como as tardes de Itapuã, se renove a cada nascer! Seja o seu próprio espetáculo da vida! Seja você, a sua própria vida” e ao se despedir, a harmoniosa voz completou: “esse é o conselho do se amigo, Antônio Carlos Jobim, ou simplesmente, Tom Jobim para os amigos”.     
          Quando ia me levantar do banco para deixar a praça, acordei com o meu celular despertando às 04h40min da manhã, precisava ir trabalhar, mesmo hoje, quarta-feira, 02 de novembro de 2011, feriado de Finados. Quando estava calçando os sapatos, encontrei uma pequenina pedra dentro dele. Ali, eu tive a certeza de que não havia sonhado. Porque dentro do meu sapato tinha uma pedra, tinha uma pedra dentro do meu sapato! Pedra de alguma rua da pacata e acolhedora Itabira do Mato Dentro.

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