Um avião nasceu dentro do meu peito, um avião com lotação máxima, um avião prestes a levantar vôo. Um avião de imensas Asas e gente de todos os cantos do mundo. Eu, nascido em solo baiano, solo religioso e profano, agora, habitado por um promissor avião. Aqui, onde estou. Eu não subo e nem desço mais nenhuma ladeira, não escuto o rufar dos tambores, não escuto o canto do mar.
Porém, dentro do meu peito, agora, um imenso avião querendo decolar. Dentro do meu peito um avião que dividiu o meu ser, em duas vertentes, uma avião acolhedor de gente. Um avião chamado Brasília. Meu plano, bom, meu plano era passar alguns dias e voltar correndo para minha terra natal, minha estimada Salvador. Agora, bom, agora eu amo o meu plano, amo o meu Plano Piloto. Amo suas Asas acolhedoras.
Dentro do meu peito, uma Catedral, um templo de fé, a minha fé! Minha Catedral Metropolitana de Nossa Senhora de Aparecida, mais conhecida como Catedral de Brasília! Ali, recarrego minhas baterias e entrego todos os meus desejos e objetivos mais íntimos, ali, eu tenho Paz. Dentro do meu peito, vou cortando meus dobrados, usando as tesourinhas das vias da cidade, eu corto um bocado, é verdade!
Dentro do meu peito, um avião que viu um Lago Paranoá, como se fosse um beija-flor e, se transformar em chuva de prosperidade, chuva que por sua vez, também se transforma em lago para hidratar esta bela cidade. Dentro do meu peito, um avião de todos os ritmos, um avião embalado por Rock and Roll, Forró, Sertanejo, Samba e também o som dos Atabaques. Um avião de múltiplas religiões, de múltiplas manifestações de fé.
Dentro do meu peito, um avião de muitos sotaques, um avião de: Uai Sô, Ó pai ó, Barbaridade Thê, Fala Peixe, Qualé Mano. Onde todo mundo se entende. Dentro do meu peito, um avião que me conhece mais do que eu mesmo me conheço. Um avião que nasceu dentro do meu peito. Um avião chamado Brasília que pousou neste imenso Aeroporto, chamado de Planalto Central.
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