quinta-feira, 29 de março de 2012

O tédio não faz bem a ninguém


Na foto: Leitor, Lino Mourais

          Tenho andado pelo centro da cidade papeando com alguns anúncios promocionais dessas lojas de eletroeletrônicos. Nesses últimos dias, meus melhores amigos são um caderninho de palavras cruzadas e duas bulas de remédio. É o tédio que tomou conta de mim. Nesses últimos dias, minha maior distração é ver a água do chuveiro escorrendo pelo ralo e assistir televisão no mute, sintonizada em um canal qualquer.
          Tenho andado pela casa conversando com o meu criado mudo, mas só escuto o que me convém. O tédio não faz bem a ninguém. Eu vesti minha camisa nova pelo avesso, eu enjoei do meu novo endereço, eu estou com vontade de fugir para a lua.
Tenho andado discando para o meu próprio número, só para dizer que eu não estou para ninguém.
         Eu tenho discutido muito com o meu travesseiro, eu alonguei o mês de fevereiro, só para contrariar o calendário da parede da minha cozinha. Eu me mudei para dentro de um pijama tom pastel, no imenso condomínio que se transformou o meu quarto. O tédio me deixou com vontade de fugir para o espaço. Nesses últimos dias, meus melhores amigos são um caderninho de palavras cruzadas e duas bulas de remédio. É o tédio que tomou conta de mim. 

3 comentários:

Anônimo disse...

As vezes estamos assim...num tédio que nem mesmo a gente se aguenta...
Daí temos que buscar aquilo que nos fazer sorrir todos os dias..
Este é o remédio!

Sabrina Feliciano

Renato Rodrigues disse...

E quando não temos o caderninho e nem as bulas? o que acontece com o tédio que toma conta?

Como disse um grande amigo chamado André Luiz:" o travesseiro nesses momentos é o nosso melhor conselheiro".

Parabens pelo texto André.

Unknown disse...

Sabrina,
O tédio nos provoca vez em quando, precisamos, realmente de uma saída para ele!
Abraços,
André

Renato,
Algumas respostas e saídas, só o travesseiro nos fornece!
Abraços,
André