terça-feira, 13 de março de 2012

Até nas minhas roupas de cowgirl, eles querem pôr um freio.

na foto: Thay Matos e Munik
                             
         Os normais vivem reclamando do meu jeito meio menina. Vivem reclamando do jeito que a vida me ensina a viver. Eles confundem o meu jeito desinibido com algo porra louca. Eles atestam veementemente que eu sou louca. Eles pedem para que eu não ouça musica baiana, eles falam que quando eu danço funk, fico com um ar sacana. Os normais me criticam por eu curtir forró e musica sertaneja.
         Eles me condenam porque eu gosto de tomar algumas cervejas. E olha que eu nem bebo tanto assim! Eles reclamam da minha maquiagem, diz que eu dou muito ibope para a vaidade. Eles detestam maquiagem! Os normais detestam minha marquinha de biquíni e falam que eu não fico bem com a pele bronzeada. Eles detestam mar, piscina e água parada.
        Eles dizem que eu preciso ser mais discreta, dizem que eu tenho uma risada escandalosa. Eles têm inveja porque outros falam que a minha risada é gostosa! Eles me criticam por eu ser fã de carteirinha de carnaval e micarês, quando me escutam falar que vou para Caldas Novas ou Salvador, eles entram numa “deprê”. Os normais vivem me criticando porque eu vou com minhas amigas pras Baladas, eles dizem que a minha turma é da pesada.
       Eles me criticam por eu curtir festa de rodeio, até nas minhas roupas de cowgirl, eles querem pôr um freio. Eles declararam guerra a minha bermudinha jeans e aos meus óculos escuros. Os normais no fundo não sabem é que eu sou tudo aquilo que eles gostariam de ser. O que os normais não sabem é que enquanto eles me criticam, eu vou dando uma linda aula de como se conjugar da melhor maneira possível, o verbo “viver”.

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