Na foto: Leitor, Lino Mourais |
Tenho andado pelo centro da cidade papeando
com alguns anúncios promocionais dessas lojas de eletroeletrônicos. Nesses
últimos dias, meus melhores amigos são um caderninho de palavras cruzadas e
duas bulas de remédio. É o tédio que tomou conta de mim. Nesses últimos dias,
minha maior distração é ver a água do chuveiro escorrendo pelo ralo e assistir
televisão no mute, sintonizada em um canal qualquer.
Tenho andado pela casa conversando
com o meu criado mudo, mas só escuto o que me convém. O tédio não faz bem a
ninguém. Eu vesti minha camisa nova pelo avesso, eu enjoei do meu novo
endereço, eu estou com vontade de fugir para a lua.
Tenho
andado discando para o meu próprio número, só para dizer que eu não estou para
ninguém.
Eu tenho discutido muito com o meu
travesseiro, eu alonguei o mês de fevereiro, só para contrariar o calendário da
parede da minha cozinha. Eu me mudei para dentro de um pijama tom pastel, no
imenso condomínio que se transformou o meu quarto. O tédio me deixou com
vontade de fugir para o espaço. Nesses últimos dias, meus melhores amigos são
um caderninho de palavras cruzadas e duas bulas de remédio. É o tédio que tomou
conta de mim.
3 comentários:
As vezes estamos assim...num tédio que nem mesmo a gente se aguenta...
Daí temos que buscar aquilo que nos fazer sorrir todos os dias..
Este é o remédio!
Sabrina Feliciano
E quando não temos o caderninho e nem as bulas? o que acontece com o tédio que toma conta?
Como disse um grande amigo chamado André Luiz:" o travesseiro nesses momentos é o nosso melhor conselheiro".
Parabens pelo texto André.
Sabrina,
O tédio nos provoca vez em quando, precisamos, realmente de uma saída para ele!
Abraços,
André
Renato,
Algumas respostas e saídas, só o travesseiro nos fornece!
Abraços,
André
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